Elevador {parte 2} ●Peterick●

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nota: wattpad tentou me derrubar de novo e apagou metade disso, até me fez chorar de raiva. Mas eu voltei mais forte. Então, aqui vai a parte dois - escrita na base do ódio a esse App - de uma das minhas oneshots favoritas.

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Apesar de estar há seis anos namorando Pete, ainda tinham coisas que me faziam sentir como se nenhum dia tivesse passado. Por exemplo quando ele sorria, fazendo meu coração se acelerar. Ou quando me tocava e fazia ondas de eletricidade percorrerem todo meu corpo.
Mas, obviamente, tinha o lado ruim. Ou melhor dizendo, o lado péssimo. Nunca pudemos assumir nosso relacionamento. Uma vez, surgiram rumores que ele seria gay. As ações da empresa despencaram. Pelo seu bem, decidimos que iríamos esperar mais.
Agora que minha carreira estava decolando um pouco, ficava mais complicado ainda.
Bem, falando em decolar, estávamos novamente em seu avião particular, indo para a cidade luz. Nós tínhamos uma certa queda por Paris, com a bela arquitetura, os grandes canais e belíssimas obras de arte. Mesmo que, em minha humilde opinião, ele fosse a mais bela obra de artes do mundo.
Por mais que fizesse aquilo por anos, sempre me sentia empolgado. Ser bilionário era tão melhor do que ser um cantor iniciante. Tinha aviões particulares e chiques em vez de ônibus apertados. Além de uma tripulação inteira para nos servir com champanhe de qualidade excelente.
- Essa garrafa deve custar mais do que minha vida - brinquei, bebendo um gole do líquido.
- Eu daria todo o dinheiro que tenho pela sua vida.
Senti meu rosto se esquentar e sorri.
- Você não tem jeito mesmo.
- Não... - sorriu.
Ele era tão lindo que fazia meu peito doer.
- Tricky, acho que precisamos falar sobre algo.
Eu geralmente não desviaria meu olhar do céu lá fora, porém, o tom de voz dele me fez prestar extrema atenção.
- Provavelmente ainda não ouviu, mas surgiram rumores de que... estou namorando com Meagan Camper.
- Oh... - foi tudo que consegui falar.
Todos conheciam ela. Era uma modelo linda e famosa. Provavelmente namoraria um cara como ele.
- Você... desmentiu? - questionei, hesitante.
- Não. As... ações da empresa subiram bastante desde que eles apareceram.
Senti meu sangue ferver. Lucro. Ele só pensava em lucro.
- Olha, Patrick, sabe como eu te amo e, além disso, em algum momento, ela vai desmentir.
- Claro, Peter.
Eu nunca o chamava assim. Só quando estava realmente bravo. Como naquele momento.
Sentia como se fosse explodir.
- Querido - tentou falar.
- Está tudo bem.
- Mas...
- É sério. Entendo essa coisa. Lucro, etc, etc. Por mais que eu seja um entregador de pizza - disse com ênfase - entendo. Acho que estou cansado. Vou dormir um pouco.
Encarou-me com uma expressão magoada, contudo, apenas murmurou:
- Durma bem. Eu te amo.
Não respondi. Será que me amava mesmo? Ninguém sabia. Literalmente. Os únicos que sabiam da nossa relação eram seu assistente pessoal, Jason, e mais alguns empregados. Todos assinaram um contrato de sigilo. Com certeza a maioria deles achava que era apenas um garoto desconhecido que havia seduzido um cara mais velho por dinheiro. Só que eu nunca liguei para o dinheiro dele. Não. Amava Pete. Não Peter Wentz, o bilionário. Tinha certeza disso. Porém, a real questão era: e ele? Ele me amava de verdade? Ou não passava de um brinquedo nas suas mãos?
Ninguém poderia dizer. Jamais.

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A recepcionista do hotel parecia simpática. E bem bonita. Talvez fosse uma boa opção para Pete esconder nosso namoro.
- Boa noite, reservas para Peter Wentz, por favor.
Era óbvio que sabia quem era. Havia estado ali diversas vezes.
- Duas suítes de luxo, certo?
- Sim.
Revirei os olhos, o que não passou despercebido por ela.
- Algum problema... senhor?
- Não, nenhum. Duas suítes de luxo é uma maravilha. Somos grandes amigos. Por que não deveríamos ter duas suítes?
- Leve nossas malas para o quarto, por favor. Vamos, Patrick - pegou os cartões de entrada e saiu andando, com uma expressão irritada.
Relutantemente o segui.
- Por que está agindo assim?
- Por que se importa? Por que não vai ficar com sua modelo super linda que te aguarda?
- Patrick...
- Não, não se preocupe. Não vou te incomodar em minha suíte de luxo.
Ele finalmente parou, em frente ao seu quarto. Eu iria ficar no dormitório ao lado. Entretanto, não poderia ficar com o meu namorado. Dessa vez não teria ninguém saindo do lugar no meio da madrugada e indo para a cama do outro.
- Você precisa entender.
- Oh, entendo. Acredite.
- Não é fácil para mim.
- Definitivamente não é o que parece.
- Sabe que te amo.
- Aparentemente só eu sei mesmo.
- Você não facilita as coisas para mim. Estou tentando conversar.
- Não tem sobre o que falar.
- Caralho, Patrick, não consegue entender? Posso perder tudo.
- O que aconteceu com o 'daria todo meu dinheiro por você'?
Naquele momento era impossível não chorar. Não poderia parecer fraco na frente dele. Então, entrei no meu quarto e tranquei a porta, deixando-o do lado de fora.
- Patrick, por favor...
- Me deixa em paz.
- Por favor...
Sua voz estava quebradiça e irregular. Aquilo quebrou meu coração.
Finalmente cedi, mesmo sabendo que iria me arrepender segundos depois.
- Precisa entender meu lado.
- Eu entendo que a droga da sua empresa é importante.
- Não é só isso. Nunca ficaria com alguém como ela.
- Não é o que todos nesse maldito planeta pensam!
- São negócios!
Aquilo foi como uma facada.
- Oh, é isso que sou? Negócios?
- Não foi o que quis dizer.
- Então, o que foi?
- Jamais entenderia. É um artista. Pode dizer que é gay e ninguém liga. No mundo dos negócios é diferente. Aqui as coisas são de adultos.
- Está me chamando de criança? É isso que sou, não é? Um garoto idiota que achou que você poderia sentir algo quando estava apenas me usando como seu brinquedo? Às vezes gostaria que fosse Jason e não Pete Wentz.
Silêncio. Silêncio foi sua resposta. Doía como se estivessem enfiando um milhão de adagas no meu coração.
- Me deixe em paz - sussurrei.
- Patrick...
- Eu disse para sair. Ou chamo a segurança. Escolhe.
Não conseguia encara-lo enquanto saía. Portanto, apenas tranquei a porta e me joguei na cama, chorando desesperadamente.
Sempre odiei elevadores. Ficar preso em um lugar apertado com vários desconhecidos. E agora os odiava mais do que nunca.

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