Bulma sentiu um impacto forte só que não foi o impacto de um caminhão, não, o impacto veio do seu lado esquerdo, seu ombro gritou quando sentiu de novo o impacto no asfalto e ao mesmo tempo seu corpo se aliviou por não ter sido atropelado por um caminhão que vinha em alta velocidade, o caminhão provavelmente nem reparou que havia atropelado alguma coisa ou no caso dela, alguém. Seria egoísmo pedir que ela vivesse? Seria egoísmo pedir por sua vida? Seria egoísmo pedir, para a força maior que movia o mundo, por mais tempo? Seu corpo se tremia e ofegava pelos eventos aterrorizantes recentes, os machucados doíam e maltratavam seu corpo de tal maneira que ela parecia ser um peso afundando em meio ao oceano calmo e delicado.
Por causa do reflexo humano e a mais pura curiosidade para saber quem era seu salvador, olhou o que ou quem a empurrou e seu coração se sentiu incomodado, porque pela primeira vez não fora salva por Vegeta ou por Goku, eles sempre estiveram lá para ajudá-la em um momento de dificuldade - momentos em que a força bruta era necessária. Goku sempre fora esse garoto altruísta que independente da sua origem, se ele gostasse de você seria seu amigo para a vida toda e independente de suas ações ele sempre te apoiaria - se achasse que era o correto claro. Tirando o fato que ela havia sido sequestrada e eles não pediram um regaste ou uma quantia significativa de dinheiro e riquezas, o motivo do seu sequestro provavelmente era pessoal e a única pessoa que ela pensava que poderia ter um motivo pessoal o suficiente para tirá-la de casa, não para atingi-la mas para atingir aquele que ela ama.
Freeza.
E dado ao seu histórico sequestro era uma coisa pequena, Bulma ainda se arrepiava quando lembrava do que via, ele era cruel e maldoso, as coisas que ele fez sem remorso ou peso na consciência, como uma pessoa poderia fazer essas coisas com outros seres humanos e não sentir nada? Nada?? Era praticamente impossível! Enfim, Freeza quer o império dos Saiyajins e não media esforços ou escondia que o queria, ele já havia sido condenado a prisão perpétua mas havia dado um jeito de sair, de escapar na verdade. Desde então não havia pistas ou menção dele e agora depois de tempo ele resolveu dar as caras? Não. Freeza não seria estúpido dessa forma, não daria as coisas de bandeja para eles. Os planos dele costumavam a ter resultado a longo prazo e um sequestro relâmpago como aquele definitivamente não era o estilo dele.
Estava atordoada porque todas suas teorias foram por água a baixo quando ela viu que realmente a havia sequestrado, mas não fazia sentido, por mais que ele pertencesse a uma família cruel como a dele, ele não era desse jeito. O viu, várias vezes, brincar com um esquilo, dar comida a quem precisava, mesmo ele mesmo estando com fome, pessoas que se diziam "maldosas" não fariam esse tipo de coisa, no mínimo, os torturaria primeiro e depois iria embora como se nada estivesse acontecendo. Ficou incomodada porque no instante que soube que fora ele seu coração ficou pesado, ele não a sequestraria para depois salvá-la, então o que estava acontecendo?
Seu corpo rastejou incrédula para perto do seu salvador e ladrão, quando chegou até o corpo não deixou de notar os ossos quebrados e sangue dos ralados pela batida, seu ar desapareceu e as lágrimas mancharam sua visão, ela não sabia o porque de estar chorando e principalmente estar chorando por ele, deveria estar agradecida e estar se levantando para poder fugir do resto dos irmãos, mas ela não conseguia. Não conseguia deixar de olhá-lo em seu estado moribundo e chorar por ele, porque mesmo na maldade havia um pouco de bondade no seu coração. Quando o olhou ele também estava chorando, em resposta seu peito apertou, porque naquele momento soube que ele não queria fazer nada disso.
- Porque? - Os soluços ocultaram a maior parte da sua voz.
- Eu... só... queria... fazer p-parte... da f-família. - O mais gordo da família Boo tenta responder, mesmo com seu corpo tentando matá-lo aos poucos e agora seu corpo estava anestesiado pela dor.
Bulma entendeu e seu coração derreteu por ele, ele podia ter essa aparência fofa por fora, podia ter uma família estranha, mas ele só queria fazer parte dela. Ela entendeu que ele não merecia ficar com pessoas cruéis e que estava fazendo de tudo para se encaixar em um lugar a qual não pertence.
- Está doendo... - Bulma observava o garoto cuspir sangue, ele não ia sobreviver.
- Está tudo bem... - Tentou aliviar a situação, não deveria, mas tentou.
- Eu... n-não... quero m-morrer. - O garoto disse engasgado com lágrimas nos olhos.
- Você não vai. - Bulma tentava amenizar a situação, ambos sabiam que ele ia morrer, mas Bulma não o deixaria morrer sozinho. - Você vai ficar bem! - As lágrimas de Bulma molhavam o rosto do garoto.
- P-promete? - O rosto choroso que ele fez, Bulma naquele momento, o perdoou.
- Prometo.
- T-tá.
Alguns segundos que pareciam horas passaram e o mundo parecia não existir, Bulma pensou e se ele fosse de uma família diferente? Nada disso estaria acontecendo, ele ficaria vivo. O sentimento de querer ser aceito em lugar a qual não pertence, ele não deveria passar por isso, não deveria morrer para ser aceito.
- E-ei.
- Oi. - A voz da garota estava engasgada de dor, de pesar e de medo.
- E-eu to.... c-com f-fome...
Bulma sorriu, mesmo no leito de morte, ele não deixou de ser quem era, de quem nasceu para ser.
- Você vai comer muita coisa gostosa.
Ela observou o sorriso mínimo desaparecer dos lábios do garoto igualmente o brilho de vida nos seus olhos. Duas vezes. Duas vezes, essa fora a quantidade de pessoas, que por sua culpa, estavam mortas, um vazio se instalou no peito, um buraco que crescia a todo instante. Será que a sua vida apenas trazia desgraça para outras pessoas? Será que sua vida... só traria morte? Os pensamentos dela foram interrompidos quando um puxão no braço a levantou. Os outros irmãos a encontraram. Estava preparada para o que viesse, honestamente, cansou de lutar, cansou de tentar sobreviver, se as pessoas morriam por sua causa, do que valeria? Pessoas morriam todos os dias, mas eram de causas naturais, não por causa de uma pessoa.
Estava delirando, não era possível que Vegeta estivesse ali. Não, com certeza não.
- Vamos, anda!
Ok. Não era delírio, ele realmente estava ali. O puxão que estava dando em seu braço, a fez gemer e o ato o fez parar imediatamente, os olhos dele estavam tremendo e estavam apavorados. Com um ato de desespero, ele puxou os braços da garota por cima do seu pescoço e segurou suas pernas, inspirou e correu de volta para a cidade. Por sua vez, Bulma estava atordoada, ele realmente veio para salvá-la? Não, ele não podia. Ele morreria também. Tentou se afastar das costas dele mas ele a puxou, não iria deixá-la, não agora, não quando a havia encontrado.
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Dentre todos.... Eu escolhi você (REVISÃO ORTOGRÁFICA E TEXTUAL)
RomanceVegeta era um ser criado de uma experiência a qual seu pai havia feito para aumentar sua energia, para que ele fosse um ser superior a toda a raça humana. A sua empresa Sayajin, era apenas uma fachada, pois a sua empresa na verdade era uma base de T...