Capitulo 7

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Júlia Castanhol.

_Senhora precisamos nos apressar,por favor!

A mulher de meia idade falava com um inglês arrastado, tentando me persuadir a deixar-la tirar a pouca roupa que tenho em meu corpo.
Ela tenta por em minhas mãos o que constatei ser um pequeno comprimido acompanhado de um copo com um líquido que parece ser água.

_ Afaste-se de mim por favor!nem sequer a conheço,não vou permitir que tire as minhas roupas, muito menos deixar que me dope novamente.

tento argumentar com a mulher mais velha vestida dos pés a cabeça com uma roupa muito larga para seu tamanho ,ela me olhava como se estivesse com dó.

_A senhora não recorda- se por estar inconsciente,mais eu a vestir na camisola que estar usando agora ,meu soberano ordenou que me trouxessem para cuidar da senhora e ajudar a mudar as suas vestis,parece- me que teve febre durante toda a noite este remédio é para isso, não lhe farei mau.

A mulher mais velha falava pacientemente.

_Como pode ajudar este homem sem caráter a me manter aqui?

Pergunto com indignação.

_Senhora sirvo essa família a muitos anos ,se me permite aconselhar-la, digo que meça suas palavras e que obedeça sem questionar ,meu senhor não é conhecido por ser piedoso ,por favor senhora me deixe ajuda- lá a colocar as vestes antes que ele volte ou serei punida e a senhora provavelmente também.

Sinto a aflição na voz da mulher ,o que mostra que ela de fato teme aquele homem,decidir então não mais questionar ,parte da minha face ainda ardia em razão do tapa desferido por ele.

_Por favor não me chame desta maneira eu não sou sua senhora!

Saio de dentro do tecido macio com a ajuda da mulher que disse se chamar Dalila ,ela me ajuda a colocar uma veste que não saberia descrever com precisão, mais cobria todo o meu corpo ,não o marcando em lugar algum, com cores neutras, mais o que mais incomodou foi o lenço que cobria toda minha cabeça deixando somente parte do meu rosto amostra,estou totalmente coberta por tecido,pequenas gotículas de suor começa se formar em minha testa.

Nunca mais irei reclamar do frio se sobreviver.

Antes que eu pudesse perguntar a aquela mulher  onde iriamos, sinto o homem se aproximar, olhando de uma forma estranha me analisando descaradamente,em sua boca um meio sorriso que não alcança os  seus olhos.

_É desta maneira que mulheres descentes devem  vestir-se , está perfeita!

Eu apenas abaixei o meu olhar pois sentir náuseas ao ouvir tais palavras do homem que eu nem conheço.

Não consigo verbalizar um único som, sinto um frio na barriga mesmo diante do calor infernal que estou a sentir agora ,sem um aviso prévio ele segura minha mão me arrastando sem cuidado algum para fora da tenda em direção ao um helicóptero que já se encontra com os motores ligados.

sinto os meus pés afundarem na areia, tento acompanhar seus passos largos ,o forte vento produzido pelas hélices faz a areia fina do deserto levantar,o tecido sobre os meus cabelos faz movimentos dançantes em frente a minha face dificultando ainda mais a minha visão,mais o homem a minha frente caminha com toda imponência como se o deserto fosse uma extensão do seu corpo se não fosse pelo cabelo meio desgrenhado em função da ventania nada nele parecia alterado.

Ao entramos na aeronave,que era bem mais espaçosa do que aparentava ,ele deu um impulso para que subisse ,Dalila já estava sentada o que me fez pensar como chegou tão rápido ,o homem coloca o que parece ser fones de ouvido e diz algo que não consigo ouvir o barulho é ensurdecedor,ele
gesticula para o piloto e começamos a subir mesmo imersa em medo, não me contive e olhei para baixo ,a vista é de encher os olhos  uma imensidão mesclada em nuances alaranjadas, era  tudo tão inóspito,eu jamais poderia ter fugido mesmo que tentasse para todos os lados que se olhava era um oceano de areia.
(...)

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