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Avisando sobre uma super leve ansiedade por aqui e menção a drogas. Perdão por qualquer erro de digitação e boa leitura!

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— Todo mundo já teve vontade de sumir uma vez, vai ver ela desapareceu porque quis. Ela não tinha acabado de brigar com o namorado? Devia estar de cabeça quente.

Bufei quando Sandro chamou Elias de namorado de Nora, apesar de entender que ele não quisesse sujar a boca com o nome do infeliz. A situação de ambos ainda me dava nos nervos, no entanto, por ter acontecido pelas minhas costas.

— Vic disse que ela não dá as caras por duas semanas. Nora batalhou muito para conseguir a bolsa completa da universidade, não acredito que arriscaria faltar e perder por causa de uma discussão de casal. — Afaguei meus braços quando uma rajada de vento fria ergueu meus pelos mesmo sob o moletom cinza que eu estava usando. — Para mim, faz mais sentido ela ter fugido dele, porque eu lembro o quanto Elias podia ficar agressivo e fazer brigas imensas em cima de coisas fúteis. Tipo, ele nunca fez nada, mas mesmo assim era um pouco assustador.

— Eu entendo, e não estou protegendo ninguém, mas não era ele quem estava machucado na delegacia? — Sandro suspirou e sentou na cadeira de ferro de um dos conjuntos de mesas ao redor da piscina do meu condomínio. — Olha, as aulas voltam só amanhã. Se ela não estiver pelo campus, aí você tenta ligar para ela, ok? — Puxou-me para o seu colo. — Acho que você tem muito mais com o que se preocupar.

Crispei os lábios, mas me acomodei em suas coxas tentando deixar claro o quão indignada eu estava com os braços cruzados. Sandro enlaçou minha cintura com os seus próprios, músculos fortes cobertos pelo moletom vermelho escuro que eu comprara para ele na viagem, e o calor macio foi bem-vindo, me forçando a me aconchegar mais perto.

— Não acredito que Vic nos expulsou lá de cima. — Mudei de assunto brevemente quando outro vento gelado passou. — Ela literalmente teve o apartamento só para ela por um mês e resolve chamar Bruna pra se engraçar justo agora.

Se engraçar. — Ele riu, apoiando o queixo no meu ombro. Seus cabelos curtos e macios faziam cócegas na pele de minha bochecha. — Não era "só para ela". Patrícia estava aqui o tempo todo e coincidiu em ter que jantar com a mãe hoje.

Senti minha cara fechar – eu tinha ouvido as mesmas palavras de Vic quando tentei avisar que tinha chamado Sandro, mas ela rebateu falando que chamou Bruna primeiro e que já tínhamos viajados juntos e tudo mais e deveríamos estar fartos um do outro.

— Você está do lado da Victória, por acaso?

— Não, claro que não. — Respondeu no mesmo instante. — É só que eu não me importo de ficar aqui em baixo ou lá em cima, contanto que esteja com você.

— Hm. — Estreitei os olhos, mas meu coração aqueceu com a última frase, armazenando-a junto com as outras tão doces e naturais quanto essa que Sandro já havia dito para mim antes, e meu cérebro logo voltou ao tópico anterior.

Ninguém estava nem um pouco preocupado com Nora. Eu estava me coçando o dia inteiro para ligar para ela e saber se ela estava viva, mas Sandro, Eva, Victória e um pouco do meu próprio senso estavam me fazendo esperar, dizendo que ela logo apareceria. Mas ninguém parecia achar seu sumiço tão desesperador quanto eu.

Naquela manhã, me permiti fuçar as redes sociais dela. Nora sempre foi bem ativa e ficava grudada no celular, seguia e era seguida por algumas milhares de pessoas, tirava inúmeras selfs e fazia postagens a todo momento.

No Twitter, suas últimas curtidas eram tão antigas que a data completa estava em cima dos posts, assim como nos seus próprios tuítes aleatórios e normais. No Instagram e no Messenger, no lugar do online dizia que a última vez que ela entrara fora há exatamente duas semanas. Foi aí que eu comecei a me alarmar de verdade, apesar da ficha ainda não ter caído por completo. Sumir dessa cidade era uma coisa, mas de suas preciosas redes sociais era outra.

VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora