MAIARA

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-Maiara, está pronta?

-Só um momento madre, já estou indo

Tenho 19 anos e estou em um convento, segundo meus pais isto era uma promessa deles, mas pq a promessa deles tem que me afetar, não deveria. Eu assistia filmes, via pessoas se beijando, falando de amor e eu só tinha um objetivo que foi posto desde que eu estava na barriga da minha mãe, que era ser FREIRA!

Vou até a Madre e saímos caminhando, esse local ficava movimentado quando recebíamos visitas.

-Padre Mateus chegou!

-Mas ele não chegaria somente daqui uns dias?

- Era o previsto, mas ocorreu algo e eles tiveram que vir antes..

-Eles?!

-Ah sim, ele trouxe o aprendiz.

Estranhei o padre trazer seu aprendiz, mas nada falei...fomos até a entrada do convento e lá encontramos o padre Mateus que quando nos viu veio logo cumprimentar.

-Padre Mateus, que ótima visita! Não esperávamos sua visita tão cedo ao convento

-Tivemos alguns problemas...Mas foi tudo resolvido. Fernando venha cumprimentar as irmãs.

Até então eu não tinha visto que o aprendiz estava na sala, olho para ele e era lindo, estava com uma cara de poucos amigos, será que algo o incomoda? Eu é que não vou me atrever a perguntar. Ele veio perto de nós e parou seu olhar em mim, ficamos nos encarando e ele trazia um olhar que me deixou envergonhada, padre Mateus fingiu uma tosse fazendo a gente desviar o olhar um do outro, mas quando ele abriu a boca para falar sentir um formigamento e nossa que voz ele tinha, era lindo com uma voz tão atraente, me repreendi por pensar nisso "Pare Maiara, peça perdão a Deus.".

-É um prazer estar em seu convento madre..Escutei coisas maravilhosas sobre este lugar, mas vendo pessoalmente?! Supera todas as expectativas.

Nesta hora ele olhou para mim e fez eu ficar mais vermelha do que estava, a madre agradeceu e logo tratou de me apresentar como a sucessora dela, era isso que eu era para ela, pois achava que eu era a mais indicada para o cargo quando ela se fosse, ela tinha orgulho de mim, ao falar de mim seu sorriso sempre se alargava e isso fazia eu me sentir bem, como se eu tivesse no caminho certo.

- Está é Maiara, minha aluna e minha sucessora.

-Prazer , Maiara.

Ele estendeu a mão me cumprimentando e ao dar a mão a ele pude sentir uma eletricidade percorrer que eu não entendi, ele me analisou de cima a baixo e depois desejei boas vindas e ele agradeceu, eu acho que estava roxa da vergonha, pois meu rosto estava queimando.

Ele soltou a minha mão, mas não parou de me encarar, seus olhos pareciam famintos, não sei, estava me sentindo um pedaço de carne naquele momento. O padre e a madre estavam conversando sobre a estadia deles em nosso convento, depois de conversar eles teriam que fazer seus afazeres, então se retiraram, mas antes desejei uma ótima estadia e padre Mateus sorriu e Fernando travou seu maxilar e apenas assentiu, não sei pq ele fez tal cara...

...

A biblioteca do convento ficava mais afastado e não tinha muita gente que andava por aqui, somente eu gostava da biblioteca e de ler os livros então eu era a pessoa que todos solicitavam para buscar livros, pois já sabia onde estava cada um.

Caminhei até a biblioteca e fui buscar os 3 livros que Julia havia me pedido, ao sair si tô um cheiro diferente, parecia cheiro de cigarro, como sou curiosa vou até onde sinto o cheiro, ele vinha de um local mais escondido, então só olhei de relance e não vi ninguém e virei para ir embora, mas escuto alguém me chamar.

-Maiara.

Fernando estava me olhando e terminando de fumar um cigarro...Cigarro?! Ele não pode, ele deve dar o exemplo as demais...fui até próximo a ele e comecei a falar.

-Você...isso?! Quando o padre Mateus saber... Você é só um aprendiz e já está quebrando regras!

-Ele sabe, doce Maiara - ele pisca para mim e eu vejo ele colocando aquela porcaria na boca novamente -Espero que seja doce mesmo Maiara

O que ele falou? Que merda é esse de eu ser doce, vi que o olhar dele ficou mais intenso e eu não consegui responder nada e então ele continuou me olhando um aquele olhar devorador e falou

-Eu pensei que ter que vir pra cá seria a pior desgraça que poderia me acontecer nesses dois anos em que estou sendo obrigado a fingir ser padre... Mas estava enganado

Eu estou incrédula com suas palavras, mas ele a medida que falava veio andando para perto de mim e eu me mantive onde estava e só conseguir prestar atenção nele quando ele disse que estava fingindo ser padre.

- O que você quis dizer com "fingindo" senhor Fernando?

- vou deixar está parte para o nosso próximo encontro.

Ele abotoa a sua camisa que estava aberta alguns botões e eu acompanho seus movimentos, e logo ele me olha e fala algo que me deixa mais envergonhada ainda e constrangida...

-Maiara me chame somente de Fernando, você fica muito sexy me chamando de senhor e eu posso não me controlar alguma hora... você será minha distração neste convento.

Mas que absurdo...isso já é demais, como ele ousa falar desta maneira comigo...

-Eu não vou permitir que fale comigo desta maneira! Eu não estou interessada neste seu jogo. Eu sou uma irmã!

Digo irritada e ele me retruca falando

-E a mais nova pelo o que eu ouvi falar

Eu seguro a vontade de revirar os olhos e somente o encaro, ele chega mais perto e passa seu dedo no meu lábio olhando no fundo dos meus olhos e sai andando logo depois, mas antes de virar o corredor fala

- Nos vemos em breve Maiara

Eu fiquei ali parada assimilando as coisas que ele disse...estava constrangida com as falas dele e o olhar dele, não entendia o que ele queria dizer, mas algo em mim pulsou, vou voltar com os livros e vou fazer a minha reza para tirar todos estes pensamentos e essa conversa da minha cabeça, apesar que vou andando e no caminho todo a minha cabeça fica na nossa conversa ... Como assim fingindo ser padre?!

O Padre E A FreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora