Experiência ●Trohley●

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««Aviso: smut»»

- Isso deve ser literalmente impossível - Andy exclamou.
- Só contei o que o Pete disse - Joe deu de ombros.
Como qualquer adolescente, eles debatiam se a mais nova "história" contada pelo amigo poderia ser verdadeira. Dentre todos os três, este era o único que possuía qualquer experiência em relações, portanto, adorava perturbá-los com coisas que não podiam decidir se eram reais ou não.
- Eu odeio quando ele faz isso.
- O mais irritante é que ele consegue entrar na nossa cabeça de fato.
- Nós nunca vamos descobrir!
Ele grunhiu, jogou o celular no sofá ao seu lado e fitou o teto de madeira do porão. O que era para ser uma tarde agradável jogando videogame com o amigo tinha se tornado um pesadelo.
- É muito engraçado contar sua vida sexual para os amigos virgens já que eles não podem distinguir entre a realidade e a mentira, haha, Pete Wentz - poucas coisas deixavam-no irritado como aquilo.
Naquele instante, um pensamento passou tão rápido na cabeça do menino de cabelos cacheados que nem sequer conseguiu pensar antes que as palavras saíssem de sua boca.
- E se nós tivéssemos experiência?
- O quê?
Arrependeu-se no mesmo segundo, ideia era muito idiota para que pudesse cogitar.
- Está dizendo para sairmos por aí atrás de garotas? Isso não é tão fácil quanto parece.
- Não, é que.... merda.
Respirou fundo, tentando checar se estava perdendo a sanidade. A conclusão era que definitivamente estava. Jamais poderia imaginar que estava prestes a pronunciar aquelas coisas.
- Quero deixar bem claro, muito claro mesmo, que não sou gay ou qualquer coisa do tipo.
- Agora estou com medo de onde isso está indo.
- Estava sugerindo que nós dois, uh, adquiríssemos experiência.
- Está sugerindo que eu.... e você....?
- Sim.
- Isso é loucura.
- Tenho plena e total consciência disso.
- Cara, eu não... olha, não me leve a mal de maneira alguma. Quero que saiba que não tem nada de errado se você curtir caras, só não é minha praia.
- Andy, acabei de dizer que não sou gay! Foi só uma ideia idiota, deixa para lá.
- Desculpa, mano, é só que não esperava isso.
Estava totalmente envergonhado, nem sabia o porquê de aquilo ter passado em sua mente. Apenas mais uma ideia de bosta para sua lista.
O que aconteceu em seguida foi ainda mais inesperado. Toda aquela situação estava tomando um rumo que ambos não esperavam, nem entendiam.
- Não queria nada muito intenso, não é?
- Claro que não. Eu, uh, me sinto totalmente despreparado. Poderia ser... algo mais simples?
- Está sugerindo um bo...?
- Por favor, não termine essa palavra. Só vai tornar tudo pior - fechou os olhos, como se não quissesse pensar - e muito, muito real. Só vai me lembrar que você é meu amigo e que eu estarei...
- Entendi, não precisa continuar.
Ficaram em silêncio, por alguns segundos. Até que Andy suspirou e se virou para o outro.
- Vai ser tipo um experimento científico, certo? Nenhum de nós dois gosta de garotos, então, não vamos sentir nada. Será apenas para não sermos mais enganados nesse quesito, certo?
- Sim, claro. Só para a ciência.
- Não acredito que estou prestes a aceitar isso.
- Céus...
O ruivo começou a rir, sem conseguir acreditar que iria realmente fazer aquilo. Jamais, em toda sua vida, imaginou que aceitaria uma proposta daquelas, principalmente, vindo do seu melhor amigo.
- Sim - falou, antes que tivesse tempo para se arrepender.
- Uh, ok... eu... ok.
Joe encarou-o e começou a rir.
- Vamos mesmo fazer isso?!
- Agora?
- Bom, temos quase duas horas antes que o Pete chegue aqui - disse ao checar seu celular.
- Com certeza vai acabar bem antes disso.
- Vamos lá!
Respirou fundo e se levantou, indo para a frente de Andy.
- É apenas um experimento, certo?
- Totalmente.
- Não curtimos caras.
- Com certeza não.
- O que eu deveria fazer agora? Tirar minhas calças?
- Acho que facilitaria o processo.
Enquanto se ajoelhava, o outro removia as roupas. O momento parecia estranho e desconfortável e nem sabia o que estavam pensando quando decidiram que era uma escolha aceitável. Porém, eram garotos de dezessete anos, até o mínimo contato sexual seria como uma festa para eles.
- Uma última coisa, você não está chapado, está?
- Não, totalmente sóbrio.
- Ok, então, nós dois estamos totalmente sóbrios, em pleno exercício de nossas faculdades mentais, decidindo fazer isso?
- Se você está perguntando se estamos loucos, acho que estamos. Mas, cara, eu já estou de joelhos, é melhor só acabarmos com isso logo.
- Concordo.
Aquela cena não foi algo para o que o mais novo estava preparado. Sempre imaginou que se visse um de seus amigos totalmente nu na sua frente, sentiria-se muito desconfortável e traumatizado. E uma parte dele gostaria que tivesse se sentido assim. Porque tudo que sentiu naquele momento foram os seus shorts se tornando cada vez mais apertados.
- Quer desistir?
- Só se você quiser.
- Eu não quero.
- Ótimo.
Tocar na pele de outra pessoa daquela maneira era bem mais assustador e menos atraente do que achou que seria. Não sabia como agir, então, decidiu apenas seguir seus instintos e começou a movimentar sua mão lentamente, mantendo os olhos fechados, afinal, não queria se lembrar de quem estava ali. O ruivo fazia a mesma coisa, mantendo o olhar no teto, pensando se deveria imaginar que não era seu melhor amigo. Parecia errado pensar que era ele porque era tão bom. E isso que nem haviam chegado na suposta melhor parte.
Ele já tinha dado um selinho em Pete, apenas de brincadeira, e não via problema algum nisso. Mas aquilo ultrapassava todos os limites que acreditava ter. O pior de tudo era que não queria parar.
Finalmente abriu os olhos, já que achou estranho continuar sem ver o que estava acontecendo, rapidamente se arrependendo. A maneira como Andy estava era simplesmente divina, com o rosto avermelhado e mordendo o lábio inferior. Essa expressão se intensificou no instante em que sentiu a boca do outro. Um gemido incontido ressoou pelo ambiente inteiro e ele apertou com força o braço do sofá, tentando impedir a si mesmo de puxar os fios encaracolados do amigo.
Aquela era a melhor sensação que já sentira. Talvez o emo estivesse certo, realmente não houvesse nada melhor no mundo do que aquela sensação quente e úmida ao mesmo tempo. Pela primeira vez, acreditou que uma história era verdade.
Enquanto isso, Joe travava uma batalha interna a respeito do quão longe deveria ir. Nunca tentara descobrir como era seu reflexo, mas pensou que se relaxasse a garganta talvez fosse possível ir mais fundo. Spoiler: estava errado. Engasgou e teve que se afastar, tossindo muito.
- Está tudo bem? Você quer parar?
- Calma...
- Eu sabia que isso era uma péssima ideia, nós não deveríamos...
- Calma! - respondeu, tentando respirar - Só... deixe eu me recuperar...
- Certo.
Algum tempo depois, sentiu que o incômodo já havia melhorado ao ponto de poder às suas atividades.
- Me desculpe - murmurou.
- Está tudo bem.
- Onde eu estava?
- Bem, não tem muitos lugares para estar.
Sorriu e voltou para perto dele, dessa vez sem desviar o olhar. Ali estava outro momento que não imaginavam. Quando estava perdido nos olhar azuis de Joe, era impossível imaginar que era outra pessoa. E não queria que fosse outra pessoa. Gostava que era ele ali, fazendo-o se sentir como nunca antes.
Haviam perdido totalmente a noção do tempo, porém, não importava. Tinham quantas horas precisassem e gostariam de continuar ali por muitos minutos. O problema era que seria sua primeira vez e não conseguiria se controlar. Ainda mais porque o outro se movia cada vez mais rápido.
Sem que pudesse perceber, moveu a mão até os cabelos dele e puxou levemente, recebendo um gemido em troca. Aquelas vibrações aumentaram o prazer e foi incapaz de não mover os quadris para cima. Sentiu-o tossir, mas ele não se afastou nem um milímetro. Na verdade, aumentou a velocidade, também fazendo com que o frio em sua barriga aumentasse de uma maneira indescritível.
- Céus, Joe! - gritou, fazendo-o agradecer mentalmente por estarem sozinhos na casa.
Em questão de segundos, aquilo se tornou demais para ele. O jeito que se movia, a sensação de sua boca, a maneira que suas unhas marcavam as coxas, tudo. Segurou a cabeça dele no lugar e deixou que seu próprio pescoço se inclinasse em um ângulo estranho, enquanto emitia o som mais alto que já ouvira. Assim, o alívio percorreu cada músculo de seu corpo, relaxando-o a um ponto que achava impossível.
Quando percebeu o que estava fazendo, rapidamente soltou Joe, deixando que se afastasse por completo.
- Desculpe, deveria ter te avisado - disse, vendo-o limpar a saliva que havia escorrido em seu rosto com a barra da camiseta.
- Está tudo bem - fez uma careta de dor ao perceber que sua garganta doía ao falar.
Andy voltou a encarar o teto, ainda sem conseguir se mover.
- Isso foi bem menos nojento... do que achei que seria. Um pouco mais, uh, doloroso, talvez - tossiu um pouco.
Ele voltou a fitá-lo e não conseguiu conter o riso.
- Para de me olhar com essa cara!
- Que cara?
- Como se não estivesse acabado de tirar meu pau da boca.
- E como faço isso?
- Não sei!
Eles riam como velhos amigos, o que, bem, de fato eram. Gargalharam até perderem o ar, o que não foi muito difícil para o mais alto, já que estava sem fôlego devido aos minutos anteriores.
Finalmente, saiu da posição de joelhos, sentou no chão e jogou um pacote de lenços para o outro.
- Não acredito que o Pete estava certo.
- Ele vai surtar quando souber disso.
- Nós vamos contar?
- Claro, contamos tudo um ao outro.
O mais baixo assentiu e continuou sua tarefa de limpeza, o que parecia bem mais nojento e menos prazeroso que o ato em si.
- Isso vai ficar na minha cabeça por muitas, muitas noites.
- E muitos banhos - completou Andy.
- Muitos banhos! - levantou a mão como se estivesse brindando.
A amizade deles era assim, leve e sincera. Podiam contar tudo e sempre teriam o outro como apoio. Mesmo nas decisões mais idiotas.
- Não sei você, mas estou definitivamente duvidando minha sexualidade agora.
- Nem chamaria isso de dúvida, tenho total certeza que sou qualquer coisa... menos hétero.
Joe colocou a cabeça entre as mãos e continuou a rir, dessa vez por não conseguir acreditar no que fizeram. Ainda sentia dor e sua voz estava levemente rouca, tornando a situação mais engraçada na sua mente confusa.
- Cara, isso foi insano.
- Foi mais que isso. De onde você tirou essa ideia? Não. Quer saber? Não ligo. É a primeira vez que uma ideia sua é realmente boa e ninguém sai ferido.
- Fale isso para os meus joelhos! Não sabia que eram tão frágeis. E, espera, você não vai se vestir?
- Não consigo ficar em pé. Minhas pernas parecem macarrão que ficou na água quente por três horas.
Permaneceram assim por mais alguns instantes, apenas aproveitando a companhia. O primeiro a se movimentar foi Andy, que levantou e colocou as calças, logo estendendo a mão para Joe:
- Quer ajuda?
- Por favor! A situação na minha cueca não está deixando isso daqui nada confortável - falou ao andar.
- Eu não acredito que você... ew!
- Não me julgue. Pelo menos o meu está nas minhas roupas, o seu está nos meus órgãos internos!
- Que nojo, Joseph!
- Você não reclamou na hora - fez o sinal de rendição e sorriu.
Ele o empurrou levemente, tentando esconder o riso. Toda a estranheza do começo do dia havia desaparecido por completo. Incrivelmente, pareciam mais amigos do que antes.
- Não consigo acreditar que eu causei isso.
- Foi só o primeiro de muitos. Melhor se acostumar.
- Vai querer isso de novo? - o ruivo questionou.
- Definitivamente. A não ser que você tenha achado ruim.
- Oh, eu faria isso novamente agora mesmo se sua voz não estivesse estranha e não sentisse que meu coração não aguenta mais disso.
O mais novo sentou no sofá, mantendo as pernas afastadas e esticadas para aliviar o incômodo. Então, pegou o celular e viu que tinham muito tempo até a chegada do amigo restante.
- Está sugerimos uma amizade colorida?
- Estou sugerindo ser o que você quiser, Joe.
- O que eu quiser?
- Sinceramente, tem tantos hormônios percorrendo meu corpo nesse momento que acho que aceitaria se me pedisse em casamento.
- Com certeza temos que ir com mais calma. Sendo honesto, tudo que quero agora é tomar um banho.
- Vamos, eu te empresto uma roupa.
- Aw, obrigado, Andy.
- Vamos, idiota - pegou em sua mão e o puxou até ficar em pé.
Aquela sim era a mais bela amizade que encontrariam em toda sua vida. E não pretendiam terminá-la tão cedo.

§§§§§

Bom, acho que, puderam observar que minha era clean no wattpad chegou ao fim.  Falando nessa "querida" plataforma, acabei de descobrir que não recebo direito as notificações dos comentários, alguns simplesmente não aparecem, então, motivo número 198332689 para odiar o wattpad :)

Enfim, espero que tenham gostado <3

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