CAPÍTULO 27. RELATÓRIOS

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— Sabe a que horas ela chega? – Gabriela olhava Camila de longe, calçando o par de tênis.

— Júlia? Já está chegando. Tem certeza que vai trabalhar? Seu olho ainda não está bom.

— Tenho. Preciso conversar com a Paola sobre o que aconteceu.

— Nós sabemos o que aconteceu.

— Eu briguei com um cliente na frente de vários outros, pra quem estava lá, foi isso que aconteceu. Isso pode causar prejuízo pra ela, inclusive processos.

Camila aproximou-se e ficou de frente com Gabriela, aguardando que ficasse em pé.

— Me desculpa por tudo isso, foi minha culpa.

— Não se preocupa. A culpa é só minha, eu não consegui me controlar.

— Pelo visto, nem sempre isso tem bons resultados como os que eu vi nessa casa. – Camila provocou, passando os braços em volta do pescoço de Gabriela.

— Camila... – A voz parecia advertir.

Aproximaram seus rostos mas puderam dar apenas um beijo antes que o interfone as interrompesse.

— Ahh! Droga. – Camila bufou com um riso contido indo até o aparelho. – Oi!... Sim, pode subir. Obrigada.

— Já decidiram o que vão fazer?

— Fofocar. Eu vou me limitar à uma taça de vinho e assistir à Júlia tomar todas que quiser, e vamos pedir alguma coisa pra comer.

— Tudo bem. – Gabriela sorriu.

Pouco depois, Júlia estava à porta. Foi recebida por Camila com um abraço apertado.

— Ah, meu Deus! Camila, isso é sua barriga ou você já jantou?

— Besta! Está crescendo... – Camila ergueu a blusa que usava, mostrando a barriga.

— Credo, e como! Já sabem o sexo?

— Ainda não, estamos disputando quem cede à curiosidade primeiro. – Gabriela apareceu na sala, já pronta para sair, e cumprimentou Júlia com um beijo.

— Cruzes, Gabriela! O que aconteceu com seu rosto? O que vocês andam aprontando aqui?

— A Camila vai te contar. É uma história engraçada.

— Não é engraçada. – Camila disse, séria.

— Bom, eu já vou. Fiquem à vontade.

Gabriela já estava na porta quando retornou.

— Ah, eu já ia esquecendo... – Gabriela finalizou a frase tomando Camila pela cintura e selando seus lábios de forma breve. – Agora sim. Ela é toda sua.

Júlia abriu a boca como se visse algo de outro mundo. Gabriela fechou a porta, deixando um sorriso debochado, satisfeita em jogar a bomba no ar.

— O QUÊ?! – Júlia ergueu os braços, procurando entender.

— Isso era uma das coisas que eu queria te contar. – Camila corou, com os dedos sobre os lábios.

— Vocês...? Vocês duas?

— Sim.

— Desde quando?!

— Há uns dias... E essa semana de novo. – Camila levou as mãos às bochechas, já rosadas.

O grito de Júlia pôde ser ouvido no andar inteiro.

— Calma, Júlia!

— Eu não acredito! Camila, como isso aconteceu? – Júlia ainda estava boquiaberta.

Você, de verdade (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora