CAPÍTULO 29. NOITE FORA (PARTE 2) [+18]

4.1K 299 83
                                    

— Gabriela, eu... Me recuso a sair desse carro! É impossível que meu filho queira que eu coma isso.

Gabriela saiu do carro rindo e deu a volta, até o lado do passageiro.

— Camila, acredite, é disso que você tá com desejo! Vamos, experimenta!

— Impossível! Peixe cru? Prefiro comer lama!

Camila cruzou os braços em sinal de indignação e permaneceu imóvel no assento do carro.

— Confia em mim. – Gabriela estendeu a mão, rindo da situação.

— E se você estiver errada?

Gabriela aproximou seu rosto do ouvido de Camila, sussurrando devagar.

— Se eu estiver errada, você pode fazer o que quiser comigo.

— Como você consegue ser tão confiante sendo tão tímida?

— Não sei... – Olharam-se de perto e Gabriela umedeceu os lábios, provocando.

— Gabriela... Não tem como eu gostar disso. Jura que você tá falando sério?

— É claro que sim. Vem, vamos, lá dentro te explico.

Camila obedeceu, a contra gosto. Só desfez o bico próximo à entrada, concluindo que não havia se produzido para parecer uma criança birrenta. Foram recepcionadas por um rapaz sorridente, que as levou até uma mesa. Camila pediu por uma mesa mais discreta, pensando na provável vergonha que passaria.

— Então, você me apresentou pra esse mundo de comida crua?! – Camila perguntou, terminando de se ajeitar na cadeira.

— Na verdade, não. Seu ex-namorado te apresentou pra esse mundo. Mas você não gostou muito da experiência com ele. Aí quando a gente se conheceu, eu te convenci a experimentar de novo, de um jeito diferente, e você gostou. Depois disso, não parou mais.

— Ainda estamos falando de sushi?

— Estamos.

— Parece que em vários setores, a história é igual. – Camila arqueou a sobrancelha, provocando, mas a tentativa de sedução foi interrompida por um dos garçons.

— Boa noite!

— Boa noite! – Gabriela respondeu com um riso tímido pelo momento que estava sendo cortado.

— Querem pedir algo pra beber enquanto escolhem?

— Claro... O que você quer beber? – Gabriela voltou-se à Camila.

— Um suco de laranja está bom.

— Pra mim, pode ser uma cerveja sem álcool. – Sorriu.

O rapaz finalizou, deixando-as a sós novamente. Ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Você é tão linda... – Gabriela quebrou o silêncio da mesa com um tom baixo.

— Sou?

— Muito.

Camila curvou os ombros para aproximar-se, e sussurrou:

— Não é sábio elogiar em local público uma mulher que está vivendo 24 horas por dia excitada.

— Não? Por quê?

— Porque estamos em um lugar público. – Camila riu, um tanto sem jeito, e abanou com as mãos em volta do pescoço. – Me deu até calor.

— Vamos trocar de assunto, então. Mais tarde continuamos esse.

— Melhor!

— Me fala como está indo a sua terapia e os exercícios.

Você, de verdade (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora