✹ Epílogo ✹

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Último capítulo!

Perdão por qualquer erro de ortografia e boa leitura!

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- Não está esquecendo nada?

- Sempre estou esquecendo alguma coisa. - Victória assoprou um cacho rebelde do rosto pela milésima vez, o resto dele preso em um coque gordo na nuca. - Senta aí.

Eu subi em sua mala rosa choque no chão, mas ainda assim os zíperes estavam longe um do outro. Haviam mais duas na sala e outra lá em baixo, no meu carro. Todas ridiculamente grandes. As pequenas com seu material de costura e outros utensílios estavam com Bruna, apenas duas. Eu e Patrícia passamos a tarde toda dobrando as roupas de Vic enquanto ela desapegava das que doaria.

- Que porra? - Resmunguei, abraçando as pernas para tentar pesar mais. Funcionou um pouco.

- Você está magra feito uma porta. - Disse enquanto fechava a mala lentamente, me rondando de joelhos e com uma veia tufando na testa pelo esforço. - Ainda não encontrou os quilos que perdeu?

- Sandro me convenceu a ir na academia com ele, esqueceu? Estou perdendo o resto do peso que tenho antes de criar alguns músculos. - Suspirei. - É uma droga, mas me ajuda a me distrair da vontade de fumar.

- Você não precisa de academia.

- Ninguém precisa ir na academia. As pessoas vão porque querem. Outras vão arrastadas. - Abri um sorriso amarelo ao olhar estreito que Victória me mandou. Depois que ela me ajudou a levantar, lhe puxei para um abraço apertado. - Vou ficar com saudades.

- Eu sei que vai. Sou maravilhosa. Um raio de sol nos seus dias sombrios. - Apesar de seu tom brincalhão, me perguntei se Victória sabia o quanto isso era verdade.

- Mas estou feliz por você - falei, ainda abraçada nela. Tinha descoberto que admitir meus sentimentos sem encarar a pessoa era mais fácil. - Estou orgulhosa por você ter chegado até aqui. E tenho certeza que vai muito mais longe.

- Sim. Viagem internacional não é para qualquer um.

- Victória. - Me afastei para encará-la como ela havia me olhado agora há pouco.

- Obrigada, Nat. - Vic riu, beijando minha testa. - É só que ainda é estranho você sendo tão fofa assim.

- Eu tô de TPM.

- Ah. - Gargalhou. - Tá explicado.

- Mas ainda é verdade. Você é muito especial para mim. - Peguei suas mãos, acariciando o anel com um diamante redondo no dedo da esquerda. - Espero que você e Bruna sejam muito felizes.

- Obrigada. - Agradeceu de novo, dessa vez com muito mais emoção na voz baixa. - Nós já somos.

- E que você me chame para um churrasco quando sua casa ficar pronta. E que também me convide para o casamento.

Victória riu outra vez e eu aproveitei para memorizar o som.

- Pode ter certeza.

Ainda era novembro, mas a capital já brilhava com enfeites natalinos. Eu sempre gostei dessa época do ano, ainda mais depois de vir para cá. Victória passara a chamar eu e Nora para sair com seus amigos quando notou que, apesar de heteros, também tínhamos desavenças com nossas famílias que não envolviam sexualidade e não eram possíveis serem camufladas com feriados temáticos.

Enquanto dirigia para o aeroporto com Victória ao meu lado, Bruna e Patrícia no banco de trás, refleti sobre como seria dali para frente. Eu ainda sairia com seus amigos - nossos amigos -, mas não seria a mesma coisa para mim. Também ia ser estranho passar o Natal sem Victória nem Nora.

VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora