II. Um Retorno Esperado [XXXIV]

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Radulf demorou alguns longos segundos para processar o aperto firme em seu pulso, de certeza, a mente estava cansada demais e a vista turva por conta do trabalho que vinha se intensificando nos últimos dias. Mas ele reconheceu finalmente a expressão, o sorriso convencido envolto por uma barba ainda mais espessa, que tinha passado algumas semanas sem qualquer cuidado, além das tranças desalinhadas que adicionavam à aparência de quem tinha feito uma viagem muito longa e exaustiva.

Assim como Radulf, Wafula estava cansado da longa jornada de volta que ele fizera questão de acelerar quase sem pausas no caminho, então ele não soube quanto tempo se passou em que Radulf ficou sem reação diante da sua presença.

– Rad?

"Você está fedendo", Radulf respondeu com a mão livre e Wafula só conseguiu rir em resposta, soltando o braço dele que tinha segurado para evitar ter a garganta cortada.

– Bom, me desculpe por não pensar nos detalhes antes de vir ver você primeiro. – ele se abaixou para pegar a espada que tinha caído, mas Radulf nem deixou que ele se curvasse direito, segurando as tranças bagunçadas e puxando em sua direção, até unir os lábios aos dele num beijo urgente, aproximando o corpo ao do general que não tomou mais do que um par de instantes para responder ao avanço.

Wafula pensou em cessar o beijo pelo simples fato de ainda estarem no escritório no palacete, mas foi Radulf que insistiu no contato, passando os dois braços em volta dos ombros do parceiro, os dedos se enroscando às tranças, o beijo ficando ainda mais intenso assim como o calor que transitava entre ambos os corpos. E se Radulf estava dando sinal verde para continuarem, ele nem pensou em parar, passando os braços fortes em volta do outro, deslizando as mãos até os quadris para levantá-lo com facilidade e colocá-lo sentado no gabinete, onde ele ficava numa altura muito conveniente.

Talvez ser colocado em cima da mesa de trabalho despertasse Radulf para o fato de que deveriam sair do palacete antes de continuar, mas não foi o caso. O Conselheiro aproveitou a posição para envolver as pernas em volta de Wafula, aumentando o contato que só foi interrompido pelo som das batidas na porta.

A muito contragosto, Radulf cessou o beijo, soltando também as pernas em volta de Wafula que manteve as mãos apoiadas na mesa, uma de cada lado das pernas do Conselheiro.

– Pode entrar. – Wafula que respondeu, e a porta se abriu com a entrada de Andras.

– Vossa Excelência, General. – ele fez uma reverência breve na direção dos dois, parecendo não se importar com a posição comprometedora dos comandantes. – Os relatórios das fortalezas da fronteira norte estão separados para que o senhor confira, já instruí aos responsáveis pelo orçamento para revisarem as informações e vou separar os dados que o general trouxe pessoalmente para adicionar aos arquivos.

"Obrigado, Andras, está dispensado", Radulf gesticulou para o funcionário que fez mais uma breve reverência antes de sair e fechar a porta. Voltou-se então para encarar uma expressão levemente surpresa de Wafula.

– Ora, ora, e eu achei que você ia continuar trab-

Radulf não deu tempo para que Wafula continuasse o comentário engraçadinho, puxou-o de novo pelas tranças e voltou a unir os lábios aos dele num beijo intenso, as pernas se fechando de novo em volta do quadril alheio, enquanto sentia a excitação aumentar cada vez mais. Ele só cessou o beijo quando sentiu o ar faltar entre os dois pela urgência dos toques, mas manteve a proximidade e Wafula roçou os lábios com a barba espessa contra o rosto de um Radulf ofegante.

Um Silêncio de 15 AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora