Meu Adorável Contador BL (sem revisão)

Um despertar doloroso

Um som de bip me desperta. Luzes brilhantes fazem meus olhos lagrimejarem. Eu os fecho rapidamente e sinto meu corpo pesado e doendo em todo lugar. Tento erguer minhas mãos. Sinto um monte de agulhas enfiadas nelas e o movimento me fez gemer de dor. Meu coração dói tanto com as lembranças que choveu em minha mente. Abri os olhos novamente e olhei a volta e percebi que estava em um hospital. Pra ser mais preciso, em uma UTI. Fechei os olhos para esconder minha dor e ódio que eu sentia de mim mesmo. Eu estava literalmente quebrado, fodido... não havia mais nada que me segurasse a esse mundo. Perdi tudo. Desejei do fundo do meu coração, morrer. Queria ficar junto com aqueles que me tiraram do orfanato e me deram um nome, uma vida digna...

Eu, em egoísmo e amor cego, os levei para a a morte. Essa culpa e dor, eu carregaria para todo o sempre.

Não segurei as lágrimas. Chorei durante um bom tempo, até meus olhos incharem e adormecer cansado.

Não percebi, que eu estava sendo monitorado por câmeras. Nem quando um homem entra no quarto e acaricia meu rosto, com tanto carinho e amor.

Um beijo é depositado em meus lábios descorados.

Quando acordei novamente, uma enfermeira estava me medicando e eu estava em quarto amplo e bem iluminado. Olhei para o gesso em minhas pernas que eu havia ignorado antes e fiquei em silêncio. Não perguntaria nada. Minha vida e morte... tanta faz, como tanto fez!

Cai em uma depressão profunda. Meu mundo ficou mais escuro e meus olhos perderam o foco. Eu estava literalmente querendo morrer. Entrei em mundinho, onde só havia culpa, medo e dor. Um lugar que eu não queria sair de lá.

Um policial veio tomar meu depoimento e descobri quem foi o causador de tudo. Jiang Chen. Ele havia roubado uma fortuna da família Shi e jogou toda a culapa em cima de mim, no que causou a morte de meus pais.

Senti um ódio tão forte que cheguei a adoecer.

O pior foi descobri que meus pais adotivo, eram os seus biológicos.

Contei para o policial quem havia me tortura e quase me estuprado.

Em meu ódio, eu estava resoluto! Queria vingar a morte da minha família. A dor que eu senti, que eles sentiram, devolveria tudo em dobro, até dez vezes se possível.

Essa foi a motivação para que eu saísse da depressão que estava e o poço sem fundo.

Mas eu estava muito fragilizado e traumatizado, tanto física como emocionalmente.

Dez dias se passaram.

O velho Lu veio me visitar. Ele me disse que eu teria uma bela surpresa. Um homem de meia idade, perecido comigo, apareceu a minha frente, me deixando sem saber o que dizer. Em poucos minutos, soube que eu tinha uma família. Mas a dor que eu sentia pela que perdi, acabou com a alegria que eu poderia sentir. Chorei muito. Meu pai, Raziel, entendia muito a minha situação. Ele e o velho Lu ficaram mais perto de mim do que nunca, me apoiando.

Um médico muito bonito, com olhos penetrantes negros familiares, cuidava pessoalmente da minha higiene pessoal e fazia meus curativos. Sentia suas mãos acariciarem meu corpo. Isso me fez lembrar de outras mãos e me deixou em pânico. Meu corpo congelava quando as sentia. Quando fechava os olhos, via Shi YanHui apalpando meu corpo, me batendo, me mordendo até arrancar sangue e enfiando seu pau em minha boca, até fazê-lo gozar. Tentei superar, mas era complicado. Esse trauma, não sabia como esquecer.

Médicos de todas as especialidades vieram me ver. Exames e mais exames, foram feitos em mim. Alguns me disseram que eu escapei por pouco. Eu havia passado por cirurgias e a mais complicada era do meu peito. Tive alguns ossos quebrados nas pernas, costelas e meu coração quase foi perfurado. Minha recuperação seria difícil. Dependeria da minha força de vontade. O que me acalmou um pouco foi saber que não haveria sequelas em minhas pernas, só restaria as cicatrizes, evidência de tudo o que passei.