ARTIGO 157

Cap 26

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Letícia;

Eu tô em estado de choque!

Letícia: Sério, isso é muito importante para mim. Então não faz esse tipo de brincadeira, ou sei lá o que. - Respirei fundo negando.

157: Brincadeira onde? - Fez uns gestos engraçados até. - Eu pago pra tu fazer o bagulho, inseminação ou sei lá que porra é aquela que tem que fazer.

Jesus, dessa vez eu me superei.

Eu realmente estava achando, outra coisa. Jurei que ele queria me engravidar, eu estava surtando comigo mesma por dentro.

Espero que ele não tenha entendido, porque eu devia estar com uma cara de retardada total. Agora eu só estou sem graça.

Letícia: É uma boa. Mas as chances não são totais, é bem complicado 157. Tem que estar em período fértil, eles colocam o espermatozoide no útero e se ele der sorte, ele consegue fecundar o óvulo.

157: Pago uma, duas, três e quantas vezes tu quiser porra. Ala, tua alegria tá sendo a minha doutora. - Levantou.

Ele andou até mim e parou na minha frente.

Letícia: Uau, te conheço a tão pouco tempo. Mas a pergunta é, o que tem por trás de uma oferta desse nivel? - Ri segurando o rosto dele.

157: Lealdade doutora, tu me deu a tua palavra não deu? Tô te dando a minha. - Mordi meu lábio rindo e concordei. - Procura aí, à melhor clínica do Brasil. Se tiver que ir lá do outro lado do Brasil, nós vai doutora, da nada não.

Letícia: Eu posso te dar um abraço? - Sorri totalmente sincera.

157: Pode pô. - Ele mesmo me puxou e me abraçou, balançando nossos corpos para o lado.

Eu nunca dei um abraço tão sincero em alguém, depois que os meus pais morreram. E esse abraço que ficou guardado por tanto tempo, foi bom ter dado à ele.

Por mais que eu saiba, que um dia vou me arrepender. Neste momento tá valendo a pena.

157: Tu é a melhor de todos os advogados que já tive, na moral mermo. Braba pra caralho! - Segurou minha mão e me girou. - Doutora, doutora.. O que seria de mim, sem tu aqui? Porra nenhuma.

Letícia: Você se virou muito bem sem mim, mas obrigada pelo elogio. - Sorri sentindo uma leve vergonha.

É estranho ele me elogiar tanto em um dia só, e vergonhoso até demais.

157: Mas ó, não saí espalhando essa porra aí. É um bagulho nosso e ninguém tem que saber não. - Concordei.

Eu não tô entendendo ele, do jeito que ele fala parece que ele mesmo vai doar o esperma. Mas tenho minhas dúvidas.

E outra, não posso me iludir com essa possibilidade. Ele odeia crianças.

Letícia: Absolutamente tudo, o que você diz, eu guardo para mim mesma. Ninguém precisa saber.

Eu gosto de ter a confiança dele. E não, não estou fazendo nada de propósito.

157: É assim mermo pô, ou tu nem aqui tava. - Puxou meu cabelo devagar. - Doutora, tu não vai pedir o divórcio?

Tá aí, uma coisa que já devia ter sido feita.

Letícia: Já consegui os papéis tem um tempinho, só não levei pro Maicon assinar. Na verdade, ele nem sabe que eu entrei com o processo..  - Joguei a cabeça para trás.

Não sei como, mas tenho que arrumar um jeito de falar com o Maicon.

157: Vê de marca um bagulho com ele, em público pô. Vou mandar dois de fé contigo, só pra ter certeza de que teu marido não vai arrumar nenhum caô.

Letícia: O Maicon, ele preza muito pela aparência pública dele. Então ele não faria nada do tipo. - Joguei um pedaço do meu cabelo pro lado.

O 157 me olhou querendo rir. Babaca.

157: Tu não devia subestimar um homem pô, nem um louco e corno. - Se encostou na parede.

Letícia: Então vamos aos fatos. Eu sou uma advogada formada, costumo analisar as coisas e chegar à uma conclusão. Sendo assim, considerando breves acontecimentos.. Minha conclusão, é que vocês dois se conhecem.

Eu espero que ele me conte, é uma grande curiosidade para mim. O jeito qual ele se referiu ao Maicon, minutos atrás. Foi de quem conhece ele, à um bom tempo.

157: Não conheço pô. Se eu conhecesse, ele não tava vivo não, vacilão pra caralho. - Fez aqueles gestos estranhos dele.

Apenas concordei. Sinceramente, senti tanta mentira na fala dele que tudo que ele disse, entrou por um dos meus ouvidos e saiu pelo outro. Sem esforço algum.

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