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Avisando sobre uma crise de ansiedade por aqui. Esse capítulo está mais longo que os anteriores e eu planejo manter assim para maior, então me falem o que acharam depois, ok? Perdão por qualquer erro de digitação e boa leitura!

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Ou os trigêmeos Trindade eram quádruplos ou aquilo tinha dedo de Levi.

E, ainda que não tivesse, a maldita probabilidade da minha irmã namorar – casar – com uma pessoa do meu círculo social era de explodir o cérebro. Eu não conseguia e tampouco queria entender como.

Eu ainda não era capaz de diferenciar os trigêmeos muito bem, e menos ainda se eles estivessem no mesmo cômodo. Mas Levi usava uma correntinha prata e tinha piercings nas orelhas que não tirava por nada, e Lótus não usava roupas pretas. Uma vez, ele passou meia hora tentando me convencer de que pessoas que usavam a cor preta em excesso tinham energia baixa e que pelo menos setenta por cento das pessoas usam a cor preta e sequer percebem, concluindo que não usar preto seria capaz de fazer todos mais felizes e por isso o mundo era uma desgraça. Levi replicou que ele parecia um novo convertido dando testemunho e que a vida dele só melhorou mesmo porque ele começou a fumar maconha.

E Luís estava usando calça e tênis sociais pretos e uma camisa de botão branca com as mangas arregaçadas até os cotovelos, orelhas limpas. Ele teve pelo menos a decência de hesitar o passo ao me ver, sentando-se meio abalado.

— Gente, o que foi? — Eu mal registrei a pergunta de Enila.

— Você não é César porra nenhuma.

— Eu sou César, Natália. Luís César, por causa de meu pai.

— Vocês se conhecem. — Concluiu minha irmã, sobrancelhas erguidas.

Eu desabei no encosto da cadeira, bufando e apertando a ponte do meu nariz. Deus, isso não podia estar acontecendo.

— Somos amigos da faculdade, querida. Ela é bem próxima da Eva.

Querida.

— Como diabos isso aconteceu?!

Enila me fuzilou e rosnou entredentes: — Baixa esse tom de voz.

— Vai pra puta que pariu.

Luís soltou uma risadinha. — Gente, calma, tudo bem? É uma ótima oportunidade para nos conhecermos melhor, Natália, já que você é mais próxima dos meus irmãos do que de mim.

Eu não conseguia pensar direito. Me virei para Enila.

— A quanto tempo isso vem acontecendo?

— Eu não te devo satisfação, garota.

— Então por que merda me chamou aqui?

— Eu não queria nada disso, foi César quem insistiu.

César! Eu não tinha certeza se estava respirando, mas meu coração retumbava com força em minhas costelas e minha nuca empapava de suor, mesmo eu estando com frio.

— Gente... — Tentou Luís, por baixo de nossa discussão ligeiramente sussurrada.

— O quanto que ele sabe? — Insisti, medo e raiva revirando dentro de mim.

As narinas de Enila dilataram, mas ela não perdeu o semblante sério. — Bastante.

— Você não tinha esse direito.

— Eu não tenho vergonha do meu passado, como você.

— A única vergonha que tenho é de ser sua irmã.

VINGANÇAOnde histórias criam vida. Descubra agora