Capítulo vinte e dois: O jogo do amor

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   Era uma tarde chuvosa do início de novembro. Malfoy tentava se tranquilizar fumando cachimbo. Aguardava a colega do projeto e, por alguma razão que desconhecia, estava nervoso. Ela bateu a porta no horário exato que combinaram.

Apagou o cachimbo apressadamente e abriu a porta. A garota não esboçou qualquer reação ao vê-lo.

- Oi. – Cumprimentou o monitor-chefe

- Olá.

Ele deu passagem a ela. A garota franziu o nariz ao sentir o cheiro desagradável do fumo. O rapaz ficou levemente envergonhado.

- Posso acender uma vela, se quiser.

- Tanto faz.

Distribuiu seu material na mesa e se sentou. Já havia conseguido os ingredientes. Ele sentou ao lado dela.

- Podia ter me mandado a conta. Eu iria pagar os ingredientes. – Falou

- Não faz muita diferença. Melhor começarmos.

A poção Persadium era delicada e muito difícil de fazer. Era necessário bastante atenção. Greengrass seguiu todas as instruções do parceiro e da receita. Embora tenha falado de que tudo estava bem, manteve um comportamento frio. Mal falava e em nenhum momento deu seu sorriso gentil. Nem na pausa quis conversa. Preferiu encarar as gotas da chuva deslizarem sobre a janela, tomando café.

Malfoy ficou extremamente incomodado. Não gostava de seu afastamento. Preferia a Astória animada e amigável. Tentou algumas conversas, mas se encerravam rapidamente.

- Está na hora de ir. – Disse, checando a hora do relógio de pulso

- Já?

- Já. Tenho compromissos.

Recolheu suas coisas. A poção estava longe de estar pronta e deixou só itens necessários. Se virou para o monitor-chefe.

- Tchau, Malfoy.

- Tchau, Greengrass.

Ela se foi. O loiro reacendeu o cachimbo e ficou pensando sobre o que tinha feito e sobre Astória. Pensou muito sobre Astória.

No jantar, Draco sentou com Pansy e Blásio.

- Acham que Greengrass está estranha? – Comentou como se não estivesse muito interessante

- Não. Só meio estressada por causa dos N.O.Ms. – Falou Pansy

- 'tô falando da irmã dela, Astória. Não acharam ela meio estranha?

Os três olharam ao mesmo tempo para a mencionada. A naja abraçava uma lufana amistosamente.

- Continua vomitando arco-íris. Por quê? – Indagou Blásio

- Achei ela fria hoje. Não é muito do feitio dela.

- Incomodado porque ela está chateada contigo? – Indagou Pansy

- Não! E ela não está chateada comigo! – Mentiu

- Cara, como conseguiu deixar ela chateada? – Perguntou Zabine – Ela é a definição de amor e generosidade. É impossível deixar ela puta!

- Ele deixou. – Apontou Parkinson – Você deve ter mexido com alguém importante p'ra ela. Só assim pra deixar ela irritada.

- Acho que não. – Discordou Zabine – Quando ela se vinga, faz questão que todos saibam para não repetirem.

- Então o que você fez? – Indagou Parkinson – Ela não contou pra ninguém.

O loiro se sentiu aliviado por não ter ido à público. Certamente não teria mais vida se todos soubessem o que aconteceu.

Menina SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora