Capítulo 38

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Helena Greco

“Palavras são, na minha não tão humilde opinião, 
nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de ferir e de curar.”

— Harry Potter e as Relíquias da Morte – J.K. Rowling

Sara já estava a caminho de Palermo como estava nos planos, ela aguardaria por nós lá, uma vez que Matteo e eu ainda precisávamos nos encontrar com Sirena.

Primeiro porque eu queria revê-la, segundo, porque precisávamos de uma desculpa para estar no país caso alguém descobrisse que estivemos nos Estados Unidos no mesmo dia em que Sara simplesmente desaparecera.

É claro que logo descobririam que ela estava comigo, mas por enquanto aproveitaríamos a ignorância deles em relação a esse fato em específico. Blake estava mantido em um lugar seguro e seria liberto quando a hora certa chegasse, todos nesse exato momento já deram os dois como desaparecidos, e até eu não possuir certeza absoluta dos meus próximos passos, eu faria de tudo para que ninguém os encontrasse. 

Já era noite, saímos de Chicago no que restou da madrugada e depois de quase quatro horas de voo pousamos em Las Vegas, então já fazia um bom tempo que estávamos presos no quarto de hotel.

E em nenhum momento reclamei, uma vez que Matteo não me deu nem sequer um minuto de trégua a partir do momento que adentramos o quarto, somente quando um cabeleireiro chegou para arrumar o meu cabelo e fazer-me uma maquiagem que ele me permitiu sair da cama.

Iríamos até um dos cassinos de Sirena, por sorte ela estava na cidade e nos convidou para um dos seus estabelecimentos, ela possuía vários, mas hoje haveria um evento especial no maior de todos o “Hotel Casino Pisinoe”, era uma construção espetacular, eu nem quer saberia medir com precisão o tamanho daquilo, mas era enorme e existiam tantas coisas para se fazer, que levaria semanas para percorrer e fazer tudo o que ela disponibilizava nos serviços do cassino.

Estive aqui há alguns meses, acabamos fazendo amizade. Ela não era a pessoa mais simpática do mundo, mas quando você entendia que aquele era o jeito dela independente de quem fosse, você não ligava tanto para esse detalhe específico da personalidade dela. Mas tirando isso e o quão letal ela era, ela se mostrava uma pessoa divertida que buscava fazer de tudo, e quando eu falo de tudo, é tudo mesmo, para se divertir, principalmente no quesito sexual.

Ela era habitual a experimentar coisas novas, e às vezes bem perigosas e nada confortáveis, mas ela se sentia bem com isso, era uma maneira de se desligar do mundo e esquecer no que ela havia se tornado com o passar dos anos, palavras dela, não minhas. 

Ela soltava algumas coisas desse tipo em alguns momentos de “fragilidade”, se é que eu poderia chamar assim.

Ainda lembro do nosso último encontro e a minha insegurança que eu insistia em manter em alguns momentos quando as dúvidas permaneciam em minha mente sem dar trégua ou ir embora em relação à vida que eu tinha em Moscou.

“— Qual a sua verdadeira opinião sobre Peter? Além das concepções como parente dele, é claro. - Ela me encara profundamente como se pensasse no que dizer sendo totalmente sincera, visto que esse era um dos pontos mais fortes da personalidade dela.

— Aleksandra, tudo o que você precisa saber sobre Peter Orlov é bem simples: você deve temê-lo. Não digo que deve demonstrar isso a ele, não, não mesmo, você deve se manter forte em torno dele e de todos daquela casa e organização. Mas se você gosta de enfrentá-lo e se impor na relação e como senhora daquela casa, tudo bem, super apoio você, mas saiba até onde pode ir, até onde pode pressioná-lo. De maneira nenhuma eu gostaria de aconselhá-la a fazer algo e depois receber uma ligação sua contando-me que algo dera errado ou que ele fora completamente violento com você. Eu realmente não me perdoaria.  

O Recomeço - Livro III        |COMPLETO|Onde histórias criam vida. Descubra agora