Menina Selvagem

Capítulo setenta e cinco: Isolamento

  Astória não poderia se lembrar de um pior do daquele, além da Batalha de Hogwarts e quando sua mãe partiu. Havia sido rejeitada, fugiu três vezes e foi presa na frente do namorado. A pior parte é que 70% disso foi culpa sua. Os aurores não são nada gentis quando se infringe a Lei. Lhe fizeram algumas perguntas, tiraram fotos suas - horrorosas -, e fora posta dentro de uma cela imunda e minúscula. 

  Se isolou no cantinho porque teve medo das suas colegas criminosas. Até poderia ser boa em luta, mas não tinha tanta certeza se as venceria sozinha. Evitou qualquer tipo de contato, embora elas as encarassem direto. Já estava implorando misericórdia a Deus mentalmente quando uma auror veio e abriu a porta.

- Astória Greengrass, pode ir! Já pagaram a sua fiança.

- Muito obrigada, senhora!

Foi embora apressadamente, como se mudariam de ideia caso demorasse. Seu estômago embrulhou ao ver seu pai possesso. Já o vira naquele estado, mas nunca com sua pessoa. Teve uma enorme vontade de chorar, mas conseguiu se conter. Ele lhe entregou as fotografias que tiraram dela antes de parar atrás das grades.

- Para o seu álbum.

Não disse mais nada e foi embora. A jovem o seguiu e entraram no elevador, vazio. Aquele silêncio terrível a perturbava.

- Me desculpe.

- Pelo o quê? Por ter fugido de novo? Ou por ter sido presa por agressão? Se me perguntasse mais cedo o que eu faria tarde da noite, eu com certeza diria dormindo! E não tirando a minha filha da cadeia!

- Eu posso explicar! Eu queria saber porque Bagshot não me contratou e ela disse que foi por causa de Draco. Quando disse que empregaria se eu rompesse com ele, não consegui me controlar!

- Ao ponto de enviá-la a St. Mungus?

- Não a machuquei tanto assim! E também, ela mereceu!

- Astória, você encontrará muito imbecis ainda, a maioria da nossa família! Mas isso não quer dizer que pode feri-los! Ainda mais, desta forma!

- O que quer dizer?

- Quero dizer que se continuar assim, vai mesmo ser um fracasso! Espero que não se repita!

- Não vai, eu juro!

- É bom mesmo! Draco está muito preocupado com você.

- Ele não está aqui, está?

- Não, eu o mandei para casa.

- Menos mal.

Sr. Greengrass estava mesmo indignado. Não falou nada durante a ida para casa na carruagem e nem ao chegar no Ninho. Apenas falou que amanhã conversariam melhor e foi imediatamente para o seu aposento e a naja, ao seu. Assim que Astória se jogou na cama, chorou profundamente pela rejeição e os erros que cometera. Desta vez, o único consolo que obteve foi as almofadas. Chorou até adormecer.

Despertou na manhã seguinte, um pouco depois do nascimento do Sol. Não só mergulhou na água gelada da banheira, como no choro novamente. Seus olhos ficaram bem inchados e vermelhos. Se direcionou ao escritório do pai, no andar superior da Casa central, e bateu na porta. Apenas entrou quando ouviu a permissão do seu pai. Sr. Greengrass costumava fazer a contabilidade da casa antes de qualquer coisa. Ele não tirou os olhos de suas contas.

- Papai, será que podemos conversar um momento, por favor?

- Sim. Eu estava mesmo querendo falar com você para discutir o seu castigo.

- Castigo? Que castigo?

- Seu castigo por ter fugido novamente e ter sido presa, é evidente. - Fixou o olhar nela - Não achou que sairia impune, não é?