Cap 24

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Letícia;

Sentei na cadeira de frente ao delegado. Completamente nervosa, mas me mantive firme.

Eu ensanhei isso por horas, só não posso me distrair. Se eu consegui acusar e defender todos os meu clientes, eu consigo me defender.

Jonas: Então vamos aos fatos. Sexta feira, dia oito de Maio. A senhorita foi flagrada em uma comunidade, especificamente na Rocinha. Que por coincidência, é comandada pelo seu cliente, Rogério 157 que se encontrar foragido. Correto?

Concordei e ele encarou os papéis.

Jonas: Você saberia me dizer, o motivo pelos quais foi vista lá? - Suspirei e assenti.

Letícia: Assim como muitos do nosso meio, tenho contato com pessoas que moram lá. Amigas de infância no caso, e é o único motivo pelo qual eu vou até lá.

Jonas: E como você explica, que foi escoltada por possíveis seguranças? - Foco Letícia, foco.

Letícia: É um tipo de procedimento, já que estou um tanto famosa por lá pelo caso do Rogério 157. - Sorri fraco.

Jonas: Certo. A senhora como advogada e defesa do Rogério 157, sabe nos dizer algo novo sobre o caso? E como entra em contato com o foragido? - Encarei a pasta em cima da mesa e começei a falar.

Letícia: Infelizmente o caso ainda não saiu do lugar. O meu contato é com um tipo de porta voz, o qual eu não sei o vulgo e nem a aparência. Os encontros são feitos em galpões, sendo diferentes em cada uma das vezes. Esses encontros acontecem à cada três semanas ou mais.

Cruzei minhas pernas e ele concordou pensando um pouco. Eu já fiquei um tanto aliviada.

Jonas: E em alguma dessas conversas, foi dito algo sobre talvez uma suposta entrega? - Concordei. - Conte para mim, por favor.

Letícia: Dá minha parte sim, foram diversas tentativas de convencer o meu cliente a se entregar. Mas como já devem imaginar, ele não cogita a possibilidade de se entregar a polícia. - Sustentei o olhar dele. - Mas continuo a tentar, penso até mesmo em fazermos algum acordo com o meu cliente.

Por incrível que pareça, 157 me passou instruções do que gostaria que eu fizesse. Mas esse acordo é um absurdo!

Jonas: Nós também não cogitavamos a possibilidade de um acordo, mas gostaríamos de saber o que tem em mente.

Letícia: Assim como todos, também quero justiças para as família prejudicadas pelo meu cliente. - Fui totalmente sincera nessa parte. - Ele gostaria que a pena fosse reduzida à cerca de menos de cem anos, sendo seus crimes todos esquecidos a partir de que começasse a cumprir pena. Sendo assim, ele gostaria de oferecer uma indenização à todas as famílias prejudicadas por ele, no valor de trezentos mil reais à cada uma delas.

Jonas: Uau, é um acordo péssimo. Mas pensarmos nesta proposta do seu cliente, criando outra proposta à cima desta. A senhorita está liberada, obrigada por estar ao lado da lei!

Levantei cumprimentando ele com a mão.

Letícia: Estou apenas fazendo meu trabalho! - Sorri vitoriosa e me retirei de lá.

Com um leve peso nas costas, mas aliviada.

Estou sendo julgada pelo Brasil inteiro, espero que tenha passado sinceridade nas minhas palavras.

...

157: Doutora, doutora! - Gritou rindo e de braços abertos. - Era disso que eu tava falando porra, perfeito.

Colocou a mão por dentro do meu cabelo e puxou minha cabeça para perto, me roubando um beijo rápido.

Letícia: Perfeito? Jura?! - Um alívio me surgiu. - Fui bem mesmo?

Não sei por qual motivo, mas realmente estou me importando com a opinião dele.

157: Olha isso aqui pô, geral caiu no teu papo. Tá logo nos maiores assuntos do Twitter, tu é a melhor caralho.

Letícia: Meu depoimento já foi solto? - Respirei fundo. - Eu nunca menti tanto, como hoje.

157: Tu merece até um presente. - Apontou para uma mala. - Alí ó, cem mil reais pra tu e tua menorsinha.

Por um minuto nem liguei que fosse dinheiro sujo, apenas aceitei.

Letícia: Você é louco e eu, eu devo ser doente para ter dito aquilo tudo. - Gargalhei. - Mas obrigada, tá sendo divertido.

Sorri negando para mim mesmo.

...

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora