Antes que pudesse fazer alguma coisa, abriu-se uma janela atrás deles que dava para o jardim, a enfermeira gesticulou para que fossem e Goku levou o amigo para lá, no instante em que saiu da área de enfermagem, sentiu uma dor ardente no queixo, outra vez, de novo, outra vez, agora um chute no estômago e em seguida um soco de mãos fechadas na coluna, assim que caiu no chão sentiu outra dor, semelhante a do queixo na costela e não conseguiu contar quantas vezes fora chutado, não gostava de apanhar e na primeira oportunidade que viu tentou se libertar, mas seu príncipe não deixou e continuou espancando seu corpo ao ponto de fraturar seu osso do braço e perna, continuou apanhando até sentir o gosto de sangue na boca e se misturar com o sangue e não tardou a cuspir.
De longe ouviu Chichi gritar por seu nome e sentiu a hesitação do príncipe por um segundo, o suficiente para que pudesse levantar e ficar em posição de batalha, o príncipe por sua vez estava com a guarda aberta e desviou sua atenção por um segundo o que abriu a chance para que pudesse ataca-lo, o que ele não espera era que o príncipe pudesse subir sua guarda rapidamente e puni-lo por seu erro, socando seu estômago diversas vezes e chutando em seguida.
Vegeta continuava a bater no garoto, precisava aprender que desrespeitar seu príncipe não ficaria barato, aquele idiota não aprendia falando então teria que aprender na marra, seus punhos se deliciavam com a carne macia e músculos sendo esmagados. Havia sentido saudades desse sentimento, de esmagar a carne dura até que se tornasse fofa, de sentir todos os vasos sanguíneos estourando com seus golpes, de sentir o músculo braçal se contrair na hora de ir e vir do soco.
Ah como sentia saudade de bater em alguém!
Seus punhos ansiavam por mais, por muito mais, então não parou de bater, não parou de punir seu companheiro por tamanha insolência. Vegeta poderia aguentar muita coisa, mas não o desrespeito, não seria desrespeitado por ninguém mais, não seria humilhado por ninguém mais, não ficaria a mercê de ninguém. Ele havia mudado, havia ficado mais forte e mostraria isso para Kakarotto para que lembrasse de jamais se intrometer em seus assuntos e principalmente assuntos que envolviam sua companheira. Sentia seu sangue bombardeando rapidamente para cada músculo se mesclando com seu desejo, Kakarotto não sairia dessa impune, a como não sairia. Sua visão se focava no garoto machucado, não iria parar, teria que aprender a ficar no seu lugar de um jeito ou de outro. Vegeta não havia percebido mas seus olhos negros haviam se tornado um vermelho carmesim medonho e Goku se tremeu se lembrando da última vez que viu essa cor.
Seus braços foram agarrados e ele foi puxado bruscamente para trás e antes que pudesse socar as pessoas que o encostaram, um incômodo nos ombros e rapidamente a dormência se espalhou para o restante do corpo.
Bulma acordou com uma dor na lateral do corpo de tal forma que seu ar desapareceu, sentiu um incômodo na região do rosto e viu uma máscara de oxigênio, olhou para baixo e viu que abaixo do seu seio estava um gesso que pegava sua região abdominal e pulmonar, olhou para a única direção que conseguia, o teto, se mexer e até mesmo respirar ficou difícil e dolorido. As luzes e o teto branco com tons azuis leves mostraram a ela que estava em casa, sentiu as lágrimas escorrerem pela lateral do rosto e um leve sorriso aparecer no rosto, estava em casa, finalmente estava segura. Finalmente poderia descansar, pensando assim na felicidade de estar em seu lar, de estar em segurança.
Quando acordou de novo a dor havia diminuído consideravelmente e agora podia descansar sem ser dopada por remédios. Subiu a cama para poder observar melhor e seus olhos pararam no casal dormindo, os olhos de seus pais estavam inchados e vermelhos, eles estavam com saudade e ela também sentia. Seu olhar estava compreensivo, agora ela entendia a razão de seus pais se preocuparem com qualquer coisa pequena que ela fazia e havia o mínimo de perigo, agora ela entendia porque, por pelo menos alguns dias, ela havia sido mãe. Havia sentido o instinto de proteção e de carinho, havia sentido o desejo de dar tudo ao filho, dar tudo do bom e do melhor, sempre ver seu sorriso e sempre vê-lo feliz. Uma lágrima solitária escorreu, os sentimentos que ficavam no seu coração quando pensava no seu filho, no sacrifício dele e isso a deixava triste, no seu filho de outro tempo e isso a deixava feliz, então sempre havia um dilema no seu coração. Mas tudo bem, ele estava vivo e mesmo que ela não o visse nunca mais, sua memória o guardaria com carinho.
A loira abriu os olhos e sorriu de tal forma que suas bochechas começaram a doer. – Bulma querida.
A voz chorosa da esposa acordou seu pai que também sorriu de fechar os olhos ao vê-la acordada. – Bulma querida.
Seus pais ficaram ao seu lado e sua mãe acariciou seus cabelos e secou as lágrimas que caiam do rosto da menina, sabia que ela estava assustada, que estava com medo, já havia passado por tanta coisa e uma atrás da outra sem dar tempo de processar as dores de cada um deles e agora estava hospitalizada. Seu coração estava angustiado, sua pequena filha passou por tanta coisa e não havia se tornado adulta ainda, seu aniversário de vinte anos estava próximo e talvez uma festa fosse apropriado para alegrar sua vida, não um festão como sempre fizeram, algo mais íntimo, para mostrar o apoio de seus amigos e que sempre estariam com ela independente dos acontecimentos recentes.
Seu pai estava aliviado que finalmente poderia dormir tranquilo, talvez não tão tranquilo assim porque vira Vegeta espancar seu amigo e não sabia o motivo, deu a eles o devido tratamento médico e assistência e pediu desculpas pelo comportamento de Vegeta e Chichi disse que não precisava se preocupar porque eles se resolviam dessa maneira só que estava agradecida por ter salvado seu amado. Teria que conversar com o garoto depois, bem seriamente. Seus dedos antigos tocaram a pele pálida da filha e naquele momento deu graças a todos os deuses por trazer seu tesouro para casa e antes que pudesse fazer ou falar qualquer outra coisa, seu outro pedaço do seu coração apareceu pela porta, ele se alegrou de tal maneira que seus olhos derramaram toda a felicidade que sentia.
A irmã por sua vez queria matar a irmã, porque ela não andava com guarda costas? Porque ela negligenciava sua segurança daquela forma? Será que não havia aprendido? Será que ela gostava de ser judiada daquela forma? Ela quase morreu do coração! Estava com raiva da irmã, porque ela tinha que ser tão imprudente daquela forma? E ainda conseguia sorrir como se estivesse bem? Ela não estava. Nada estava bem! Nada...
- Vem aqui.
Sua irmã menor a chamou e todas suas preocupações desapareceram porque sua irmã estava viva, estava machucada mas estava bem. Ela não podia preocupa-los dessa maneira.
- Você.... você... você!
Bulma entendia a preocupação da irmã, sabia que ela não havia dormido procurando por ela, sabia que ela havia tido pesadelos todas as noites que esteve fora, sabia que ela não comia direito e que provavelmente não havia conseguido falar tudo o que estava sentindo para seus pais. Abraçou a loira inteligente e acariciou seus cabelos e como de costume, Bulma chegou para o outro canto para que sua irmã pudesse deitar ao seu lado, mesmo com o corpo doendo, não podia deixar sua irmã desamparada daquela forma. Sua irmã era inteligente e sensível, uma das coisas mais complicadas de ser, mas de qualquer forma amava sua irmã e seus picos de sentimentos. Sua vida era completa assim, ter sua irmã em seus braços e seus pais ao seu lado, estava feliz com essa família.
Faltava algo, não algo, alguém. Vegeta, seu Kh'alhesee.
- Papai, mamãe, eu estou cansada. Vocês podem preparar uma refeição pra mim? – Ela piscou para a irmã que entendeu que ela comeria pouco no jantar e que no final da noite ambos sentariam no sofá e comeriam um macarrão instantâneo.
- Tudo bem. – A loira saiu de perto da irmã e a ajudou voltar para seu lugar de origem e logo saiu do quarto apagando a luz para que sua irmã dormisse.
- Tights.
A irmã entendeu para trancar a porta e assim que saiu do quarto o trancou e jogou a chave por baixo do vão da porta, seja lá que a irmã iria fazer precisava de privacidade para tal.
Bulma esperou que os passos de seus pais desaparecessem no corredor principal da sua casa, inspirou, provavelmente ele não estaria de bom humor e ela nem tentaria discutir sobre isso, estava com saudades do seu mal humor e do seu toque e realmente precisava dele, porque o rosto choroso do garoto que morreu para salva-la não parava de atormentar seu pensamento. Suas lágrimas de culpa escorreram, seu peito apertava e os soluços de alívio, medo, desespero e angústia saiam desenfreados da sua garganta, suas próximas palavras saíram baixas mas ela sabia que ele a ouviria porque ele sempre a ouve.
- Kh'alhesee.
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Dentre todos.... Eu escolhi você (REVISÃO ORTOGRÁFICA E TEXTUAL)
RomansaVegeta era um ser criado de uma experiência a qual seu pai havia feito para aumentar sua energia, para que ele fosse um ser superior a toda a raça humana. A sua empresa Sayajin, era apenas uma fachada, pois a sua empresa na verdade era uma base de T...