Capítulo 8

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Matteo Greco

“Conservar algo que possa recordar-te seria 

admitir que eu pudesse esquecer-te.”

_ William Shakespeare

Já era madrugada e eu ainda estava no escritório de casa trabalhando em alguns papéis a respeito de uma das minhas empresas legalizadas, havíamos tido um problema no processo de produção. Pelo o que me foi passado, parecia que os funcionários tiveram problemas com um dos meus supervisores devido ao abuso de poder dele.

As coisas para mim pareciam às vezes apenas puxar para esse lado da coisa, eu ficava impressionado de ver. Quando eu tentava fazer pelo menos uma coisa certa, mesmo que sempre houvesse algo escondido por trás, só que não tão pesado quanto na máfia, me apareciam pessoas iguais a esse supervisor. 

Mas, já que ele havia me desobedecido e agido pelas minhas costas fazendo os seus subordinados trabalharem mais do que seus horários estipulados e ainda por cima sem ganhar nenhum dinheiro extra, tudo pela incompetência dele mesmo, pois ele é quem estava atrasado, ele demorou a entregar o projeto, então ele pagaria por isso, pois eu não queria a imprensa dando uma maior atenção àquela empresa. 

Sendo assim, mesmo sendo um negócio legalizado eu teria que agir de forma fora da lei, eu sumiria com ele para sempre, para que não me causasse mais problemas e nem a nenhuma outra empresa que quisesse contratá-lo, mas até lá eu teria que aguentar essa greve e o atraso nas entregas, o que significava também problemas no financeiro.

_ Resumindo… uma completa merda.

Meus filhos já haviam dormido faz tempo, então eu seria o único a pelejar pela manhã para ficar acordado enquanto eles estavam com suas energias completamente renovadas e abusando da bondade que eu reservava apenas para eles, eu realmente os invejava.

_ Como eu  queria ter uma boa noite de sono.

Já que eu não conseguia dormir bem, eu preferia trabalhar do que ficar encarando o teto do meu quarto, pelo menos alguma coisa acaba sendo adiantada nesses momentos. 

De repente o meu celular começa a tocar, mas aparece um número completamente diferente na identificação, era de outro país. Trato de atender rapidamente pois poderia ser Federico tentando me contatar de alguma forma, uma vez que ele já estava na Rússia há uma semana. 

_ Greco. - atendo com a minha saudação de sempre e aguardo um momento que parece durar uma eternidade.

_ Senhor Greco, como vai? - paraliso imediatamente com tudo o que eu estava fazendo e um arrepio sobe pela minha coluna como nunca antes havia acontecido comigo.

Não era Federico que estava me ligando, estava longe de ser o meu esecutore, aquilo era surreal demais.

Aquela voz… 

Eu não posso acreditar no que havia acabado de ouvir. Só podia ser a minha imaginação me pregando uma peça devido aos meus desejos que nunca poderiam se cumprir, pois ela se foi, ele queimou o corpo, eu vi. 

Não, não podia ser. Não era possível, eu estava apenas imaginando coisas. Essa voz era parecida demais, mas não podia ser, era completamente impossível, era somente a porra de uma coincidência.

_ O que foi, o gato comeu a sua língua? Sabe, vocês italianos se denominam tão educados e corteses, mas eu não estou vendo nada disso desde que eu comecei a receber visitas do seu povo. - a sua voz tinha um toque de cinismo e desdém.

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora