Cap 1

63.4K 5K 5.3K
                                    

+100 comentários.
157;

Me perdi cedo no tráfico.

Necessidade? Tinha porra nenhuma. Eu só queria um pouco de adrenalina.

Vim de família carente pô, diretamente aqui do Rio de Janeiro. Comunidade do Cantagalo.

Minha coroa trabalhava e fazia de tudo por mim e pelo meu irmãos mais novo.

Saía cedo e voltava a noite, nunca deixou nós passar fome ou passar necessidade.

Se nós precisava ela ia lá e dava um jeito. Não teve um dia em que eu reclamei que tava passando fome.

Mas era deslumbrado com os faixa, cheio de ouro, moto foda e esbanjando dinheiro.

E aí eu fui na reta e o crime me abraçou.

Meu primeiro roubo foi com 15 anos, conquistei a confiança do de frente na época e ele me mandou em uma missão.

Roubo a joalheria.

Isso aí foi o gatilho que faltava pô, ganhei uma grana foda e quis mais, mais e cada vez mais!

"Aos 15 anos, primeiro delito. Aos 16 só carga roubada, aos 17 tinha se tornado um mito.
Apelidado Robin Hood da quebrada."

Arrastei meu irmão comigo e paguei por isso.

Mataram ele depois que fez 18. E em seguida minha coroa também meteu o pé desse mundo.

Foi muito sofrimento, tenho fé que eles tão em um lugar melhor agora.

O filho da puta que doou o espermatozoide, sumiu no mundo e nessa época eu tinha 5 anos.

Meu irmão só tinha 3, de colo ainda.

A coroa passou uma barra do caralho, foi fodido demais. Mas foi melhor do que ela viver apanhando daquele arrombado.

Depois da morte dela, eu já tinha caído na cadeia umas sete vezes. E aí, foi só ladeira abaixo.

De sete foi pra maia de vinte passagens. Fugi a maioria das vezes e paguei em dobro por isso.

Do tempo que era pra mim ficar preso, só foi triplicando e hoje essa porra tá em mais de 400 anos.

Chuto uns 500 de uma vez, mas vou pagar só 60. Toda vez é isso e mais que isso não dá.

Difícil mesmo era arrumar um advogado bom. Esses tempo que arrumei essa madame aí.

Terror: Licença patrão. A criança da dona aí acordou e não para de chorar. - chegou interrompendo com uma cria no colo.

Tenho logo pavor de criança, bobagem essa parada de ter filho. É só pra arrumar caô.

157: Pega essa criança aí caralho, não tô com cabeça pra ficar ouvindo choro não porra.

A dona levantou arrumando a saia e pegou a menina.

Dei sinal pro Terror e ele meteu o pé, alguém tem que ficar na segurança dessa porra.

E de confiança só ele.

Letícia: Pode pegar na bolsa, uma fraldinha. - pediu e eu fui pegar.

Meti a mão na bolsa e peguei o pano pra ela.

157: Faz essa porra parar de chorar logo, tô sem paciência já. - Ela nem falou nada.

Sentou no sofá e do nada tirou o peito pra fora da blusa, caralho. Colocou a menina pra mamar e pediu o pano.

Entreguei e me afastei.

Letícia: Já terminamos? - neguei, vai ficar aqui. - Tem pelo menos algum canto que dê pra colocar ela?

Ela disse balançando a menina.

157: Tem não doutora, vê com o mano Terror se tem algum bagulho pra bebê aí. - Ela levantou e veio vindo pro meu lado.

Letícia: Então segura ela aqui, prometo que é rápido. Se ela chorar é só balançar ela.

Veio botando a cria nos meus braços e foi saindo.

Mermão, eu não sei nem segurar criança. Primeira vez que pego uma.

Puta que pariu.

157: Porra, porra. Para quieta ou tu vai cair. - fiquei logo parado.

Se eu der um passo cai eu e a menina, vai se foder.

Do nada ela começou a resmungar um monte de coisa, não parou de falar um minuto.

157: E é macumba isso aí? - a criança começou a rir, fiquei cabreiro. - Ih ala, para de rir praga.

E a besta só rindo, entendi porra nenhuma.

157: Ram, vai rindo da cara de vagabundo. Vai perder o cabelo que nem tem ainda. - falei puto mermo.

Criança otária.

E aí ela riu mais, não parava de gargalhar e se balançar.

157: Tu vai cair porra, eu vou te derrubar. - chacoalhei ela devagar e ela riu outra vez.

Que porra é essa?!

...
NÃO REVISADO.

Primeiro Cap, solto com sucesso!

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora