Capítulo 37

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Boa leitura( leia sem pressa , lentamente)


Zayn Hamad.

Estes não eram os meus planos,situações que escapam ao controle não são costumeiras de acontecer.

Maldição!o que infernos é esta sensação de vazio se expandindo no meu peito? Porque suas palavras estão ardendo em minha mente fazendo-me sentir desta maneira miserável?

Porque?

_C...como? O que estais dizendo?_ franzi a minha face o questionando incrédulo,não há maneiras de fazer-me aceitar o que escorrera da boca deste ser de vestes brancas a minha frente.

Seus olhos sorrateiros desviam em minha direção.

Algo neles me é familiar,e não agrada.

_Observe bem aqui,irei explicar claramente para que compreenda_ Em suas mãos alguns papéis de cor cinza,onde tenta mostrar -me o que neles está descrito,como se falasse ao um ser inferior,minha mente recusar -se a absorver o que de sua boca saí, escória incapaz.

Atado aos meus próprios delírios é assim que encontro-me agora,os meus tímpanos zumbiam como se lá insetos fizessem moradia.

_ As lacerações foram bem profundas,veja bem aqui, as artérias, alguns nervos e tendões de uma de suas mãos foram comprometidas,tentamos o possível para repará-los,mas como disse anteriormente, não há garantias que funcionarão perfeitamente,mas com os devidos cuidados parte disto pode...

_ Estais zombando de mim? _ o interrompi.

Tento controlar a inquietude que se alastra como chamas consumindo minha carne,mas parece-me inútil.

_Te pareces que interessa-me o que há nestes malditos papéis?

Meu ser reage,com a voz enevoada cessei as suas palavras que eram farpas afiadas arranhando aos meus ouvidos.

Quase em simultâneo ao meu impaciente questionamento sua face ergueu-se novamente em minha direção,ambas as pálpebras no seu limite, mas ali não havia temor,minha presença nitidamente não lhe causava receio algum.

Uma reação incomum,me causara estranheza.

_ De maneira alguma, esta não é minha intenção,apenas desejo que compreendesse melhor o quadro da situação.

Seus dedos acariciavam a esferográfica em uma de sua mãos.

_ Achas que está diante de algum imbecil "doutor" ? Tenho perfeita compreensão do que acabara de dizer, deixaram -na aleijada.

Com um aceno nego minhas próprias palavras,como ácido elas queimavam a minha língua.

Um meio sorriso acerbado passeia por minhas distorcidas feições ,obscurecendo minhas reais intenções.

Ali ainda tinha uma postura imutável,sua voz era mansa e contida.

_ Há um equívoco aqui,nós a salvamos,fizemos o possível,para deixa-la bem,e com os devidos cuidados ela pode melhorar.

A sua imaculada calma,fervia o que corria em minhas veias.

Atrelado a tênue teia de razão que agora parece-me quase inexistente no meu ser.

Apoio as minhas mãos sobre o único obstáculo que nos mantinha a uma certa segura distância, debruçando o meu corpo levemente sobre ele,encaro os seus olhos afiados e indiferentes buscando sufocar aquela sua alma.

_ Não estavas lá quando ordenei que fizessem o impossível?_ assoprei a sua face.

Veias salientes logo abaixo de minha mandíbula pulsam frenéticas, se não soubesse ser impossível,acharia que um coração havia migrado para aquele local em específico.

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