Capítulo cinquenta e sete: O feitiço saiu pela culatra

127 11 1
                                    

  Tinha tudo para ser mais um dia comum. O clima estava frio. Chovia bastante. Os alunos - muito bem agasalhados - tomavam café da manhã. Entre eles estava Dove e seu grupo de seguidoras tolas. Braúlio caminhou até elas.

- Se perdeu por acaso, pirralho? - Ofendeu Dove

- Não. Vim aqui para arrecadar assinaturas a favor do Projeto Purpurina.

- Projeto Purpurina? O que é isso? - Perguntou a Patil grifinória

- Vai ser um lance em que as meninas mais ricas vão doar roupas chiques que não usam mais. E parece que vai ter uma festinha depois, mas eu não tenho certeza. Mas p'ra que o projeto vá p'ra frente, é preciso da assinatura de algumas garotas. E então? Vão assinar?

- Claro. Por que não?

As garotas gostaram da ideia imediatamente e não hesitaram em apoiar. E apesar das assinaturas delas serem mesmo essenciais, havia uma razão para Braúlio ir àquela mesa naquele exato momento. E a verdade é que tudo não passava de uma mera distração para Gina trocar o copo de Dove. E deu certo porque ninguém reparou o que havia acontecido.

Ao assinar seu nome, Dove ingeriu a bebida desconhecida. Após cinco segundos pôs a mão na cabeça porque estava passando mal. A cabeça começou a girar e ficou a suar frio.

- Está tudo bem, Dove? - Perguntou Gina cinicamente

- Não, eu estou mal. - Admitiu ela - Preciso ir à Ala hospitalar.

- Deixa que eu te ajudo. Vem.

Gina a auxiliou a se levantar. Ao está de pé, a garota soltou uma barulhenta flatulência. Todo mundo olhou. Menos ela que estava fraca demais. Contudo, o peido não foi nada comparado ao o que estava por vir. De repente, um jato de chamas escapuliu de seu ânus.

A garota escapuliu de lá, acompanhada pelas gargalhadas. Foi uma cena tão hilária que ninguém parou para pensar como aquilo veio a acontecer.

Hestia estava sentada na escrivaninha de seu quarto sozinha, com a tinta de sua pena pingando no papel. Tinha como objetivo escrever uma carta para George Weasley em agradecimento às suas palavras, mas não conseguiu passar da data.

E aquela nem tinha sido sua primeira tentativa. Apesar de ter certeza de que não iria se abrir com ele, achava que seria educado respondê-lo e pretendia ser tão sincero como ele. Infelizmente, Carrow era péssima em expressar seus sentimentos, então amassada o papel antes mesmo de chegar na metade e o jogava fora. Parou de contar quantos rascunhos fez ao chegar no sétimo.

Estava ponderando em não respondê-lo. Porém, sabia que se fizesse isso focaria em seu real problema. A tentativa de homicídio à Pansy. Não foi há muito tempo que a pessoa que mais amava no mundo sofreu. E não desejava nem um pouco reviver aquele maldito pesadelo. Desta vez será diferente, pensou.

Sabia o que tinha que fazer. Contar aos aurores. E de confiança, de preferência. Não podia arriscar de pôr isso nas mãos de um retardado. A Viúva Negra era habilidosa em matança. Ela não teria problemas em assassinar sua amiga. A não ser que recorresse a justiça. E era o que teria feito se Pansy não tivesse suplicado que mantivesse segredo até revelar a Blásio.

Ela entendia que não era fácil revelar ao seu namorado que a mãe era uma assassina. Porém, era a cabeça de Parkinson que estava em jogo. Elas não podiam simplesmente esperar. Precisavam fazer alguma coisa e rápido.

Ficou tão concentrada em seus pensamentos que tomou um susto quando a porta do quarto foi aberta. Astória entrou, mais alegre do que de costume.

- Oi, amiga! - Cumprimentou ela, sorrindo

Menina SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora