Capítulo 4

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           Júlia castanhol.

Nos dois dias que antecederam a repentina  viagem foi impossível não me sentir ansiosa.

uma sensação ruim me apertava o peito,enquanto Kathy exala empolgação falando a respeito dos lugares lindos que pretende visitar ,não me sintia da mesma maneira,segundo suas palavras minha ansiedade se deve ao fato de estar fugindo do roteiro certinho que eu tracei pra minha vida ,e que ninguém em sã consciência iria dispensar uma viagem  para um lugar paradisíaco.

De certa forma não posso discordar pelo menos não dá parte de gostar de ter as coisas planejadas,e essa viagem não entra nessa categoria,e ainda tenho que sair sem dizer nada a minha vó não que ela possa me impedir de ir ,só quero evitar o sermão sobre ter cuidado com tudo e todos ,como se eu não soubesse me cuidar e já conheço de có suas recomendações.

(...)

Kathy só havia esquecido de mencionar a parte que iríamos em um jatinho particular, segundo ela pertencente ao dono da rede de joalherias responsável pelo sorteio,quando questionei o porquê de não podermos ir em um avião comum , ela argumentou que a empresa queria nós dar a melhor experiência possível que eles davam muita importância a opinião do cliente ,e que pra ser mais clara eles tinham medo que falássemos mau do atendimento, o que eu achei uma desculpa muito esfarrapada,mais não mencionei pois kethy já deixou claro que eu estou de má vontade,para deixar de ser chata e só aproveitar a viagem.

Embarcamos no jatinho que de pequeno não tem absolutamente nada,mais se assemelha a um hotel de luxo que a um avião,Kathy que já nasceu em meio ao luxo e que não deveria parecer nem um pouco impressionada estar de boca aberta a admirar os arredores.

A mulher que surge logo atrás saindo do que eu imagino ser a cabine se identificou como sendo uma aeromoça,ela nos explica em um inglês perfeito,onde encontrar cada item no avião ,e que caso quiséssemos comer ou beber algo durante o vôo era só pedir e que havia apenas uma parte da aeronave que era restrita ao qual não teríamos acesso ,dito isso pediu que nos acomodasse pois dali alguns minutos iríamos decolar ,Kathy não perdeu tempo sentado logo em seguida deixando escapar um som de satisfação pela maciez da poltrona em que encostou me fazendo revirar os olhos em um tic recém adquirido,dei mais uma olhada ao redor imaginando quanto dinheiro teria alguém que consegue comprar algo assim.

Quando finalmente decolamos e já estavamos nas alturas ,Kathy se desvencilhou do cinto de segurança saltou da poltrona,agarrando minha mão o que me pegou de surpresa ,e fizemos um pequeno passeio pelo aeronave que continha dois quartos, cada um com um banheiro individual, camas razoavelmente grande considerando onde estavam,um barzinho com diversos tipos de bebidas e uma mesa de bilhar ,tudo muito bem decorado e de extremo bom gosto por onde olhava tinha pequenos detalhes dourados que podia jurar que realmente era ouro ,ao chegarmos na ária que foi me dito que era restrita , me pergunto o que será que havia dentro? E confesso que veio uma vontade de entrar só para dá uma espiadinha mais por fim desistir ,pedindo a Kathy para voltarmos.

Nos sentamos nos nossos respectivos lugares após o  pequeno passeio, num dado momento Kathy pediu uma bebida ,eu preferir uns salgadinhos enquanto comia acabei por me convencer que talvez não fosse tão ruim sair um pouco da minha zona de conforto e conhecer uma cultura totalmente divergente da minha.

Um país que embora conservador ao extremo da palavra era dono de uma beleza inigualável pelo menos era o que Kathy sempre deixava claro em seus constantes discursos a respeito do Marrocos nos últimos dois dias ,acabei adormecendo com a certeza que iria tentar me divertir o máximo que pudesse por min e por minha amiga,quando despertei constatei que ela também havia dormido o pescoço pendia pro lado direito do seu corpo mais não parecia estar desconfortável, já que ela parecia tão relaxada acho que deve ter bebido um pouco além da conta o que é bem típico dela.

Peço uma água a aeromoça que prontamente me atende com um sorriso enorme no rosto, não sei porque mais nunca gostei de pessoas que parecem constantemente felizes,nem me pergunte o porque.

Tomo todo o líquido contido na taça,os salgadinhos me deixaram com sede,logo em seguida erguendo o braço para colocá-la sobre a  travessa que já não estava mais lá, o mesmo braço que ergui parecia não mais querer me obedecer deixando a taça cair se espatifando em mil pedacinhos, eu quiz levantar na tentativa falha de pegar os caquinhos que se espalharam junto aos meus pés, sentir uma leve tontura e as minhas pernas perderem a sensibilidade tentei chamar Kathy que continuava no seu sono alheia a tudo ao seu redor, porém minha língua estava pesada e formigando impossibilitando de formular qualquer palavra,as minhas pálpebras começaram a pesar forçando os meus olhos a se fecharem,entro em desespero e grito internamente,em vão pois nem um som sequer sai por minha boca o último dos meus sentidos ainda a funcionar começar  apresentar falhas ,mais não antes de ouvir uma voz aveludada quase sussurrando ao meu ouvido.

_Shiiiiii !dorme minha princesinha, irei garantir que desperte logo mas no meu paraíso.

Logo depois fui consumida por completa por uma escuridão silênciosa.

(...)

               Zayn Hamad.

Ao observar as duas privilegiadas adentrarem a minha aeronave através da tela do notebook apoiado sobre as minhas pernas,tive certeza que teria êxito na execução do meu plano, não que já tivesse duvidado do sucesso do mesmo ,só não imaginei que seriam tão ingênuas, não apresentaram resistência alguma ,pareciam aceitar tudo que lhes era dito com a mais absoluta tranquilidade,se investigassem um pouquinho que fosse iam perceber que não havia sorteio algum, o que não teria lhes servido de nada ,porque no final de uma maneira ou de outra as levaria comigo,porém de forma pacífica evita-me alguns problemas ,afinal não se pode esquecer de quem a loira espalhafatosa é filha ,se bem que nem ele será capaz de localizar a filhinha pois não há nenhum registro dessa viagem esse foi o real motivo de traze-las no meu jatinho.

Ambas nem imaginam o que as aguardam ,nem tem idéia que quem estar na verdade na ária restrita do avião as observando.

Todos os seus passos são monitorados através de câmeras instaladas por todo o avião,Samir parece impaciente enquanto mexe no seu isqueiro ,vejo a aeromoça que já estar ciente do que deve fazer ,passando as instruções para as duas que escutam com atenção tomado seu acentos,e decolamos logo em seguida.

Ela explora com curiosidade os detalhes ao seu redor,a amiga parece-me bem mais empolgada ,me pergunto o que passa por sua mente quando ela encara a porta da ária restrita ,por um segundo achei que iria adentrar ,deixando meu corpo tenso e pronto pra agir caso fosse necessária ,mais ela não avança ,em vez disso volta com a amiga a seus assentos,mostrando que é capaz de segui ordens.

A loira pede uma bebida o que faz Samir fazer uma careta de desgosto e vibrar ao mesmo tempo,a minha bonequinha pediu salgadinhos o que mostra-me o que eu já imaginava ela é mais contida que a amiga ,e logo a segui acaba por adormecer sem nem perceber que amiga passa por dificuldades,fico esperando a hora perfeita pra entrar em ação

A observo dormir tranquilamente,passada cerca de meia hora desperta chama a aeromoça pedindo-lhe água ,a mulher já havia recebido instruções do que deveria fazer ,batizou a bebida da minha bonequinha com um sonífero muito forte capaz de derrubar até um leão,e como previsto não tardou a sentir os efeitos acabou por quebrar a taça em sua mão resistir ao impulso de ir até ela.

_Ainda não!

Sussurro baixinho mais para mim mesmo,depois de alguns minutos já estava completamente apagada , então me ergui da minha poltrona caminhando até ela ,que já estava a dormir como um anjo, o meu anjo.

_ Shiiii! dorme minha princesinha irei garantir que acorde no meu paraíso.

Não resisti, deixei a minha boca tocar os seus lábios entreabertos em um toque rápido e suave, a ergui nos braços levando-a em direção a um dos quartos preparados para ela.

Continua...

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