capitulo 36

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            Zayn Hamad.

Suas incessantes súplicas por um escape do meu abraço, provaram-se não serem somente delírios vazios entrelaçados ao vento.

Maldito serzinho insano, equivoquei-me ao subestimar a tua coragem e anseios por libertar-se.

Como ousa sequer cogitar a ideia de tentar ceifar a sua vida,só eu posso arranca-lá,o teu corpo é de minha posse até seu último suspiro.

Ela preferiu entregar-se a único mal irremediável de onde jamais haveria um retorno, a continuar aqui ao alcance de minhas mãos.

Estes pensamentos martelavam em minha mente sem trégua.

Tenho desejos de deixar-lá transformar-se em nada,mas estes desejos encontram um impasse em uma angústia desconhecida que sussurra aos meus ouvidos "salve-a".

_Não há condições de leva-lá assim,preciso estacar este sangramento o máximo possível,esta mulher fez um belo estrago em seus pulsos_a vós de Amir invade os meus ouvidos adicionando mas sal as feridas.

_Provavelmente este ser não passa desta noite!_As palavras indiferentes de Samir,que parecia enxergar a situação de um ângulo mas lógico.

O meu ser pairava sobre um campo minado prestes a explodir,e não via uma lógica explicação para a maneira como estava a me sentir.

_Só sejas ágil no que tens que fazer_ tentei manter a polidez em minha voz,uma enganosa tranquilidade.

Amir sustentava os seus já pálidos braços,e envolvia com maestria os seus pulsos com alguns curativos para que o sangue parasse de vez de jorrar de suas veias.

Permaneci a alguns passos de distância contando mentalmente o tempo que se arrasta sem pressa,Samir observa de esguelha todas as minhas reações,que não eram muitas já que o meu redor parecia está em um tempo desacelerado.

Estes olhos acostumaram-se a muito ver jorrar a essência da vida de corpos que encontrariam o seu fim diante de mim,mas por uma inexplicável razão sinto-me ansioso,incomodado, nauseado.

Não permito-me aparentar prováveis fraquezas, não seria digno nem condizente com quem sou,mas sentia urgência para que Amir terminasse o que fazia, pois já havia lhe tocado por um demasiado tempo e aquilo não agradava-me de maneira alguma.

(...)

_Não atreva-se!_Os meus lábios ganham vida própria e aqui jaz a polidez de segundos atrás.

As mãos que prestavam cuidados prévios aos ferimentos de Júlia já estavam a centímetros de erguê-la em seus braços,"minha mulher",somente o leve tecido de suas vestes mantinha oculta suas partes de possíveis olhos invasivos e curiosos.

Seus movimentos sabiamente cessam a meio caminho de tocar ainda mas o que somente minhas mãos estão permitidas.

_Eu irei leva-la!tire suas mãos!não a toque!afaste-se.

Vosifero com uma urgência para mim desconhecida, insatisfeito,Amir vira seu corpo de imediato olhando em minha direção um V formando -se automaticamente entre suas sobrancelhas,e sua boca se faz um meio sorriso,erguendo a suas mãos,Samir não reage diferente mas pressiona os seus lábios tentando sufocar uma risada que por pouco não irrompe de sua boca.

_Sem problemas,só estava tentado ajuda-la,ja que teu semblante parece-me um tanto cansado, sente-se bem?_Amir afasta-se de Julia com seus questionamentos inúteis.

_ Estou em perfeitas condições,não há com o que preocupar-se,apenas afaste-se eu a levarei_tento transparecer verdade em minhas palavras.

Minhas emoções jamais fogem ao meu controle ,mas há um conflito interno borbulhando como água fervente transbordando.

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