Capítulo 8

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Saímos da porta da minha casa e Fui para um bar próximo de casa  com o Dylan que estava parecendo um fantasma de tanta olheira, Bebemos um pouco enquanto conversávamos e ele desabafava , é engraçado o fato de o modo que conversamos na frente das pessoas ser diferente, porque quando estamos perto de alguém que conhecemos conversamos como se focemos sócios , mas quando estamos sozinhos parecemos dois retardados problemáticos tendo uma conversa totalmente informal e que outras pessoas não intenderiam, enquanto ele falava sobre contas e assassinato a única coisa que me vinha a cabeça era a vontade que tenho de apresentar a Luz para ele. Pensando nela acabei pegando o telefone e mandando uma mensagem para ela que me respondeu quase que na hora, até me assustei, mas fiquei aliviada de ela ter me entendido, conversei com ela um pouco amenizando as coisas, eu entendo ela, você foge de gangsteres a vida inteira e quando esta tudo bem sua amiga que fugiu a cinco anos do nada te liga e fala que é uma gangster.

Bebo mais uma garrafa e olho para Dylan que no momento esta olhando pro copo enquanto xinga baixo me fazendo rir, espero ele terminar de beber para sugerir irmos embora e ele só aceita ir embora depois que prometo ajudar ele na contabilidade, já que uma facção é muito mais que uma gangue de um gangster, tem até alguns que tentam montar uma facção mas acabam desistindo no meio do caminho que nem meus ex-cunhados que apenas começaram, mas desistir foi uma boa opção já que na verdade eles queriam coisas diferentes e só estava fazendo aquilo para ganhar dinheiro e pagar as suas dividas.

_  Realmente quer ir embora sozinho? se quiser pode ficar na minha casa... Ei seu peixe fedorento, estou falando com você.

Dylan_ Porra eu não sou uma criança e nem bebemos tanto assim, esqueceu que minha tolerância a álcool é igual a sua? tanto que fazíamos até competições antes de termos essa merda toda para resolver.

_ Tá ok desisto, toma cuidado então seu saco de batatas... a e não vá matar ninguém no meio do caminho. 

Ele aponta o dedo do meio para mim e dou um tapa na nuca dele que vai embora resmungando enquanto passava a mão aonde bati, esperei ele virar a rua que dava direto para a casa dele e fui embora para a minha. Assim que cheguei tranquei a casa inteira e fui tomar banho, apesar de ser verão o tempo estava frio e seco então apenas aproveitei o banho quente por um bom tempo enquanto deixava meus pensamentos fluírem por si só, bem aqueles momentos em que você esta olhando pro nada porem pensando em tudo, de repente me veio a mente aquele garoto que  encontrei mais sedo, ele parece ser muito novo e tem um rosto agradável de se olhar, espero encontra-lo de novo, tem algo nele que me deixou intrigada porem não sei oque é.

Depois do banho coloquei um moletom preto, fiz um chá e me sentei na sala com uma coberta em meus pés, comecei a ler um livro que a filha de um capanga me recomendou e acabei comprando por curiosidade a menina vinha todo dia me perguntar se eu tinha lido e eu sempre enrolando, mas hoje decidi dar uma chance para o pequeno livro de capa e prologo duvidoso. O começo era meio confuso e me fez passar raiva, os outros livros que tenho em casa não me fizeram sentir nada, já esse  me fez sentir varias coisas, gostei tanto que li ele apenas em um dia, a conclusão foi que fiquei traumatizada no final e queria mais livros como aquele então comprei vários da mesma autora pela internet, o livro é tão puxado para fatos reais e não a ilusões que você fica chocado a cada capitulo, o final é realista também, é como se fosse um conto de fadas acontecendo na vida real e é tudo bem detalhado, quando terminei de ler já era de dia e eu não estava com nem um pingo de sono.

Sempre gostei muito de ler porem não podia comprar os livros por conta da megera da minha avó que por sinal ainda esta me procurando, sorte que os caras que eles botaram atrás de mim não me reconhecem,  já que cresci mais, finamente engordei, tenho tatuagem, pircing e meu cabelo cresceu; Continuo parecendo um demônio, mas isso não me incomoda mais  já que pelo menos puxei a minha mãe e não ao babaca do meu pai e é oque me ajuda a me livrar de caras chatos. Em pensar que mesmo sendo fruto de um abuso minha mãe me amou ao ponto de fugir para que não fizessem ela abortar, me orgulho porque isso mostra que ela era forte  e também penso que se ela estivesse viva, a mesa não ia precisar carregar um fardo porque nasci a cara dela e não ia fazer com que ela se lembrasse dele quando olhasse para mim, gosto do fato da minha aparência atormentar meu pai.

Na escuridão dos seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora