capítulo 33

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                     Julia Hamad.

Doi a minha alma bem mais que a minha carne.

Os meus olhos só vislumbram a escuridão,como se os dias se tornassem em  noites eternas com tormentas barulhentas e incessantes.

Simplesmente não consigo acreditar,eu havia me tornado sua esposa,isso é tão impossível,como minha vida tomou essa direção?

É absurdo se quer imaginar que algo assim poderia acontecer.

Não tenho mas forças para continuar, não assim.

Os lençóis que tenho sobre  o meu corpo são um emaranhado de sangue e provas da luxúria de um ser sem coração ou alma.

Como acabei desta maneira?

O cheiro forte de todas as vezes que ele se despejou dentro de mim emanam por todo o lugar,tenho ânsia.

Faltam forças para me erguer,mas preciso,sinto algo viscoso a escorrer entre minhas pernas assim que tento me levantar.

Tenho vertigens e volto a sentar sobre o colchão,minhas nádegas de encontro aos tecidos causam uma dor aguda que me fazem recuar.

Minha intimidade lateja,em resposta as minhas costas acompanham o seu ritmo, como se o meu ser fosse por inteiro um grande coração pulsante a sangrar e sentir dor.

É impossível continuar assim.

Com dificuldade consigo finalmente arrastar o meu corpo e ficar sobre os meus pés.

Sinto dores por todas as partes.

(...)

           
Aquele ser vil me tomou a força mais uma vez.

Meus olhos  imersos em lágrimas encarava uma infeliz imagem que refletia naquele enorme e luxuoso espelho.

Não me recordo ao certo por quanto tempo tenho sido mantida refém de suas maldades.

Não avisto sequer um vislumbre da mulher alegre que um dia habitou em mim, esta que me olha de volta não a reconheço, o que havia restado ali era somente um espectro de olhos fundos  inundados nas mas pura tristeza.

Em mim não havia mais esperanças de escapar deste inferno.

A enorme cama posicionada ao centro do quarto com toda sua glória e imponência.

Os seus lençóis ainda exalava aquele cheiro nauseante de sangue e luxúria,imagens constantes do que fui submetida insistem em permanecer fincadas em minha mente que é privada de qualquer misericórdioso descanso.

O barulho de batidas na porta de madeira que me selava do restante do mundo chegaram aos meus ouvidos.
E o medo percorreu por toda minha pele minha pele como raios que rasgavam os céus,o meu coração pulsava desesperadamente.

Era pavor que ele retornasse.

Mass respiro aliviada ao perceber que era somente a senhora Dalila,esta é a única pessoa que tem se mostrado um pouco humana nesta prisão de luxo,talvez por ter sofrido tanto ou mais que eu ,ela consiga me entender.

__Com sua licença minha Amira.

Nunca irei me acostumar com alguém se referindo a mim desta maneira.

Como se ainda não houvesse acostumado com a cena a sua frente,ela abre bem  os seus olhos assim que põe os pés dentro do quarto,deixando transparecer na sua expressão o susto que aquilo lhe causou.

__Minha Amira já lhe pedir  que não o enfrente ,a senhora não compreende? ele vai machuca- lá todas as vezes que o contradizer.

Ela me lança conselhos sem ao menos olhar nos meus olhos, creio eu que por dó de ver os hematomas que formam círculos escurecidos ao redor dos mesmos.

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