Capítulo 22

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Peter Orlov

"Consciência é uma palavra usada pelos

covardes para incutir medo aos fortes"

- William Shakespeare

- O que você disse? - repito a mesma pergunta pela segunda vez.

- Exatamente isso senhor, Matteo Greco levou a senhora Aleksandra, por isso ainda não voltamos pois estávamos arquitetando algo para tirá-la de lá e já estamos prestes a decolar com destino a Palermo. Já estudamos a possibilidade de tirá-la de lá.

- E por que porra eu estou sabendo disso apenas agora? - a minha vontade era atravessar a minha mão pelo celular e alcançar o pescoço de Mikhail e quebrá-lo em um só estalo.

- Porque sabíamos como o senhor poderia agir de forma descontrolada no ímpeto do momento, então preferimos resolver por nós mesmos. Além do mais, o senhor Andrei já estava ciente de toda a situação e nos deu o aval...

Tiro o celular da orelha e o jogo com força até a primeira parede em que ele encontra para se espatifar em mil pedaços e se espalhar pelo chão.

- Andreeeeeeeeei. - berro o nome do meu irmão.

Assim que ele surge na porta do escritório voo para cima dele e começamos a brigar como dois loucos quebrando todas as mesinhas de centro, cadeiras e poltronas que apareciam em nossa frente.

- Quem você acha que é, porra? Para se envolver nos assuntos que competem a MINHA esposa?

- Eu sou a porra da pessoa mais sensata dessa casa, olha só como você está agindo? Só isso já demonstra como você agiria no momento em que soubesse do que aconteceu e eu não posso permitir que você se mate ao tentar entrar em Palermo novamente como fizera no passado. Eles levaram Aleksandra irmão. Então, ou Mikhail e Ivan dão conta do recado e a trazem de volta para você, ou você nunca mais a verá novamente, pois você sabe o que Matteo fará quando descobrir a verdade, ele não perderá a oportunidade de se vingar de você. Você tirou algo dele...

- Não me interessa o que você acha. - termino de empurrá-lo, pois por fim nem estávamos mais brigando, estávamos ali apenas pingando o sangue de nossas feridas e encarando um ao outro.

- Desde que Aleksandra voltou para essa casa, tudo tem se resumido a um inferno para você, e não adianta fingir, pois eu sei muito bem como ler uma pessoa. Você deveria tê-la deixado na Islândia, deveria ter deixado tudo quieto como sempre esteve, mas você é um merda de cabeça dura.

- Sim, eu sou. - me levanto e sigo para porta, pois havia uma viagem para fazer e um favor para cobrar.

- Para onde está indo?

- Chicago. Preciso falar com o meu sogro. - ele nega com a cabeça como se estivesse fazendo um sinal de desapontamento, mas não lhe dou moral.

****

Quando chego a Chicago e entro no carro com um dos meus homens para que me levem até Joseph o meu maior desejo é estar chegando em Palermo para arrancar Aleksandra de lá, para bem longe de Matteo.

Desço do carro preparado para entrar em um dos galpões da Outift o qual eu sabia que Joseph se encontrava. Vim de surpresa, pois se ele soubesse que eu o visitaria, ele nunca aceitaria e iria colocar os seus homens para me impedir.

Mas quando estava prestes a entrar o meu telefone toca, e ao ver quem me chama resolvo atender com um sorriso cínico no rosto ao imaginar o que ela teria para falar, e o meu sorriso aumenta ainda mais quando ela dispara de uma só vez:

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora