Smile while you suffocate ●Peterick●

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Aviso: violência, linguagem imprópria, conteúdo sexual.

Patrick estava irritado. Não como quando alguém comia o último doce do pacote ou quando Pete fazia comentários indecentes para vê-lo corar.

Não. Aquela vez era diferente, podia ver a raiva em seu olhar do outro lado do ambiente. Sabia que era diferente porque ninguém no mundo conseguia deixá-lo bravo daquela maneira. Andy era sempre o pacificador e Joe apenas revirava os olhos para suas besteiras. Agora, ele não. Gostava de provocar para ver até onde iriam. Geralmente, alguns socos trocados na lateral da van e marcas roxas em seus rostos.

Daquela vez, no entanto, ele não tinha feito isso com a intenção de irritá-lo. Estava com raiva por sentir que o outro não o escutava. Tão bravo que só percebeu o que fizera depois que encarou a pilha de pedaços de papel aos seus pés.

Uma música inteira, na qual trabalhavam sem parar por dois dias. Na verdade, nem lembravam a última vez que tinham dormido. Estavam trabalhando sem parar para lançar seu segundo álbum, deixando-os fora de si.

Provavelmente, isso tornava a situação pior. Suas mentes estavam mais do que exaustas, funcionando com salgadinhos, café e energéticos de péssima qualidade pelas últimas horas.

E, para piorar ainda mais, estavam sozinhos. Nenhum dos membros conscientes da banda estava ali para impedir que se batessem até desmaiar.

- Por que fez isso, seu filho da puta?

- Porque você é um mimado que acha que sabe tudo!

- Eu?! - riu.

- Tem outro mimado do caralho aqui?!

Ele engoliu em seco ao ver o mais baixo caminhar na sua direção. Para alguém que nunca havia brigado com ele, provavelmente acharia que seria fácil ganhar. Com certeza, não tinha a aparência de alguém forte, com os óculos de armação escura, o cabelo longo e a estatura baixa. Contudo, era como se virasse outra pessoa quando estava bravo, capaz de fazer qualquer coisa.

- Você que é mimado!

- Uau, estou tão ofendido, Patrick.

Ironia pareceu não ter sido a melhor opção naquele instante, já que não havia percebido que estavam perto demais da parede do pequeno apartamento. Estava sem opções para fugir.

- Todo o nosso trabalho, nosso tempo, nosso esforço, tudo foi para o lixo! Quero ver o que o resto da banda vai pensar quando perceber o que fez.

- Adivinha só... Não estou nem aí

Isso era mentira. Estava morrendo de medo e arrependimento. Porém, não deixaria que soubesse. Tinha que fingir bem. Toda sua atuação, no entanto, foi por água abaixo quando sentiu a mão contra seu pescoço. Ainda sem aplicar força, era somente um aviso.

- Oh, você acha que é tão corajoso... Quero ver o quanto isso vai durar.

- Acho que não quer descobrir - tentou permanecer calmo.

- Pode ter certeza que quero.

Antes que pudesse dizer algo, o aperto contra sua garganta aumentou, restringindo o ar. Ele se debatia, chutava e arranhava o braço do menor, mas nada adiantava. A fúria havia tomado conta dos olhos azuis outrora inocentes.

Ali estava o outro Patrick. Assustador, irritado, furioso e sexy. "Espera", o moreno pensou. Sabia que não deveria estar pensando aquilo sobre o amigo. Principalmente naquele instante.

- Você me irritou tanto hoje que não tenho palavras para descrever. Vai pagar por isso.

Começou a engasgar ao tentar, em vão, respirar normalmente. Conseguia ver as suas unhas pintadas de preto arranhando a pele dele, deixando riscos avermelhados.

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