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Era para esse capítulo ter saído ontem de manhã mas eu sem internet literalmente desde quando decidi postar e tive que pegar de outra pessoa. Paciência. Aviso de conteúdo e gatilho: violência gráfica, menção a estupro e dependência química. Me avisem se eu esqueci de algum!

Perdão por qualquer erro de digitação e boa leitura!

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Eu sabia que lutar não daria em nada, mas lutei mesmo assim. Mesmo que minhas mãos estivessem muito entorpecidas de dor para que eu pudesse me defender apropriadamente caso precisasse, mesmo que eu estivesse sendo arrastada pelos cotovelos para uma morte lenta. Era lutar ou me entregar ao terror da realidade.

O galpão para onde me levaram era menor, as luzes fortes como faróis. Rubi ajudou a algemarem minhas pernas e minhas mãos em cada lado do meu corpo em uma maca dura e gelada. Minha respiração estava alta, puro desespero exalando para dentro e fora de mim. Fantasma ainda não estava a vista e o sádico de olhos azuis havia sumido de meu campo de visão.

— Soube que você fez uma grande bagunça enquanto estive fora. — A ruiva cantarolou em tom de desaprovação, apertando minha bochecha com força. — Menina má.

— Rubia — minha voz estava rouca quando a chamei. Seus olhos voaram para os meus com uma surpresa desagradável ao som do seu nome. — Não deixe ele fazer isso. Por favor.

Ela sorriu. — Está implorando para a pessoa errada, queridinha. Geralmente os defuntos que um dia deitaram aí rezavam para Deus.

— Deus nunca fez nada por mim. E duvido que tenha feito algo por você. — Reavaliei seu rosto, o terror ampliando minha visão e todos outros sentidos. Seus olhos fundos e ossos destacados a ponto de fazer sombra nas bochechas sob a luz forte me fizeram engolir em seco. — Mas não significa que não haja saída.

— Estranho. Por que fala como se quisesse me salvar quando quem está presa aqui é você?

Porque eu olhava para Rubi e via um cão selvagem, abusado e mal treinado com grande potencialidade de se virar contra o próprio dono. Porque eu olhava para seus olhos vazios e famintos e via minha mãe, que perdeu essa oportunidade.

— Ele está drogando você, não está? — Sussurrei. Apenas a breve menção do pó de nuvem fez suas pupilas dilatarem na escuridão de suas íris. — É esse o preço de sua obediência? Não o amor dele, mas as drogas?

— Você é corajosa demais para o seu próprio bem. — Não foi ela quem respondeu, mas uma voz profunda e lascada como cascalho que se aproximava junto com passos lentos. — Já levou meu pai, dois dos meus homens e agora quer fazer a cabeça da minha mulher? — Estalou a língua em desaprovação, a cabeça branca aparecendo ao lado da de Rubi.

Eu estremeci de pavor, mas rosnei mesmo assim: — E você deve ser tão merda em manipulação que precisou apelar para dependência química.

Fantasma repuxou um sorriso de lado, erguendo um canivete. A lâmina reluziu na luz ao se aproximar de mim, me fazendo tremer.

— Depois que tirar suas roupas, vou tirar sua língua. Meu pai dizia algo sobre comer mãe e filha, então imagino que foi por isso que matou ele. Você não vai poder matar ninguém amarrada desse jeito e vou me divertir muito assistindo você morrer antes que eu faça seu coração parar de bater.

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