Cap 75

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Letícia;

Ele não tá brincando.

Praticamente me obrigou a vestir um vestido que ele me deu, um vestido rose ombro a ombro e longo. E um chinelo havaianas, aquele do Brasil.

Acredita que eu tô calçando um número a mais por conta do tanto que meus pés ficaram inchados.

Olha eu achei que a gente ia em um lugar mais romântico sabe? Mas ele me trouxe pro topo do morro, tem tipo um "jardim" é bem arrumadinho e bonitinho até.

Tem uns dez minutos que eu tô de pé segurando a Helo no colo que só dorme, o 157 e o Terror tão jogando pétalas brancas na grama. Enfim o casamento mais aleatório da história.

Não tem nem um padre.

Terror: Chega mais loirona do chefe, fica com a Helosinha no colo que hoje eu sou padre. - Bufei revirando os olhos e fui.

Letícia: Esse casamento tá uma merda sério. - Ri e o Terror fez careta. - É sério gente, não tem um padre.

157: Cala a boca porra, Deus tá sabendo da nossa união e tá valendo. - Puxou minha mão esquerda.

Olha mano sinceramente, ele é completamente louco, pirado, fora da casinha, tem uns parafusos a menos.

Terror: Caro irmão e irmãs, estamos aqui hoje para reunir para todo sempre esses dois. - Eu juro que fiz de tudo pra não rir, mas não deu. - Irmã, querida doutora vulgo Letícia, aceita este homem ridículo em sua vida? Para amar e respeitar, na riqueza e na alegria? Quando der merda tu mete o pé, nada haver esse papo de pobreza.

Eu gargalhei alto e encarei o 157 na minha frente, hoje eu descubro esse nome dele.

Letícia: Aceito.. - Sorri querendo rir muito. - Tá colocando no dedo errado cara, é nesse aqui.

157: Eu sabia, só te testei pô. - Concordei encarando bem séria o Terror.

Terror: Irmão me desculpe, mas como padre, hoje terei que dizer à ela. - Encarei o 157 que bufou. - Senhor Marcos Vinícius, você aceita a doutora como sua esposa? Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Até que a morte, somente a morte os separe?

Marcos Vinícius, isso aqui me lembra tanto funk.

157: Porque eu tenho que aceitar essa porra toda e ela não? - O Terror virou a cara. - Tu vai levar um pescoço se vier de graça.

Terror: A doutora pode porra, ela é a patroa suprema. Tu aceita ou não?

O 157 me olhou e esticou a mão, segurei a aliança e coloquei no dedo dele com cuidado.

Terror: Então, pelos poderes exercidos à mim apenas hoje. Eu vos declaro marido e mulher, em nome do pai, do filho e do Espírito Santo. Amém. - Bateu palmas igual um idiota.

Tudo isso acontecendo e a Helo dormindo no meu colo, pelo amor de Deus gente. Essa menina não é normal.

Letícia: Marcos Vinícius tá firmão, sabe como é. Dispôs do revolver pela sua de fé..

157: Se tu ficar igual o Terror com essas músicas, nós já se separa. - Gargalhei abraçando ele meio que de lado.

Letícia: Estamos casados então. Loucura. - Roubei um selinho dele. - Meu pé tá doendo muito, a gente pode ir?

157: Doutora não vou te carregar não, mas nós pode ir. - Revirei meus olhos e ele me puxou rindo disfarçadamente.

Juro que vi ele rindo, mas não falei nada pra ele não se revoltar. O dia tá lindo, o clima ensolarado e tá tudo perfeito. Não precisamos de uma briga.

Coloquei a Helo na cadeirinha ainda dormindo e Terror foi no carro com a gente, alí atrás com ela. No meio do caminho nós brincamos muito sério, foi tão bom.

Mas aí do nada o 157 parou o carro na frente da boca e pediu pra mim ficar aqui, saiu igual à um pouco do carro batendo a porta.

Letícia: O que deu nele? - Me virei para olhar o Terror.

Terror: Nem te conto doutora.. - O Terror ficou vermelho juro, fiquei sem entender nada.

Do lado de fora os soldados dele que estavam alí na boca todos olhando e eu olhei também. O 157 estava nitidamente puto falando com uma mulher.

Letícia: É ela? Claro que é. - Mal prestei atenção no que o Terror tinha dito atrás de mim. - Não deixa a minha filha aqui sozinha em hipótese alguma em caralho, ou eu te mato com esse fuzil do 157.

Ele saiu tão rápido aqui do carro, que esqueceu o fuzil. Deixa que eu mesma uso então.

Tava tudo bem, tinha quase tudo pra ser um dia perfeito e essa filha da puta aparece aqui. Ela não tem o senso do perigo, simplesmente.

Saí do carro mantendo minha postura, não sei porque mais conforme eu avancei os meninos alí da boca me acompanharam como seguranças atrás de mim.

Cena digna de um filme.

...

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora