Capítulo 50

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Capítulo 50

Matteo Greco

“O monstro continuava a proferir palavras incoerentes,
amaldiçoando a si próprio.”

— Frankenstein - Mary Shelley

Jogo um Peter ainda um pouco zonzo na cadeira de aço que é chumbada no chão de concreto e começo a prendê-lo nela com as amarras nos pulsos, tórax e tornozelos.

Mikhail e Carlos já estavam sendo atendidos pelo médico, mas pelo jeito o problema de Carlos era mais grave, pois a perna já estava um pouco debilitada, ele ainda puxava um pouco dela mesmo com a fisioterapia então teria que fazer mais exames, já Mikhail estava bem mais tranquilo.

Termino de amarrar Peter e jogo um balde de água gelada em cima dele para acordá-lo.

— Acorda, princesa! Agora, você me dirá tudo o que eu quero saber, pois você não sairá daqui enquanto eu não ter as minhas respostas. - é claro que eu não precisava acrescentar que ele só sairia dali dentro de um caixão.

— Vai nessa, eu sou bem resistente. Faça o seu melhor, CA-PO… - os olhos febris dele me encaram, como se ele tentasse me destruir apenas com esse olhar. Terminar o que ele havia começado há alguns anos.

— Por que você levou a minha esposa?

— Porque eu quis. - ele gargalha jogando a cabeça para trás, como se aquilo fosse a coisa mais engraçada que ele já disse em toda a vida medíocre dele.

Já sem nenhum pingo de paciência, encaixo o bastão de choque no seu pescoço e aciono. Quando acho que foi o suficiente, paro, e pergunto novamente:

— Eu vou perguntar só mais uma vez: Por que você levou a minha esposa?

— E eu irei repetir para você: Porque eu quis e eu podia. Ela foi dada a mim também, sabia disso?

— Quem disse essa porra para você? Nós fomos prometidos um ao outro antes mesmo de nascermos, e eu tenho certeza que o seu nome não estava naquela merda de acordo.

— Eu não precisei do meu nome escrito em um pedaço de papel para oficializar isso. Ela também é minha. Talvez até mais do que ela seja sua. 

— Não diga essa merda. Ela é minha. MINHAAAAAAA! - agarro-o pelo pescoço e aperto o mais forte que posso e grito na sua cara.

Quando ele começa a parar de se debater perdendo as suas forças sou obrigado a soltá-lo, caso contrário o matarei. Agora ele está fraco devido a falta de oxigênio e preciso esperar alguns minutos para que volte ao normal.

— Quem prometeu Helena a você? Ou isso é só mais uma das suas ilusões distorcidas devido a irmã gêmea de Helena? 

— Alguém que com certeza não queria a filha do inimigo em sua casa, muito menos depois de descobrir que ela era uma bastarda.

— Quem é essa pessoa, Peter? Como vocês orquestraram o plano? Como as coisas aconteceram?

— Vai se ferrar cara. Eu sei que você irá me matar, então termine logo com isso pois não tenho que te dizer nada.

Sua negativa faz com que eu solte a amarra que prendia seu braço à cadeira e o torça para trás ao ponto de ouvir o osso se quebrar e depois o urro de dor que o desgraçado solta a plenos pulmões.

— Olha aqui, eu não estou com paciência para ficar aqui te torturando lentamente, machucando um lugarzinho aqui e outro ali, arranca uma unha, um dedo ou a porra de um dente! Então responda às minhas perguntas quando eu as fizer, porra!

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora