Prólogo.

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Hoje eu sou ladrão, artigo 157. A polícia bola um plano, eu sou o herói dos pivetes.

Letícia;

Encostei meu carro na entrada da ponte e encarei minha filha brincando na cadeirinha.

Bateram no vidro da janela e abri encarando um dos soldados do 157.

Terror: Boa tarde doutora, deixa o carro com nós e vai lá pra dentro. Chefe tá lá querendo bater um papo com tu.

Letícia: Teu chefe? - ele concordou rindo - Posso pelo menos entrar com minha filha?

Ele se debruçou sobre a janela e deu uma olhada dentro do carro.

Terror: Claro que pode doutora, sem caô nenhum pô. - concordei e ele se afastou.

Saí do carro com calma e ajeitando minha saia.

Quando me avisaram que iria ter uma reunião hoje, não imaginei que logo o 157 iria estar aqui.

Prevejo problemas.

Tirei minha filha da cadeirinha e segurei ela com o braço. Já com o braço livre peguei minha bolsa.

Terror: Opa pera aí doutora, vou dar uma olhada no que tem aí dentro. - puxou a bolsa.

E aí a mesma coisa de sempre, vasculhando tudo para ver se eu não estou traindo eles.

Procurando gravador, uma arma ou sei lá o que.

Terror: Agora tu tá liberada. - me devolveu a bolsa - Vocês cinco fiquem de olho no carro da madame. Tu vem comigo.

Letícia: O fato dele ter fugido complica tudo. Outra vez, foragido. - ele me ignorou.

Continuou andando e entrou no iate, esticou a mão e me ajudou a entrar com calma.

Terror: Me dá a cria pô, tu só fala com ele sozinha.

Letícia: Sério isso? - ele balançou a cabeça - Toma cuidado com ela, por favor.

Terror: Fica suave madame, no último andar pô. - suspirei e passei por uma porta.

Subi as escadas com um certo medo, não é todo dia que eu me encontro com um maluco que estava preso, em uma prisão de segurança máxima.

E olha que ele conseguiu fugir.

Pra me matar ele não precisa nem de esforço.

Letícia: Licença. - encarei ele que estava sentado em um sofá enorme.

Organizado uma carreirinha de cocaína

157: Eai doutora, tudo na paz? - só de ouvir a voz desse homem, me arrepio inteira.

Letícia: Estaria melhor se você não tivesse complicado o meu trabalho.

157: Tá sendo paga pra isso doutora, senta aí. - sentei cruzando as pernas - Laura?

Letícia: Não, Letícia. - ele sorriu de lado - E então? Não vejo motivos para essa reunião.

157: Seguinte madame, tô curioso pra saber um bagulho. Tu abandonou o caso do nada, fiquei maior cota esperando tu ir resolver os bagulhos.

Letícia: Eu acabei engravidando, depois dos seis meses de gravidez peguei a licença maternidade. Você devia ter contratado outra advogada.

Suspirei e ele riu me olhando de um jeito estranho.

157: Mãe do ano em. Paguei mais de seis meses teu dinheiro porra e tu de boa, só no laser.

Letícia: Eu recusei todas as vezes e mesmo assim, o dinheiro sempre voltava para a minha conta. Acho que isso é problema dos seus soldados.

157: Tanto faz, como é que tá minha situação nesse momento doutora? Manda teu papo, vai.

Peguei os papéis na minha bolsa e dei uma olhada rápida.

Letícia: Eram 421 anos de prisão, eu reduzi para 400. Mesmo assim depois de cumprir os 40 anos, você teria a liberdade.

157: Madame, eu sei de tudo isso aí porra. Tô falando do agora, caralho. - bateu na mesa.

Olhei para o lado observando que o iate está em movimento.

Letícia: Levando em consideração de que você agora é um foragido e os possíveis crimes, que provavelmente você irá cometer. Acho que ficaria entre 480 até uns 550 anos.

Ele levantou nitidamente puto e se afastou.

O máximo que eu tinha visto dele, foram uma ou duas fotos.

Pessoalmente ele é tão bonito, um homem em tanto. O que estraga é a ficha criminal.

Tinha tudo pra ser perfeito. Oh se tinha.


[ Em breve: Artigo 157. ]

ARTIGO 157Onde histórias criam vida. Descubra agora