✹ 25 ✹

1.4K 120 37
                                    

Mais uma festa da Elite! Esse capítulo ficou beeem longo não importava o quanto espremia para deixar só o ideal, por isso eu dividi em dois, então aqui está. Obrigada pelo 3k de leitura, vocês são incríveis!

Perdão por qualquer erro de digitação e boa leitura!

✹✹✹

Eu me olhei no espelho, encarando o resultado de duas horas de produção. Botas pesadas de saltos grossos e cheias de fivelas supérfluas, calça cintura alta, jaqueta com vários zíperes sem fundo e um pequeno sutiã por baixo, tudo de couro preto. O morcego de ponta cabeça tatuado entre meus seios com as asas abertas sobre as costelas se destacava fortemente na minha pele pálida sob a luz branca do banheiro. Meu cabelo recém seco e hidratado só podia ser descrito como selvagem, as ondas negras esvoaçando até as costelas. No rosto, eu havia deixado Victória pintar meus olhos com um delineado dramático em estilo raposa puxando as pontas internas e externas das pálpebras, corretivo nas maçãs do rosto e batom vermelho aveludado nos lábios.

Parecia que todo aquele preto trouxera um pouco da minha alma para fora.

Eu sabia que era bonita, mas minha beleza era algo que eu mais temia do que admirava depois que parei de evitar. Era impossível não recuar ao encontrar os olhos cinzas de Aline me encarando no reflexo, incognoscíveis. As únicas coisas que eu puxara do meu pai foram o nariz longo e curvo e a boca com as pontas torcidas para baixo. O resto – maxilar definido, sobrancelhas fortes, cabelo ondulado volumoso e bico-de-viúva despontando na minha testa – era puramente minha mãe.

Apalpei os bolsos internos da jaqueta enquanto saía do banheiro, sentindo se tinha tudo o que precisava. Celular, cigarros, isqueiro, carteira e chaves. Eu não tinha inúmeras bolsas como Victória. Mesmo quando eu estava menstruada, enfiava apenas dois absorventes internos no bolso e a única bolsa que tinha era uma pequena para quando saía de vestidos e a mochila da faculdade. Um costume infantil de não carregar peso, manter as mãos livres para atacar ou fugir caso necessário.

Victória se iluminara como o sol quando avisei sobre a Elite que haveria esta noite, mal percebendo a tensão nos meus ombros ao arrastar eu e Patrícia para uma hidratação capilar de ingredientes caseiros duvidosos que havia visto na internet, e apesar do processo meio nojento, o resultado foi realmente surpreendente. Enquanto nos arrumávamos, ela mandou mensagens para os seus amigos e colocou a cabeça no meu quarto para explicar que Bruna e Brenda não iriam.

— Bruna ainda mora com a mãe, você sabe, e está de castigo por ter ficado de dependência em duas matérias. Ela fica muito puta quando eu falo isso, mas é fofo a mãe dela tratando ela como adolescente. E Brenda está chateada com Levi ou algo assim.

Algumas horas depois estávamos todas arrumadas no elevador descendo até a garagem, e Victória nos puxara para fotos no espelho. Patrícia usava um vestido preto simples e justo e calçava saltos perigosamente finos, os cabelos meio úmidos emoldurando o rosto onde o óculos de grau em nada afetava sua beleza. Os cachos dourados de Victória estavam trançados cuidadosamente no topo da cabeça antes de caírem exuberantemente até o meio das costas nuas, uma linha fina ao redor do pescoço segurava o pequeno vestido prateado brilhante que flutuava até o início das coxas, deixando um monte de pele marrom cremosa à mostra. Nos pés, sandálias de saltos metálicos tilintavam a cada passo em sincronia com os de Patrícia.

— Sorria, Natália! — Disse Vic. Eu suspirei, passando meu braço pelos seus ombros e rosnando quando a mão de Patrícia em torno de sua cintura beliscou minhas costelas. Suas risadas quase evaporaram um pouco da tensão em meus ombros.

VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora