Capítulo 7

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Aleksandra Ivanov-Orlov

“O passado é um prólogo.”

— William Shakespeare

Logo encontrei a sala que usava como escritório por aqui. Quando estava com Dimitri mais cedo não vim para cá para que os seguranças não ficassem falando por aí, mas por algum milagre divino, não havia ninguém aqui agora.

Então, encaminho o homem para dentro e o coloco sentado em uma das cadeiras dispostas ali.

Ele com certeza não era daqui, a sua aparência me entregava isso, e eu tinha certeza que quando ele abrisse a boca dele para dizer algo eu logo contestaria mais uma vez que ele não era russo, pois um sotaque poderia entregá-lo facilmente.

— Eu vou te perguntar mais uma vez. Quem é você, e o que está fazendo me seguindo?

Eu tomei uma pequena distância para que ele não tentasse me atacar ou esticar as suas pernas para me derrubar, mas eu continuava a apontar a minha arma em direção a sua cabeça.

— Quem eu sou não interessa a você. A única coisa que você precisa saber é que Peter Orlov e os irmãozinhos dele estão sendo caçados.

— Ah querido, você terá que ser melhor do que isso para me convencer, caçados todos nós somos o tempo todo e há muito tempo. Então essa sua desculpa não cola comigo.

— Sim, concordo com você, mas eles nunca tiveram um inimigo tão implacável quanto Matteo Greco. E ele está vindo atrás deles e nada poderá detê-lo, pois não há como segurar um homem como ele, então seria melhor você não se encontrar no meio do fogo cruzado. Pois eu vi você entrando naquela salinha com Dimitri Orlov, e você pode ter certeza, o meu Capo não poupará nem mesmo quem trepa com qualquer um deles.

Eu rio na cara dele e tombo minha cabeça para o lado para encará-lo com os meus olhos vidrados e psicóticos, eu tinha certeza que já estava com uma cara de assassina desequilibrada para o lado dele. Era assim que eu ficava depois de ter o meu dia estragado por pessoas como esse homem e diante de atitudes como essa que ele está demonstrando.

— Não me importo com o que o seu Capo fará. - digo Capo com o maior desdém que consigo formar com minhas palavras. — E eu não sou tão louca como pareço, eu não transo com o meu cunhado, caso contrário ele teria suas duas cabeças arrancadas pelo meu marido, se é que você me entende… - olho sugestivamente para entre suas pernas e volto a encarar o seu rosto.

— Marido? - agora sim ele esboçou surpresa, pensei que nunca conseguiria tirá-lo da sua posição distante e inatingível.

— Você não faz ideia de com quem está se metendo, não é mesmo? - digo calculadamente enquanto analiso a sua expressão corporal no intuito de encontrar mais alguma brecha para entrar. — Eu não costumo citar e trazer o meu marido para esse tipo de conversa que estamos tendo agora, pois eu não preciso da imagem dele causando medo nos outros por mim, pois eu mesma sei me proteger e causar pavor nas pessoas, mas já que você está bastante desinformado e perdido… eu vou te dar uma pista… 

Ele me encara e mesmo que sua expressão não o acuse, eu sei que ele quer muito obter essa informação. Eu não entendia o porquê de estar mantendo uma conversa tão civilizada com o inimigo, mas ele parecia ter algo bastante interessante para mim, mas eu ainda não conseguia decifrar o que seria isso.

— Peter Orlov. - apenas digo o nome do meu esposo e continuo. — E você pode ter certeza que não era necessário você vir aqui dar avisos, pois o meu marido conhece os inimigos que tem e sabe muito bem como lidar com eles. Então avise para o seu Capo, que na próxima, ou ele manda alguém mais experiente que saiba como lidar com a Bratva, ou ele mesmo dá as caras por aqui. Ou ele é tão covarde ao ponto de não lidar com os seus próprios problemas pessoalmente?

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora