Professor ●Peterick● Parte 3

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Estava contando os minutos, desesperando-se a cada segundo que ficava para trás, pois significava que era um segundo a menos ao lado de Patrick.

A noite fora perfeita. Haviam conversado, compartilhado histórias, risadas, momentos, até alguns toques involuntários. Agora, estavam sentados em silêncio no carro, aproveitando as música que tocava no rádio.

Pete estava imerso em seus sentimentos. Queria mais daquilo. Mais encontros, conversas, sorrisos, toques.

Queria mais dele.

Estava cansado de manter tudo nas conversas pelo Instagram quando passavam a madrugada acordados. Desejava que ele fosse a razão de estar acordado.

Céus, não conseguia parar de pensar nisso desde o sonho.

Estava morrendo para saber como seria beijá-lo de verdade, sem ser um fruto de sua imaginação estranha. Se os lábios dele seriam tão deliciosos e se suas mãos eram quentes e se encaixavam perfeitamente em suas curvas.

O problema era que não fazia ideia como propor aquilo. Nem se lembrava como era um flerte apropriado, ou se deveria ir direto ao ponto. E se tivesse entendido tudo errado? Se a intenção dele fosse somente de amizade? Tentava encontrar as respostas repassando cada instante em sua mente, o que se provou não ter sucesso, já que, ao estacionar na frente do prédio em que morava, percebeu que não possuía solução para aquela equação. Apenas somava dúvidas.

- Pete, essa noite foi incrível. Muito obrigado, mesmo.

- Foi um dos melhores dias que tive nos últimos anos. Eu que deveria agradecer.

- Espero que possamos fazer isso novamente.

- Também espero.

Estava abrindo a porta para sair, quando parou e voltou a fitá-lo.

- Valeu a pena?

- O quê?

- Valeu a pena sair comigo, depois de tantos anos sem sair com ninguém?

- É claro que sim! Valeu a pena deixar de fazer muitas coisas se significar ter algo com você em troca.

Lentamente, aproximou-se dele, colocou a mão em seu rosto e sussurrou:

- Por você, passaria uma eternidade esperando.

Não ligava se estava sendo meloso demais, se fazia sentido, se deveria estar fazendo aquilo. Só pensava nele.

- Pete, nós deveríamos manter uma relação profissional. Não podemos fazer isso.

Mesmo com aquelas palavras, Patrick não se afastou. Sua mente dizia que era errado e deveria fugir, porém, seu corpo se recusava a sair dali.

- Eu sou o professor da sua filha, isso vai ser estranho, vai ser... por que não consigo me distanciar de ti?

- Porque você quer isso tanto quanto eu. Não quer?

Desviou a atenção para seus lábios, enquanto engolia em seco.

- Que se foda. Que se foda meu emprego, que se foda toda a ética do mundo! Quis isso desde a primeira vez que te vi. Você não sabe como entrou na minha cabeça.

- Eu posso entrar em outros lugares também.

Nem teve tempo para perceber o que falou e se envergonhar pela ousadia. Tinha um problema muito maior para lidar: os lábios dele pressionada contra os seus.

Podia não ter sido romântico e calmo como no seu sonho, mas era ainda melhor. Porque era real. Não era mais um desejo utópico, ele correspondia seus sentimentos em todos os sentidos.

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