Capítulo 2

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Matteo Greco

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Matteo Greco


“Oh! Que formosa aparência tem a falsidade!”

_ William Shakespeare

Quando entro em minha sala no complexo, todos os meus doze caporegimes residentes na Sicília me aguardam sentados à mesa.

Suas expressões são um tanto tensas. 

Eles já não pareciam tão seguros e confiantes de terem uma reunião comigo agora. Alguns com certeza queriam voltar a sua decisão tomada minutos antes de eu entrar naquela sala.

E com certeza o pavor deles aumentou muito mais quando viram a expressão nada agradável que eu mantinha em meu rosto.

Como eu disse: eu detestava ser interrompido no meu momento com os meus filhos.

Mas é claro que eles não ficariam sabendo que o motivo do meu mau humor era isso, mas eu sabia que eles desconfiavam.

Durante boa parte da minha vida eu nunca me importei com nada ao ponto de estipular um horário para o meu trabalho, pois eu não tinha outra coisa importante para fazer além dele.

Isso nunca aconteceu, até agora. Até o momento em que eu me tornei viúvo e pai de gêmeos, aí sim tudo mudou e eu obriguei a mim mesmo a estipular os meus horário, pois eu não queria ser o pai ausente, do mesmo jeito que meu pai fora, então esse era o jeito mais seguro de manter a minha promessa de proteger e conviver com os meus filhos enquanto eu pudesse.

_ O que há de tão importante para todos vocês estarem aqui reunidos à minha espera? - pergunto ironicamente já desabotoando o meu terno para me sentar à mesa.

Eles se entreolham como se decidissem quem deveria se pronunciar primeiro.

_ Ora, o que é isso com vocês? Não podem me dizer simplesmente de uma só vez o que queriam me dizer? Pelo o que eu soube, a minha presença era de extrema importância. Então… façam valer o meu tempo, senhores, pois com certeza eu não tenho o dia todo.

E como sempre, Lorenzo Ricci, se mostra o insuportável que é e se levanta para dizer o que eles tanto queriam.

_ Temos um problema, Capo.

_ Jura? E qual seria? - mais uma vez uso o meu tom irônico e vejo uma veia grossa saltar no pescoço do filho da puta.

Eu só não o matei ainda porque a prostituição nos dá uma boa - na verdade, ótima - margem de lucros, e os filhos dele ainda são novos demais para assumir o seu posto, caso contrário ele já teria uma bala entre os olhos. 

_ O senhor é o problema. - escuto o que ele diz com a expressão mais séria que consigo tirar de mim e o encaro friamente ao ponto de deixá-lo desconfortável com o meu escrutínio.

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora