Menina Selvagem

Capítulo trinta e quatro: Cuidando do monstro

  A manhã no Ninho estava bastante quieta. O único som audível eram os dos talheres do café da manhã. Tanto Sr. Greengrass quanto Daphne estavam atentos a cada movimento da naja. Astória ainda não havia se manifestado sobre o ocorrido do dia anterior. 

- Papai, quem sabe a verdade? – Perguntou Astória 

- Poucas pessoas. – Respondeu – Além de nós, meu pai e os Malfoys. Seus avós maternos não são os maix próximos e com certeza não querem que a verdade venha a público. E ela não estão mais entre nós, então. 

- Não quero que isso se espalhe. Ficará só entre nós. Fingiremos que nada aconteceu. 

- Não precisava nem pedir, Sabiá. Eu mesmo quero enterrar essa história de vez. 

- Enquanto aos Malfoys? – Perguntou Daphne – Será que podemos confiar neles? Não se esqueçam que só são leais apenas a si mesmos! 

- Eu confio neles. – Falou Sr. Greengrass – Os Malfoys sabem de muita coisa sobre minha vida e nunca abriram a boca. Não será agora que irão! 

- Eu também confio neles. – Concordou Astória – E se eles contarem – o que duvido muito – quem acreditaria? Nossa família tem um sobrenome potente. Algo que os Malfoys perderam. Agora eu tenho que ir. 

- Aonde vai, Sabiá? 

  Heide lia um livro, sentada de frente para a enorme janela da Irmãs da Fênix que apresentava a neve caindo. A órfã estava completamente agasalhada, tendo até um manto quentinho cobrindo suas pernas. Teve visão tampada por duas mãos. 

- Sentiu saudades? 

- Totóia! 

  Greengrass beijou a cabeça dela e deu um abraço na garota. Como tinha tido saudade daquela menina. 

- Estava morrendo de saudades! Ninguém aqui é tão demais como você! – Declarou Heide 

- Eu também estava com saudade, querida. E trouxe um presentinho. 

- Um presente para mim? 

- Sim. Mas só pode ficar sob uma condição. Não deve contar a ninguém que eu te dei. 

- Por quê? Não é esse meu presente de natal? 

- Não. O seu presente de natal vai receber no dia vinte e cinco, assim como todas as crianças. Isso que eu te trouxe é um presentinho porque gostou muito de você. E as outras crianças podem ficar com ciúme. 

- Eu sou a sua predileta, não sou? 

- Essa mocinha está ficando convencida. 

- Vou aceitar como um sim.  

- Você promete que não vai contar a ninguém? 

- Eu prometo! O que trouxe para mim? 

  Astória retirou uma caixinha da bolsa que possuía uma corrente de ouro com um pingente de vassoura.  

- Adorei! Põe em mim, Totóia? – Greengrass a rodeou para colocar a corrente em seu pescoço – É lindo! Obrigada! É o segundo melhor presente que já tive! 

- E qual o primeiro? 

- Você! Quando eu crescer, quero ser igualzinha a você! 

- Será melhor! Agora me conte tudo o que perdi! Quero todos os detalhes! 

  Astória ouviu atentamente todos os detalhes sobre o que perdera nesses meses. Podia até não falar em voz alta, mas era perceptível que Heide era sua predileta. A amava demais. Se pudesse, a levaria junto.