Capítulo 10

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Matteo Greco

“Toda despedida é dor... tão doce todavia, 

que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia.”

— William Shakespeare

— Vocês não precisam se preocupar, pois o papai não vai demorar, ok? E amanhã eu prometo ficar mais tempo com vocês para compensar a noite perdida de hoje. - eu conversava com meus filhos tendo os dois em meus braços acariciando a minha barba por fazer.

Eles estavam atentos à conversa, até mesmo pareciam compreender absolutamente tudo. Os seus olhinhos azuis tão iguais aos meus, tinham o poder de me hipnotizar e era isso que eles estavam fazendo nesse exato momento.

É como se pedissem para que eu ficasse e não entrasse nessa loucura inventada por Giovanni.

Ou era apenas a minha imaginação tentando achar alguma forma de recusar aquela oferta e permanecer em casa como eu sempre fazia.

— E vocês, Apolo e Jake, cuidem bem das minhas crianças. - viro para as duas criaturinhas que permanecem no chão do quarto sempre à espreita de qualquer coisa que resolva aparecer. 

— Por favor, Matteo, para que tanto drama, homem? Você não está indo para o outro lado do mundo. São só algumas horas fora de casa em alguma boate, simples assim. - diz Giovanni revirando os olhos diante da minha despedida, teoricamente dramática.

— Giovanni, eu não me afasto dos meus filhos a não ser que seja por questões do trabalho, qualquer outra coisa que não seja relacionado a isso eu acho que seja futilidade da minha parte e que eu não deveria fazer, pois poderia dedicar esse tempo a eles, então, por favor, pare de dar pitaco nas coisas que você não sabe. - digo já sem paciência devido aquela insistência.

Pois, por mais que eu tenha pensado a respeito disso a tarde toda, que eu, talvez, deveria me dar esse tempo e tentar novamente depois de tantos meses desde o desastre acontecido, quando eu parecia ter dado um passo na decisão certa a ser tomada, vinha algo e tentava me tirar de cabeça aquela ideia idiota.

Às vezes parecia ser ridículo e errado demais, eu não sabia explicar ao certo a sensação que se apoderava de mim. Era muito difícil dizer.

— Ah agora eu é que não sei das coisas? - ele faz uma expressão de totalmente ofendido, mas logo revida. — Desculpe-me então eu tentar te animar e te trazer de volta a vida, mas sabe como é né?! Eu não sei de nada… é capaz que eu esteja fazendo isso apenas por capricho meu.

— Agora quem está fazendo drama é você. Eu só não quero que você fique fazendo pouco de mim, como se não fosse exigir um enorme esforço de mim, ao fazer isso. Você, melhor do que ninguém, deveria saber disso, Giovanni, então porque não tenta me apoiar e me entender ao invés de tentar me empurrar de cabeça nessa vida novamente.

Mesmo que fosse difícil de acreditar, era difícil pensar em seguir a minha vida depois de Helena. Ela foi capaz de mudar tantas coisas em mim, que não parecia correto virar um dos homens mais desejado da Itália novamente, o que no caso agora, seria o viúvo mais cobiçado. 

Ai que idiotice essa nomeação. E não adiantava nada processar os canais de jornalismo de celebridades, outros tabloides publicavam da mesma forma, um atrás do outro.

Não, com certeza não parecia certo, principalmente, depois de entender que tudo isso eram apenas futilidades de um mundo regado a aparências, nada disso era real, não como o amor sincero que Helena dedicou a mim e como eu me dediquei a ela.

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora