Ceifador

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Estava claro, eles estavam se preparando e escutam um bater de portas conhecido ao abrir a porta ele estava lá, choroso e desamparado, sufocado por seus próprios medos e angustias que ao cair da noite galopavam para seu coração como cavalos selvagens em um estouro, cujos cascos afundavam a terra e não deixavam muita coisa para trás, assim como lobos dilaceram suas presas na hora de fazer uma refeição o mesmo resultado era apresentado em sua mente ainda em crescimento, era fácil confundir, distrair e dilacerar a mente desprotegida e o mostro de seu maior pesadelo sabia e iria tirar vantagem. Como um sonho ruim ele precisava escapar de dois animais maiores que ele, mais rápidos que ele e mais astutos que ele, como pumas cercando um cervo, em suas costas uma enorme parede lisa sem qualquer rachadura que pudesse usar de apoio para subir o mais alto que pudesse e escapar, mas isso seria um consolo pois a realidade era completamente diferente, as pumas se preparavam para atacar rosnando e mostrando as garras, assim como um animal que se prepara para fugir ele fez o mesmo seus olhos procurando desesperadamente por uma saída e a única que tinha era o meio deles. Como um servo ele mostrou suas armas para a defesa e ataque, quando vieram até ele, a retribuição de também veio, seus enormes chifres o protegeram e feriram a besta a sua frente, a besta não se deu por vencida e voou para cima dele novamente mostrando suas garras e rugindo, outra vez ele se defendeu e seu inimigo veio ao chão ferido, sangrando e com medo, ele precisava matá-la para sobreviver então pisoteou até seu corpo parar de se mexer e seu coração parar de bater de repente ele estava menor do que estava, ele havia virado a besta e sua presa estava apavorada tremendo a cada passo que dava o pavor dava lugar a luz de seus olhos, o sangue pingando de suas presas, suas garras ainda com pelos e pele do animal recém morto, suas garras tremiam querendo mais sangue, o desejo de ver a luz se esvaindo de sua presa, ele caminhou elegantemente para frente de sua presa que não sabia se defender e nem usar o que lhe foi dado desde o nascimento e agora estava preso como um rato na frente de uma víbora que sabia usar o seu veneno desde o nascimento, como uma víbora astuta, ele atacou e com uma mordida ele estava morto e de novo ele usou suas garras para dilacerar o estomago e deixar as tripas voarem para fora de seu corpo e rapidamente a vida se esguiava para fora de seus olhos e seu coração.

Assim como começou terminou, o silêncio e o vazio tomaram conta de seus olhos e por mais que sentisse que algo estivesse errado, seus olhos estavam cansados demais para se abrirem e encararem a realidade. A realidade veio como um trovão e ofuscou seus olhos, as vozes raivosas e estridentes o perturbaram e o acordaram antes que pudesse se orientar ele estava sendo levado às pressas para algum lugar que não sabia onde somente sabia que algo estava muito errado e como um balde de água a realidade o atingiu, seu pai e sua madrasta estavam pendurados com seus órgãos a mostra. A náusea veio como um jato, seu jantar acompanhou e deixou seu estômago, doía e ardia, seus músculos repuxavam e tremiam, seus olhos lacrimejavam e sua cabeça lateja como uma lâmpada sem muita firmeza. Ele ergueu o olhar para vislumbrar os corpos sem vida de seu pai, pela primeira vez seu progenitor tinha uma feição tranquila ainda que estivesse a mostra como um prêmio a morte lhe caia como um véu liso e transparente, era como a peça final de um quebra cabeça que ele nem havia começado a jogar somente a última peça foi dada a ele para que finalizasse um jogo sangrento. Diferente do parceiro a mulher estava coberta com um sentimento de medo e terror, seu rosto estava em pura agonia e seus olhos demonstravam o terror de ver um demônio pela primeira vez ela era como uma pintura feita para mostrar a agonia e o sofrimento de alguém que fora desventrada e exposta para ser feita de aviso a quem quer que passasse por ali, o aviso foi claro, ele prometera a si mesmo que nunca mais pisaria ali. Entretanto a cobra cujo veneno não era líquido somente verbalizado tinha outros planos para o órfão, planos que mudariam sua vida para todo o sempre, ele havia sido transferido de seu compassivo quarto para o quarto que continham imagens que estariam gravadas para sempre em sua mente, imagens que quando pisasse ali novamente seria a primeira coisa que se lembraria e atormentaria suas noites e o resto de sua vida terrena. A morte deveria ser natural a vida deveria correr como um rio e terminar onde fosse para terminar onde outro rio começasse, não deveria ser interrompido de forma brusca como aquela, deveria nascer envelhecer e morrer não nascer e morrer antes de interromper. Ele iria cobrar o preço da vida de seus pais, ele iria cobrar um preço e não seria barato o troco seria na mesma moeda, ele o deixaria de aviso e sabia exatamente de quem cobrar o lagarto cujo sorriso amarelo brotava como vermes rastejantes em cadáveres decompostos, ele o esfolaria e o deixaria vivo para ver seu corpo sendo comido por abutres e corvos que sentem o amargo da morte em seus bicos, animais carniceiros se deleitariam com o amargor e venenoso da carne de Freeza. Uma jura foi feita em cima de vomito e dos sorrisos amarelos dos homens que viam a morte de seus pais como algo engraçado, uma promessa foi feita, aquele que tirou a vida de seus pais iria pagar na mesma moeda.

A noite estava fria e gélida como o início de um inverno duradouro cuja neve não demora a cair de nuvens escuras e densas, ela olhou para o céu e viu que a lua cheia se escondia atrás de pequenos montes de nuvens escuras, pontos brilhantes se escondiam atrás de outras pequenas nuvens espessas e escuras, era uma noite mórbida, pensou consigo. Parou em frente a porta e destrancou e um vento medonho soprou em seus cabelos turquesa e a eletricidade percorreu seus pelos os levantando, algo em seu cérebro ascendeu e renasceu um desejo de fuga que mandou ondas de adrenalina para seus sentidos que ficaram mais aguçados e seus olhos ficaram espertos e atentos a tudo ao seu redor, a cozinha estava vazia e a sala de estar também parecia estar, até que viu uma caneca destruída e uma cola ao lado, pensou que talvez fosse sua mãe desastrada que havia derrubado e estava tentando concertar os seus erros. Deixou suas coisas em cima da mesa e sua boca rapidamente secou, algo estava acontecendo e não era algo bom, ela conhecia esse sentimento de vigia uma sensação na boca do estomago que percorria seu peito e parava atrás da nuca azulada a sensação não passava e a atração a convidava a entrar para sua casa que outrora seria movimentada e barulhenta agora somente o 'tic-tac' do relógio pode ser ouvido, suas passadas lentas e medrosas podiam a estar traindo e ela estava avançando para mais perto do perigo que seu cérebro a estava mandando fugir, ela sempre fora uma garota teimosa e as vezes não ouvia nem a si própria, era claro que algo estava errado e a curiosidade que move um cientista a estava movendo para a última porta do grande corredor que levava a todos os cômodos da casa, a última porta deveria estar trancada então porque estava entreaberta? Ela se lembrou de um trocadilho que fizeram com ela, quando uma porta não era uma porta, e ela sem pensar muito respondeu que era quando estava entreaberta e agora uma porta entreaberta poderia levá-la para a sua possível morte.

Ela tocou na maçaneta fria como um copo deixado no congelador por alguns minutos e rapidamente o calor e suor a deixaram em uma temperatura ambiente, empurrou o restante e observou ao redor, a porta do banheiro ainda estava fechada, suas roupas ainda estavam no chão bagunçadas junto com revistas e tabloides de ciências, seu olhar lentamente subiu para cama onde foi parado pela voz rouca e com outro sentimento que ela não pode reconhecer. Seu corpo traíra para com sua mente relaxou ao ouvi-lo e sua mente se alertou ainda mais era para uma sensação de conforto dominar seu corpo e fazê-la relaxar, entretanto a fez ficar ainda mais rígida do que já estava a hora da verdade se aproximava e ela queria falar com ele e somente ele, mas era tarde ele não estava mais lá, quando subiu o olhar ela somente encontrou aquilo que Nappa, Raditz, Goku, Kyabe, Caulifla e Kale temiam, ela encontrou o Ceifador.  

Dentre todos.... Eu escolhi você (REVISÃO ORTOGRÁFICA E TEXTUAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora