capítulo 29

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Julia Castanhol.

As pontas de seus dedos tocam sutilmente a minha face, enxugando lágrimas persistentes em um falso gesto acalentador,seu movimento inesperado faz meu corpo recuar.

_Querida,se continuares assim ,pensarão que estás infeliz .

Sua voz não deixa evidenciar qualquer resquício de irritação,foi somente um homem a consolar a mulher amada aos olhos de quem nos observa.

Mas compreendo que tais palavras foram avisos que os meus soluços o estavam irritando.

Seus dedos entrelaçados aos meus não permite que minha mão se liberte, como se uma fosse a extensão da outra,é sufocante.

Todos os que nos observavam entusiasmados começaram a encaminhar-se à luxuosa tenda que pode ser avistada a uns bons metros de onde nos encontramos agora.

Não os acompanhamos,é como se o meu ser levitasse,como se vivesse o inimaginável.

A uma sensação de embriaguez mesmo que não tenha ingerido nenhuma gota de álcool.

Os raios de sol a tempos se esconderam dando lugar às luzes artificiais que mantêm toda beleza dos arredores visível aos que desejam admirá-la.

A alegre melodia se alastra por todo o ambiente,contagiando ainda mais os ânimos daqueles estranhos que estão aos poucos se afastando.

Avisto Dalila se aproximar cautelosamente ,junto a si as duas mulheres que a auxiliaram na tarefa de me fazer ficar assim,bela aos olhos deste tirano.

_ Acompanhe-as _A voz rouca discorre a ordem rente ao meu ouvido.

Eu encolhi, e olho um tanto confusa mas não questiono,apenas faço o que me foi dito,como se estivesse programada para isto.

(...)

Logo adentramos a uma outra tenda de espessos tecidos terrosos,semelhante a que estive no deserto porém bem mas ampla, mais luxuosa,almofadas com bordados exóticos repousa acima de tapetes que recobre o chão,ao centro uma grande poltrona acolchoada com detalhes dourados e algumas pedrarias coloridas,é um mundo distinto do qual vivi.

_Senhora iremos ajudá-la a tirar as suas vestes e trocá-la por estas _as mulheres se aproximam com as elegantes camadas de tecidos sobre suas mãos.

Rugas de estranheza se forma em minha face enquanto recuo um passo para trás.

_Porque farão isso novamente ? Millhares de pensamentos infundados se chocaram em minha mente.

Porque me tirar as roupas outra vez?é um absurdo,as pessoas só vêm e tentam arrancar suas vestes nesse lugar?

_Faz parte da cerimônia minha Amira,temos que trocar as suas vestimentas por algumas vezes_Dalila dá explicações .

Mãos hábeis e apressadas desprendem as camadas de tecidos que tinham sobre mim,para pôr logo a seguir novos em seu lugar.

Vestes de um azul que lembram os céus em dias claros e sem tormenta,pequenas pedrarias transparentes adornam as mangas delicadamente,não achei que veria beleza nesses tecidos que recobre o meu corpo quase por completo ,mas se ver a sutileza que tiveram para confeccionar cada detalhe,porém o comprimento limitam os meus movimentos.

Pequenos traços foram anexados ao já existentes em minha pele.

Jóias em todos os lugares possíveis.

Sobre a minha cabeça uma pequena coroa sustenta um véu da mesma cor que a minhas vestes,parte de minha face é recoberta por um fino tecido que não a esconde por completa, deixando os meus traços indecifráveis para quem os ver de fora.

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