Capítulo 19

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"Você não tem espaço para a luz
O amor está perdido em você
Eu deixo meus lábios vermelhos
Para parecerem cerejas na primavera
Querido, você não pode deixar tudo
Parecer tão triste

Mas, oh, o que eu posso fazer
Para animar você?
Ou te entender?

Oh, o que eu posso fazer?
A vida é linda
Mas você não faz ideia
Sol e oceano azul
O esplendor deles
Isso não faz sentido pra você

Beleza escura, oh"

Aleksandra Ivanov-Orlov

“De todas as paixões baixas, o medo é a mais amaldiçoada.”
— William Shakespeare

Sinto o sol queimar minha pele e me movo na superfície macia em que me encontro deitada para tentar sair do local exato de sua incidência, mas não adianta de muita coisa, pois ele ainda está sobre meu corpo esquentando cada vez mais. Fico nesse estágio letárgico entre sonho e a realidade de estar, realmente, acordada até que uma concepção se apodera de mim e eu me sento o mais rápido que consigo ao ponto de ficar tonta e quase cair para trás novamente.

Fleches começam a passar pela minha mente, tudo ao mesmo tempo, despontando até mesmo o início de uma dor de cabeça.

Meu encontro com Antonio. Matteo Greco indo atrás de mim. Me confundindo com sua esposa morta. De repente nós já estávamos em um jatinho seguindo rumo a algum lugar. Ele se irritou com algo que eu disse e me acertou um tapa em meu rosto e eu lhe dei uma facada em retribuição.

E então nós dois apagamos, eu em detrimento da medicação e ele pela mais provável perda de sangue causada pelo ferimento.

A lâmina não era grande e em um homem como ele com certeza não teria feito nenhum estrago aquilo foi apenas o efeito da adrenalina abandonando o enorme corpo dele e o fazendo responder daquela forma.

Depois de colocar minha mente no lugar, aí sim me ponho a prestar atenção ao local em que estou, eu nem mesmo havia me importado em analisar isso antes, talvez pela emoção de tudo recaindo sobre mim novamente e de uma só vez.

Mas olhando o quarto em que eles me colocaram, isso aqui estava longe de ser o cativeiro em que pensei que eles me colocariam devido ao fato de eu ser esposa de Peter, o homem a quem eles procuravam há tanto tempo e destilavam tanto ódio.

Eu até mesmo havia “brincado” com Matteo na pista de pouso ao dizer que ele me levaria cativa para me usar como ameaça contra Peter, e pelo jeito isso era uma meia verdade.

Seria totalmente verdade se não tivesse ainda mais loucura misturada a toda essa história. Pois além desse meu enorme problema ainda havia o fato de todos aqui nesse país pensarem que sou e me chamarem de Helena Greco a esposa de Matteo.

Eu com certeza não entendia nada disso, mas uma coisa eu tinha certeza que ser comparada a ela estava me causando um certo nível de raiva, a qual ia se acumulando cada vez mais, tudo isso porque eu não queria ser comparada a uma mulher que tinha como pai, Joseph Thompson.

Esse homem destruiu a minha vida, e pensar em me parecer com a filha dele me causava repulsa. Pois como alguém pode conviver com um homem daquele?

O meu marido é um mafioso, os meus cunhados, e todas as pessoas com quem convivo e faço negócios, mas esse homem, ele tinha um outro nível de maldade e insanidade.

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora