Capítulo setenta e sete: A proposta, no enterro

158 11 15
                                    

  Ao voltar para casa, Astória decidiu por a Asvolução em prática. Sua primeira tentativa foi ser chefe. Despertou bem cedo, cobriu o cabelo com um pano, colocou um avental, luvas e entrou na cozinha. Os criados foram seus mestres. Infelizmente, ela não era tão habilidosa na arte. Tanto que tinha mais comida nela do que nos pratos. Daphne se dirigiu à cozinha ao ouvir um estrondo.

- O que foi isso? - Perguntou a caçula

- É a Asvolução. Estou aprendendo a cozinhar para me tornar uma chef de cozinha. Eu que fiz o café da manhã hoje. Legal, não?

- Sim. Ast, por que o café da manhã está no chão, nas paredes e em você?

- É a minha primeira vez. Dizem que o amor deixa tudo mais gostoso. E eu estou fazendo tudo com muito amor. Então estará uma delícia!

- Tenho certeza que sim, manona.

Daphne saiu da cozinha e sentou à mesa da sala de jantar. Seu pai lia O Pasquim.

- Ast está cozinhando, então é provável que peguemos intoxicação alimentar.

- Não fale assim, Pardalzinho. A sua irmã está tentando coisas novas. E é o nosso dever apoiar! Já pensou se ela se torna mesmo uma chef?

- Ah, claro. Papai, Ast não suporta se sujar. Como é que ela se tornará uma chef? Tinha que ver como ela está vestida. Parece até que estava em um lugar contaminado pela Peste. Não entendo porque ela abandonou a educação. É apaixonada por isso há séculos. Será que ela pirou de vez?

- Não venha com asneiras, Daphne!

- É sério! Ela pode ter enlouquecido por causa de todo o estresse pelo qual vem passando!

- O café da manhã está pronto! - Anunciou Astória, ao surgir

O café da manhã - ou o que era para ser ele - foi servido. O sabor estava tão ruim quanto a aparência. Estava cru ou queimado. Ou esquisito de mastigar. Daphne e seu pai quiseram cuspir imediatamente. Como poderiam dá uma opinião franca com a primogênita sorrindo e tendo os olhos cheios de esperança?

- O que acharam? - Perguntou ansiosa

- É... Diferente. - Respondeu Sr. Greengrass - Um sabor único.

- E quanto a você, Daph?

- Faço das palavras do papai às minhas.

A naja deu um gritinho de felicidade. Contudo, ao experimentar, fez uma careta.

- Está horrível! Parece sola de sapato queimado!

- Não seja rigorosa consigo mesma, Sabiá. Só foi sua primeira tentativa.

- Primeira e última! Cozinhar é muito perigoso! Me queimei, me cortei, me sujei e ainda fiz essa porcaria! Ser chef com certeza não é p'ra mim! Por sorte, eu tenho um grandioso leque de opções.

- Qual será sua próxima tentativa? - Quis saber Daphne

- Auror. Escrevi ao amigo de papai, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia e ele me disse que teria um guia para me mostrar como é profissão. Depois tentarei Herbologia. Neville me disse que irá me ajudar. Melhor eu ir nessa. Tenho que ver como esta a reforma na Casa de Merlin.

Tomou um banho para se limpar de toda aquela sujeita, pôs uma roupa adequada e se transportou de carruagem. Astória não iria apenas visitar o colégio, prestaria o concurso para professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não informou a ninguém porque não se interessava de verdade pela vaga.

A Casa de Merlin se localizava em uma parte mais humilde do Beco Diaconal. Segurou com firmeza na bolsa por precaução. Por conta do desemprego, muitos bruxos se candidataram aos postos. Alguns possuíam a idade de seu avô. Desta vez, a concorrência não a assustou.

Menina SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora