Capítulo quarenta e dois: A puta das trevas

280 15 3
                                    

  Astória despertou radiante. Era dia de retornar à Hogwarts. A ansiedade da naja era tanta que acordou bem cedinho e nem a caminhada matinal lhe acalmou. Estava alegre demais, elétrica demais. Dava para lhe ouvir cantarolar de longe. Encontrou a família tomando café da manhã à mesa, usando apenas pijamas e robes. Abraçou o pai e lhe deu um beijo na bochecha.

- Bom dia, papai lindo! – Abraçou e beijou a irmã – Bom dia, maninha linda!

- Bom dia, Ast. – Cumprimentou sua irmã

- Parece que alguém está bem contente. – Observou seu pai – Para ver a doninha-albina, imagino.

- Papai, por favor! Já não basta ter assustado pitelzinho, não quero que o ofenda!

- É seu namorado, tenho o direito de ofender.

- Pensei que gostasse do seu genro. – Comentou Daphne

- E gosto. Ou não autorizaria a relação. Só não o tratei desta maneira quando era seu noivo, Pardalzinho, porque, de fato, nunca tiveram uma relação concreta.

- Graças a Deus! Seria um horror! – Afirmou a caçula

- Um simples concordo já bastava. – Falou Astória – As bagagens já estão na carruagem, Pin?

- Não, minha senhora. – Respondeu o elfo-doméstico – Pin aguarda pela resposta da senhora.

- Pois pode despachar.

- Não vai fiscalizar nossas coisas para ver se não esquecermos nada? – Questionou Daphne

- Você já é bem crescidinha para organizar suas próprias coisas. Pode lidar com isso sozinha. Eu vou me arrumar para irmos logo.

- Mas, Sabiá, você mal tomou café da manhã! – Alertou seu pai

- Não estou com muita fome. Com licença.

A primogênita deixou a mesa e foi para o quarto se arrumar. Daphne não gostou nada da atitude dela.

- Sabe que ela se liberou só para se arrumar mais para o Malfoy, não foi? – Avisou Daphne ao pai

- Você se arruma para a sua namorada. Ela se arruma para o dela.

Daphne estava correta. Embora adorasse ser vaidosa, pretendia está bem bonita para Draco. Queria que ele se orgulhasse de ter uma namorada tão bonita. Não entendia muito de moda trouxa, mas se esforçou. Selecionou uma blusa verde-escura de mangas longas, um suéter azul, uma calça jeans, um all-star vermelho e o cachecol da Sonserina. O cabelo estava solto com uma faixa preta.

Faltando uma hora para o embarque, bateu na porta do escritório do pai para que partissem. Entrou quando ele lhe deu a permissão. Sr. Greengrass estava concentrado num livro trouxa, usando seus óculos de leitura.

- Os homens são de marte e as mulheres são de vênus. – Ela leu o título – Do que se trata este livro, papai?

- Ah, isso é... Um livro trouxa. Estou interessado em descobrir como os trouxas pensam.

- O pai da minha amiga Gi também. Ela diz que ele é fascinado por isso. Eu vim aqui para comunicar que já podemos partir.

- Iremos logo. Vem cá, minha filha. Sente aqui. – A garota sentou no colo do pai e sentiu um leve desconforto por conta das pernas falsas – Eu quero dizer que amo muito você. E não precisa se pressionar a ser perfeita.

- Mas eu não me pressiono. Só tenho grandes objetivos e faço por onde realizá-los.

- É disso que eu estou falando, Sabiá. Eu não quero que você se cobre demais para ser chefe do Departamento da Educação Bruxa ou para ficar na parede de bruxos honráveis no museu da família. Minha principal preocupação é na bruxa que vai se tornar. E tenho certeza que será maravilhosa.

Menina SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora