Capítulo 5

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             Júlia Castanhol.

(24 horas depois)

Me estico preguiçosamente na minha cama sentido o material maçio acariciar as minhas costas, me aconchegando melhor entre os lençóis sentindo o corpo estranhamente relaxado,um cheiro amadeirado invade minhas narinas e não reconheço ,tento abrir os olhos que demoram um pouco a  se acostumar a claridade.

Os lençóis tem uma textura diferente, quando os troquei?sinto a boca um pouco seca ,ergo minha mão até a mesinha que costumava estar ao lado de minha cabeceira, procurando a jarra com o líquido que mataria minha sede, porém não a encontro.

Com certa dificuldade,e com as pálpebras ainda pesadas consigo abrir os olhos por completo,a princípio imaginei ser um sonho,pisquei algumas vezes na tentativa de fazer as imagens a minha frente se desfazerem,o que só as tornou mais nítidas ainda ,mantendo uma calma que até me assusta constato que não estou no meu quarto, menos ainda no apartamento, observo em que tipo de lugar me encontro,antes de provavelmente entrar em pânico ,  parece ser uma espécie de tenda não tenho plena certeza.

_Como cheguei aqui?

Questiono para mim mesma,esfregando as têmporas,uma leve dor de cabeça ameaça em surgir .

O lugar tem um cheiro peculiar,mais de um jeito bom, os lençóis tem um perfume que claramente não é o meu , o que me faz pensar se alguém mais dormiu nessa cama, é tudo organizado nos mínimos detalhes um grande espelho estar pendurado de forma que não sei como continua suspenso já que parece bem pesado e a parede é claramente de tecido ,tem uma abertura lateral que se não falha a visão parece ser uma porta,e por onde pretendia sair até olhar para minha direita e dá de cara com duas orbis azuis que olhava para mim  como se pudesse enxergar a minha alma.

Com um meio sorriso que não alcançava seus olhos tinha um homem enorme sentado de forma despreocupada em um imponente cadeira de couro marrom.

Como não o vir antes?

Meu coração batia descompassado e fiquei indecisa entre tentar fugir por aquela abertura ou gritar e tentar me esconder, fiquei com a segunda opção já que minhas pernas falharam miseravelmente ,mais onde eu iria me esconder?

Como um animal acuado, logo após deixar sair um grito tão agudo que provavelmente até o espelho pendurado deve ter ganhado algumas rachaduras,entrei embaixo das cobertas como se aquilo pudesse me proteger se ele quisesse fazer algum mau,fiquei encolhida embaixo dos lençóis tentando lembrar como cheguei até aqui ,mais é tudo um branco não me recordo  de absolutamente nada depois que embarquei naquela maldita aeronave.

Ouço uma voz grave e ao mesmo tempo aveludada que causou arrepios por toda minha pele.

_Quanto tempo pretende esconder-se como uma ratinha assustada minha querida ? 

Não esbocei reação alguma , simplesmente congelei nem sei se estou respirando , não o conheço,mas a voz me dá medo,muito medo.

Sinto as cobertas serem puxadas de forma brusca descobrindo todo o meu corpo que só agora percebi ter apenas uma camisola na cor âmbar,ele me despiu?

O tecido macio se encontra agora encolhida de forma a quase mostrar minha calcinha ,o que pude perceber chamou a atenção do homem a minha frente ,o que me fez puxar o tecido tão rápido que poderia facilmente tê-lo  rasgado pela forma que o fiz ,o homem se aproxima mais de onde estou, fazendo com que recue em direção a cabeceira ,porém ele foi mais rápido e agarrou o meu queixo colocando uma boa dose de força no seu aperto ,o que fez minha mandíbula doer.

_Acho bom que não tentes esconder  o que me pertence bonequinha.

Sentir o coração errar as batidas,sua voz era gélida,não esboçava nem um traço de emoção além de frieza ,eu não conseguia formular palavras,mais precisava,pois tinha que tentar saber o que exatamente estava fazendo ali ,o que ele queria e onde estava Kathy?

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