Babá ●Peterick● Parte 2

70 4 0
                                    

>>>> Aviso: smut <<<<

Pete o seguiu através da porta decorada com a Lua, adentrando no grande quarto. Observou com atenção o local bagunçado, haviam coisas espalhadas em todos os cantos, desde roupas a discos antigos. Nem sabia porque alguém como ele teria aquilo, mas não teve tempo para pensar muito, logo o ruivo empurrou o corpo contra o seu enquanto virava a chave na fechadura.
- Agora aprendeu a trancar a porta? - provocou.
- Se continuar desse jeito vou ter que te trancar para o lado de fora.
- E perder toda a diversão?
- Precisamos ir logo com isso. Meus pais nos pegando juntos não é uma opção.
- Definitivamente não. Então, o que está esperando?
- Não sei, me diga você.
Sem responder, ele apenas beijou-o. A última vez que beijara alguém havia sido há um bom tempo, mas é o tipo de coisa que não se esquece. Era totalmente instintivo. Na verdade, tudo ali era. Aos poucos passavam a agir apenas pelo mais puro desejo do que pela razão.
Apesar disso, o clima permanecia leve, ambos não conseguiam parar de sorrir. Estavam cada vez mais confortáveis na presença um do outro, era como se conhecessem há muito tempo. As cenas e desconforto anterior haviam desaparecido de suas memórias. Junto a isso, havia a sensação de que tudo era novo. Descobriam algo diferente segundo a segundo. As respostas do outro a cada toque os fascinavam profundamente.
Naquele ponto, ambos haviam esquecido totalmente dos acontecimentos anteriores. Principalmente no instante em que Patrick colocou sua mão dentro da calça jeans apertada do outro. Dali em diante, foi praticamente impossível pensar em outra coisa além do quão incrível poderiam tornar aquilo.
Ele sabia que deveriam ir mais rápido, porém, não conseguia parar de mover sua mão lentamente, hipnotizado por cada gemido que escapava dos lábios do moreno, mesmo que estes fossem baixos como sussurros. A verdade era que nem sabia direito o que fazer, mas acreditava que estava fazendo certo até aquele momento, então, decidiu continuar. Enquanto isso, começou a beijar o pescoço do mais alto, tendo cuidado para não deixar marcas visíveis. Em qualquer outro contexto, acharia extremamente nojento a maneira como conseguia sentir exatamente o gosto da pele do outro, porém, estava perdido demais para pensar nisso.
- Acho melhor... movermos isso para... a cama - Pete murmurou, com a respiração entrecortada.
Juntos, cambalearam até o móvel, tentando ao máximo não se separar, o que se provou praticamente impossível. Antes que as costas de Patrick tocassem a superfície macia sua camiseta foi tirada. Nem sequer teve tempo para pensar no que estava acontecendo, afinal, estava focado demais nos beijos que eram distribuídos por todo seu corpo. Começaram no pescoço, descendo lentamente até parar no cós de suas calças. Quis gritar para que as retirasse logo, contudo, sentia-se sem voz. Não conseguia tirar os olhos do rosto do mais alto, que passou a se focar em tocar suas coxas por cima do tecido. Por mais simples que esse gesto fosse, sentiu-se totalmente encantado pelo jeito que o tocava.
- Não podemos perder - sussurrou, por mais que não quisesse pará-lo - tempo.
Aquilo pareceu tirá-lo do transe e perceber o que realmente estava fazendo ali. Não podia se dar o luxo de tocá-lo daquele jeito, era pessoal demais. Aquilo acabaria ali, mesmo que uma parte dele se sentisse viciada no garoto desde o instante em que seus lábios se tocaram.
Então, percebeu que um detalhe muito importante havia passado despercebido por suas mentes juvenis empolgadas. Encarou o mais baixo com um olhar temeroso, pensando que seu momento poderia ter sido acabado porque não pensaram antes.
- Espera, nós precisamos de proteção.
A expressão dele indicava que também esquecera daquilo, entretanto, após breves segundos empurrou-o levemente e se levantou.
- Agradeça a professora da aula de saúde que olhou no fundo dos meus olhos - abriu a última gaveta de seu armário e retirou um pequeno pacote - e disse que era para eu não engravidar nenhuma garota.
Eles riram até que o menino retornasse para a cama, quando o clima voltou a ficar sério como antes. O moreno aproveitou o momento para se despir totalmente e se sentiu aliviado por se livrar das peças que o apertavam. Tinha certeza que nunca se sentira tão excitado em toda sua vida quanto naquele instante, por mais que já houvesse tido relações com diversas outras pessoas. Talvez no primeiro momento não tivesse achado o garoto tão atraente, afinal, estava cego pela vergonha. Porém, vê-lo deitado em sua frente, sorrindo enquanto tocava-o fez com que perdesse a cabeça. Nem o conhecia direito e estava enlouquecendo com cada pequeno movimento.
Já havia retirado jeans, saias, moletons, mas era a primeira vez que retirava pijamas do Batman de alguém. Não que isso importasse muito, já que estava focado no que estava embaixo da roupa. Lentamente, afastou as pernas dele, ficando sem ar com a visão estonteante, Patrick era tão lindo que não sabia como ainda não havia perdido a sanidade ao seu lado.
- Eu preciso, uh, te preparar - falou, lutando para conseguir formar uma frase quando seu cérebro parecia ter derretido.
- Odeio isso.
- Mas é necessário. Não quero te machucar.
O jeito que disse aquilo fez com que acreditasse que realmente se importava. Além disso, estava certo. Não estava preparado para tanta dor. Contudo, foi impossível evitar uma careta ao vê-lo levar dois dedos a sua boca. Antes que pudesse comentar o quão nojento, e praticamente inútil, aquilo era, perdeu-se na maneira em que movimentava-os na boca. Conseguia ver claramente como sua língua circulava-os, causando tantos pensamentos na mente imaginativa de Patrick que teve que desviar o olhar para não perder o controle.
- Pronto? - debruçou levemente sobre seu corpo.
- Só acabe com isso logo.
Pete tocava, de forma delicada, suas coxas, na tentativa de distraí-lo da dor. Não era suficiente, mas ajudava muito. Principalmente porque se sentia emocionalmente acolhido por aquele ato. Era como se importasse de verdade para ele. Por mais que começaram aquilo como algo único e isolado, surgiam sérias dúvidas se seriam capazes disso.
Com o tempo, acelerava os movimentos até que o menor começou a emitir sons de prazer. Tinham que ser silenciosos, o que era uma pena porque estavam morrendo para escutar as aprovações que trocavam entre si.
Eles sabiam que não podiam se estender demais ali, mas não queriam cortar o momento. As sensações eram tão novas, mesmo que já houvessem feito aquilo antes. Parecia que haviam sido feitos para estarem juntos. Podiam ser os hormônios que os faziam sentir assim, ou talvez estivessem certos. Aquilo era para acontecer.
O sentimento só pareceu ter aumentado no instante em que o moreno penetrou-o. O mais baixo permaneceu escutando os pequenos gemidos que emitia e observando a maneira que seus músculos se flexionavam enquanto movia os quadris como uma distração para a dor crescente. Queria tanto aquilo que parecia que entraria em combustão se não o tivesse.
O mais alto quase não conseguia manter os olhos abertos, estava sobrecarregado pela sensação de estar dentro dele. A última vez que fizera aquilo tinha sido há um bom tempo, mas tinha total certeza que jamais havia sido tão bom.
Foi incapaz de se conter e beijou Patrick, engolindo cada suspiro e murmúrio que escapava por seus lábios avermelhados e inchados. Se aqueles sons fossem uma bebida, gostaria de se embebedar neles. Provavelmente viraria um alcoólatra porque jamais queria deixá-lo. Tentava gravá-los em seu cérebro para nunca esquecer dele e do jeito que o enlouquecia.
Não queria deixá-lo. Se pudesse se manter assim para sempre, escolheria, sem a menor hesitação.
- Por favor... - murmurou em um pedido desesperado para mais velocidade.
Sentia o suor escorrendo e podia ver que manchava os lençóis azuis de um tom mais escuro ao redor deles. Lentamente, levou sua mão a dele, entrelaçando seus dedos, enquanto admirava o belo contraste entre os tons de pele, e depois apertou com força ao mesmo passo que aumentava a velocidade de seus movimentos. Patrick usou o braço livre para impedir que gemesse alto demais e o mordeu, sem se importar se ficaria uma marca. Só precisava de algo para se focar além do quanto queria gritar. Para o outro, estava sendo ainda mais difícil se manter quieto, então, mordeu o lábio inferior, ao ponto de causar um machucado.
Estavam ficando cansados e sobrecarregados de prazer, porém, ainda foram capazes de escutar o barulho de um carro se aproximando. O tempo deles havia acabado. Tão perto e teriam que parar. Apesar de estarem extremamente tentados a simplesmente continuar e deixar que os descobrissem, sabiam que precisavam parar.
O maior encarou-o em uma busca silenciosa por uma sugestão do que fazer. Não queria deixá-lo daquela maneira, tão próximo, tão belo, tão insatisfeito. Mas nada poderia fazer se pedisse para que parasse. Entretanto, surpreendentemente, ele respondeu:
- Não pare, Pete. Céus, por favor, não pare!
Fez como o pedido, apenas ia cada vez mais rápido. Sabia que causaria dor em ambos, já podia sentir suas pernas falhando por aguentar seu peso em movimentos repetitivos por tempo demais. Contudo, agora precisava fazer de tudo para chegar ao ápice, o risco de serem pegos não poderia ser em vão. Então, segurou nas coxas dele e o puxou levemente para cima, tornando seu ângulo mais certeiro. A única coisa que os mantinha eram as substâncias que corriam suas veias e evitavam que o cansaço fosse forte demais. O bom da natureza humana era que haviam sido feitos para aquilo. Seus instintos diziam para continuar até o fim, por mais que significasse seu  próprio fim. E foi o que fizeram.
O ruivo teve certeza que arrancara um pedaço de sua pele tamanha a força que mordeu o braço para não gritar o mais alto que seus pulmões permitiam. Ainda assim, estava alto demais. O mais velho decidiu não se importar e simplesmente começou a beijá-lo, evitando que ambos gritassem mais do que a boca do outro permitisse. Aquilo fez com que quase perdesse o foco do que precisava fazer, porém, seu nome sendo chamado no andar inferior o trouxe de volta à realidade.
Encarou profundamente nos olhos azuis do outro enquanto tocava-o delicadamente, o que se tornou seu último movimento antes que finalmente atingissem o que tanto almejavam. O pior daquela situação foi que sentiu seus músculos se relaxando profundamente e caiu sobre o outro, sem conseguir respirar ou pensar direito. Estava praticamente a ver estrelas. Parecia que iria desmaiar. Jamais havia se sentido assim antes.
Só conseguiu raciocinar um pouco ao sentir seu cabelo, agora molhado pelo suor, sendo tocado pelo outro. Patrick queria poder ficar ali para sempre. Sem se importar com seus pais. Se fechasse os olhos, poderia imaginar como seria bom abraça-lo e passar a noite inteira observando-o tão tranquilo e relaxado daquela maneira. A voz de sua mãe o lembrava da dura verdade que precisava partir.
- Eles estão subindo - começou a se desesperar.
- Nós estamos mortos - parecia ter despertado, com uma nova carga de adrenalina no sangue.
- Tive uma ideia, vá para o banheiro.
- O quê?
- Entre no banheiro, se limpe, jogue tudo que precisar no lixo e se troque lá, vou distraí-los. Confie em mim.
Levantaram o mais rápido que podiam, recolheram as roupas espalhadas e começaram a se vestir. Logo, batidas na porta foram ouvidas. Agora sozinho no quarto, o ruivo jogou um cobertor na cama para esconder as evidências de sua presença e correu, já totalmente vestido.
- Querido, o Peter está aí? - questionou ao vê-lo.
- Está no banheiro. É que ele me escutou gritando por causa de uma aranha e se ofereceu para matá-la.
- Oh... isso é suor?
- Não! - quase gritou - Eu acabei de sair do banho. Foi assim que vi a aranha.
Quase como se ensaiado, o garoto saiu do local, com as roupas um pouco tortas, mas já completamente vestido. Ainda estava com os cabelos úmidos, a maquiagem escorrida pelas bochechas e o rosto vermelho, mas não parecia ter acabado de fazer sexo com o filho da sua chefe. Bom, ao menos esperava que não parecesse.
- Você é tão gentil, Peter. Não precisava fazer isso.
- Qualquer coisa para ajudar.
- O seu dinheiro está lá no andar de baixo. Pode me acompanhar?
- Claro.
- Está tão cansado assim de perseguir um inseto?
- Ah, era uma aranha bem rápida. Ela se escondeu muito bem. Tipo, ela entrou em um buraco muito pequeno e quase sumiu. Mas, felizmente, consegui fazer com que saísse.
Apenas assentiu e fez um sinal para que a acompanhasse. Parecia ter acreditado na mentira mal feita deles, então, tudo estava dando certo. Sentiam-se um pouco mal por mentir, porém, era necessário. Se soubesse a verdade estariam mais do que mortos.
Dessa vez, o menino acompanhou a mãe até a porta, parecendo muito grato por ter sido livrado do inseto. Não conseguia parar de sorrir, mesmo que sentisse a dor começando a aparecer conforme o estado de êxtase deixava seu corpo. Se ela não fosse completamente alienada à vida dele, teria certeza que estava fazendo sexo com o garoto segundos antes. Estava extremamente óbvio. Foi a primeira vez que se sentiu aliviado por seus pais não se importarem com sua vida.
- A senhora tem meu número, certo? Se precisar de qualquer coisa é só ligar - Pete encarou o ruivo - vou repeti-lo, para confirmar e não restar nenhuma dúvida.
Fitava-o profundamente para deixar claro que era para anotar e mandar mensagem. Aquilo com certeza não acabaria ali. Tinha sido bom demais para que parasse. Ambos concordaram silenciosamente que precisavam fazer isso novamente.
Embora não tivessem começado a noite imaginando que acabaria daquela maneira, não poderia estar mais gratos. Tinha sido praticamente perfeito, exceto pelo desespero de quase serem pegos. Precisavam repetir com mais calma e sem pais por perto. E provavelmente passar daquilo. Queriam se conhecer mais e explorar mais ainda a conexão estranha que sentiram.
- Tudo bem. Na verdade, está livre no próximo sábado? Não vamos conseguir contratar alguém essa semana, então, poderia vir cuidar das crianças, mesmo valor, mesmo horário?
Sorriu e, encenando sua melhor pose de bom garoto, disse:
- Claro que voltarei, foi adorável cuidar do Kevin e da Megan e foi um prazer ajudar o Patrick.

One shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora