Julian Trevor/Rizzo(bônus)

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Vou relatar um pouco da vida de Julian,do ponto de vista dele. Segurando o lenço para não chorar. Vamos lá!



Eu não lembro da minha mãe.

Ela foi embora quando eu tinha apenas dois anos de idade. Na verdade, ela me abandonou para viver com outro homem e nunca mais tive notícias dela. Talvez fosse melhor assim. Ela nunca seria uma mãe exemplar, devido ao histórico familiar da família Rizzo. Todos eles eram escórias da pior espécie. Não há apegou ou afeto familiar entre seus membros. Em piscar de olhos, você poderia ser vendido por alguém por dinheiro e poder.

O mais trágico de tudo isso era que, os vendidos, iam alegremente para seus compradores, desde que fossem muitos mimados de todas as formas. Vocês entenderam o que eu quis dizer, não é?

Não sei como eu, uma criança inocente, pude viver dentro daquelas paredes podres, com pessoas mais podres ainda e continuar inocente.

Vi muitas vezes, como meus próprios imaturos, como o sexo era prazeroso. Muitos dos meus primos e tios, não deixavam escapar nenhum criado ou criada bonito e os atacavam em qualquer lugar, sem se importar se visse essas cenas tão obscenas para minha pouca idade. Eu os observava sem pudor em minha ingenuidade. Achava até engraçado vê-los ofegar e dizer coisas que nunca entendi, até que fosse mais velho.

Acho que escapei fedendo das garras nojentas dessa gente por pouco. Eu não era feio. Só que com a minha magreza e pouca carne nos ossos, eles nem sequer aguentavam olhar muito tempo para mim, quanto mais sentir qualquer tipo de desejo sujo.

Cresci sofrendo na pele como era ser sujo, um lixo que não era amado, um que ninguém queria por perto. Passei fome, sono, dormi ao relento e ainda recebi surras que me deixaram doente por dias. Nessas ocasiões, nenhum remédio era dado a mim por meus familiares que deveriam me proteger. Alguma criada com pena de mim, dava-me remédio e comida as escondidas. E quando era pega me alimentando, éramos punidos juntos. No dia seguinte, eu não mais a via. Deduzi que foi embora. Culpava-me nessas horas. Se não fosse para me ajudar, nada disso teria acontecido. Eu vivia literalmente em um inferno. Mesmo assim, eu não entendia o porquê que não gostavam de mim.

Tentei me aproximar da minha avó, só para sair escorraçado de lá, como se fosse um cão vadio. Seus gritos e xingamentos, marcaram minha alma e eu nunca mais quis cruzar seus caminhos. Pena que nem sempre isso acontecia. Sempre era punido quando ela colocava seus olhos em mim.

Fui obrigado a morar em galpão cheio de lixo, onde dividia com os ratos e comia sobras quando me davam. Minhas roupas eram apenas as piores que se poderiam imaginar. Fiquei como medo do escuro quando a noite chegava, mas ninguém me socorria. Meu choro era tão intenso dentro do galpão fechado que deixava minha garganta dolorida. Entendi, por fim, que não adiantava chorar. Eu era apenas o segredinho sujo que queriam muito esconder. Vivi dos dois aos cinco anos ali, sendo atormentado todos os dias.

Quando finalmente sai daquele lugar, fui jogado para trabalhar para conseguir minha própria comida. Nem sempre conseguia comer. Eu mais parecia um esqueleto de tão magro e desnutrido. Não havia ninguém por mim ali ou muito menos que me amasse. Acostumei-me com a solidão e sofrimento.

As coisas começaram a melhorar quando a velha matriarca me jogou em uma escola qualquer quando eu estava prestes a fazer seis anos de idade. No começo, foi complicado para mim. Tinha muito medo de me entrosar com meus colegas de classe.

Devido aos inúmeros traumas causados pelas surras frequentes, causava-me horror quando meus coleguinhas levantavam as mãos para mim. Pensava que eles iriam me bater.

Meu Adorável Contador  BL (sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora