CAPÍTULO 26. ROTINAS (+18)

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- Me promete uma coisa? - Camila sussurrou.

Conversavam ainda deitadas sobre o sofá. Camila apoiava a cabeça sobre o ombro de Gabriela e desenhava com a ponta dos dedos em sua barriga.

- Hum... - Gabriela murmurou, já de olhos fechados. A respiração funda indicava que já quase dormia.

- Não faz isso com mais ninguém, não.

- Isso o quê?

- Isso que você faz comigo.

- Eu não quero fazer com mais ninguém... - Gabriela respondeu com uma risada nasal.

- Mas outras garotas querem.

A frase despertou Gabriela, que deu um riso contido.

- Tá sabendo de alguma coisa que eu não sei?

- Estou. - Camila fez bico.

- Ah, é?

- Não quero falar sobre isso.

- Nem precisamos. - Gabriela virou-se de lado, ficando de frente com Camila.

- Desculpa não ter usado o vestido hoje.

- Que vestido?

- O que você me deu, com as orquídeas e o cartão.

- Você recebeu?!

- É claro, não foi você que enviou?

- Fui. Há uns 10 meses. Você recebe presentes em todos os nossos aniversários de namoro, eu planejei pro ano inteiro. Acaba sendo surpresa pra mim também, são aleatórios, eu nunca sei qual você vai receber. - Riu.

- E aquilo escrito no cartão das flores?

- O quê?

- Não sei, um código com número. 32 e 960.

- Ah... 2 anos e 8 meses. São 32 meses. Quando nos conhecemos, você disse que queria que a gente ficasse juntas por 80 anos, então são 960 meses.

- Você é sempre romântica assim?

- Tento ser...

- Você acha que eu era feliz mesmo?

- Acho que era...

- Acha?

- Você dizia que era. - Riu.

- Bom... A gente divide um teto e eu tenho com uma mini versão sua dentro da minha barriga, acho que são fortes evidências...

Ficaram por alguns segundos em silêncio.

- Você precisa ir pra cama, não pode dormir no sofá. - Gabriela sussurrou.

- Tá me expulsando? - Camila respondeu no mesmo tom fraco.

- Não - Riu. - Tô dizendo que você vai ficar com dor nas costas. Mas se me convidar pra ir com você, eu vou. - Sorriu.

Camila levantou de cara fechada, recolhendo sua roupa pelo chão. Encarou Gabriela por alguns segundos, já sem tanta timidez. Desceu os olhos pelo seu corpo, ainda sem expressão e esticou sua mão em direção à Gabriela.

- Vem... - Cedeu a um sorriso. - Sorte sua você ser convincente.

Gabriela tocou sua mão, levantando. Seguiram pelos cômodos até sua cama. Deitaram, ainda em silêncio, e ensaiavam uma conchinha tímida.

- Acho que isso é melhor que receber nudes pelo celular, não é? - Camila provocou, encaixando seu corpo ao de Gabriela.

- Sempre foi. - Respondeu, beijando sua nuca.

Você, de verdade (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora