Cap 84

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Letícia;

Que sensação maravilhosa!

Eu estou tão feliz que até a dor, eu não tô sentindo. Mesmo depois da anestesia da cesárea ter passado, tô simplesmente realizada.

Meu maior sonho agora é realidade. Uma filha, sangue do meu sangue, gerada dentro de mim e agora, nos meus braços.

É uma coisa de outro mundo.

O meu único medo é em relação a Helo, dela se sentir rejeitada ou algo do tipo. Querendo ou não, vou ter que dar uma atenção especial para a Eloá, mas não quero de jeito nenhum deixar ela de lado. Mesmo que ela seja adotada, o meu amor por elas é o mesmo, não vou dar demais pra uma e pouco pra outra.

O que uma tiver, a outra também vai ter.

Mas pensando seriamente nessa questão de dar atenção, eu prefiro ficar mais ao lado da Helo. Ela só tem eu, literalmente, já a Eloá tem o Marcos que já tá querendo dar o mundo pra ela.

Inclusive andei pensando nisso tudo, é tão raro eu ver o Marcos com a Helo, brincando ou qualquer outra coisa. Tenho um receio em relação à isso, mas acho que ele ainda não tá preparado pra tudo isso.

Ele nunca quis filho, agora tem uma recém nascida. Além de ter que me ajudar a criar minha filha adotiva, que é sobrinha dele e filha daqueles dois..

É muito pra cabeça dele.

Porém não posso ficar com um cara, que não aceite a minha filha. Aonde meus filhos não cabem, também não me cabe!

Mari: A enfermeira disse que já vem te dar o remédio. - Sorri agradecendo e ela sentou na poltrona me olhando. - Nós conseguimos.

A gente sempre planejou nosso futuro juntas, sempre. E tínhamos esse sonho de ter uma família é olha só, nós temos.

Letícia: Conseguimos. - Ri fraco. - A gente sempre da um jeito em tudo. Sabe eu tava pensando em tirar umas férias de tudo isso. Ir pra algum lugar diferente com o 157, a gente nunca viajou e nem nada.

Vou falar com ele, já tenho tudo preparado na minha mente. Quero ir lá para Gramado, no Rio Grande do Sul, é um lugar muito bonito e eu não conheço ainda.

Mari: Concordo, mas só depois de você cumprir o resguardado e tiver cem por cento recuperada. - Apontou. - Deus é mais se você acaba abrindo esses pontos, eu mato o 157.

Letícia: Credo Mariana, até me deu uma pontada aqui. - Suspirei rindo. - Mas acho que só daqui uns três meses,  não estamos numa situação boa pra ir viajar. Polícia, Maicon, ex morta viva.. Muita coisa.

Mari: Você se mete em cada coisa cara, que eu fico chocada. Doideira. - Gargalhei fazendo bico. - Esses dias você era uma advogada, hoje você é procuradora pela polícia. Como que isso aconteceu em tão pouco tempo? Sério.

Deus escreve certo, por linhas tortas..

Letícia: Nem eu sei, só pisquei e isso tudo aconteceu. Tenho sérias dúvidas em dizer que minha vida mudou pra pior ou pra melhor. - Encarei a aliança no meu dedo. - Só Deus sabe.

Bateram na porta e a enfermeira que me ajuda entrou. Eu pedi um remédio ou algo pra dor, por que a dor no meu corpo tá horrível!

Ela trouxe um remédio que vai direto na veia. Ou seja, adeus dor.

*****

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora