Capítulo 6

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Aleksandra Ivanov-Orlov

“Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!

As pirâmides que novamente construíste

Não me parecem novas, nem estranhas;

Apenas as mesmas com novas vestimentas.”

_ William Shakespeare

Havia acabado de chegar em uma de nossas boates mais frequentadas, e por se tratar de uma sexta-feira as coisas estavam quase que saindo de controle devido ao enorme número de pessoas que estavam frequentando o estabelecimento hoje.

Eu sempre vinha mais cedo, verificava absolutamente tudo, todos os detalhes de coisas que poderíamos precisar, então eu voltava para casa, me arrumava e novamente retornava para cá ou qualquer outra boate que precisasse da minha atenção, mas na maioria das vezes era sempre a maior de todas que tomava as minhas noites quando eu estava na cidade.

E cá estava eu, frenética com todos os detalhes, todas as vezes pareciam ser a primeira. 

“Será que eu nunca me acostumaria a nada nessa vida?”

Viver assim é difícil e cansativo, pois eu sempre manteria um pé na loucura e o outro no surto, pois caso qualquer coisa saísse do meu controle, eu com certeza não lidaria nada bem com isso.

Enquanto balanço minha perna batendo o pé no chão com as minhas sandálias Louis Vuitton demonstro um pouco da impaciência que sinto, hoje eu realmente não estava nem um pouco controlada.

O que está acontecendo comigo? 

Até parece que algum cliente super especial irá aparecer aqui essa noite. Eu não sou mais assim, eu sou uma mulher controlada, então eu não entendo o porquê de estar agindo assim.

_ Aleksandra, olhe quem chegou. - Mikhail um dos homens da minha segurança pessoal aponta para a entrada da boate.

E lá está o meu marido e os seus dois irmãos. Eles realmente sabiam como chamar a atenção das pessoas, independentemente do motivo, eles paravam tudo ao redor deles quando estavam por perto, podendo ser pela beleza ou pelo medo que eles causavam. 

Os irmãos Orlov.

Com certeza isso causava pavor quando era sussurrado por aí essa frase. Aqui, não era apenas o submundo que tinha conhecimento do que eles faziam ou com o que eles mexiam. Faziam negócios com todo tipo de gente, de políticos renomados a cartéis de subúrbios, eram respeitados, pois ninguém queria se meter com a Bratva, muito menos com os chefes dela, então tudo era mais fácil, autorizações para diversos passes livres pela cidade, inclusive.

Era assim que Moscou funcionava com a presença deles aqui, tudo guiado pelas mãos de ferro dos irmãos.

Também não era desconhecido por ninguém as personalidades dos rapazes. Peter era descontrolado em inúmeros aspectos, não tinha paciência, não perdoava, então o melhor a se fazer era nunca pisar na bola com ele, caso contrário você seria esmagado, ele não é o tipo de pessoa que aceita desculpas pois ele nem sequer dá tempo a alguém para que o faça. 

Impulsivo, seria uma palavra para descrevê-lo bem, uma vez que, ele matava por bem pouco, caso ele se sentisse desconfortável com algo.

Eu tentava entendê-lo, ele tinha um passado difícil, é claro que isso não justificava qualquer assassinato ou crime que ele cometeu, mas eu tentava atribuir a sua insanidade nos seus problemas passados. Ele não teve carinho, um pai ou uma mãe que o amasse e pudesse ensiná-lo um caminho melhor para seguir. Então… eu passava um paninho para ele e suas atitudes, algumas vezes. 

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora