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                     Zayn.

    O azul dos seus olhos morri a luz, ainda assim tem o brilho mais intenso que os meus já puderam avistar.

    Suas expressões de luxúria e prazer, eram  permissão para que continue a explorar os seus limites, e os meus , pois onde estou agora não desejo sair e sim aprofundar-me ainda mais, nesta sensação nova e inebriante, capaz de fazer todo o meu ser vibrar e ansiar por mais e mais do que ela pode dar para mim.

    Por inteira entregue ao que posso fazê-la sentir, Júlia contorcia-se embaixo das minhas investidas.

      Conseguir o que realmente ansiava, a sua entrega sem reservas ou receio.

   Alguém bate  a porta repetidas vezes.

   Quem ousaria tentar interromper-me neste momento? De certo alguém que a tempos perdeu a vontade de viver, mas nada irá tirar-me de onde estou.

   A penetrei com ainda mais força e ímpeto que antes, para que não as ouça também e acabe por escapar deste transe hipnotizante em que encontra-se agora, isto seria imperdoável.

   Os seus gemidos de prazer, é a mais perfeita das melodias que os meus ouvidos já puderam escutar, eles ecoam nos meus pensamentos, sobrepondo qualquer outro ruído indesejado.

(...)

    Deitada sobre mim, Júlia está com os seus olhos fechados, a sua pele úmida e quente brilha nos pontos em que reflete a luz, o seu cheiro está em todas as partes as partes do meu corpo, ele entra em mim como um feitiço preparado para paralisar o meu ser  e confundir a minha mente.

    Essa mulher tornou-se perigosa, é o que os meus instintos me dizem a todo instante.

   Acaricio os seus cabelos macios e  molhados pelo suor, isso  parece agradável para ela, senti o ar morno de sua respiração assoprar a curva do meu pescoço, essa sensação seria paz? Se já a senti algum dia, não tenho lembranças.

   A visão de sua mão de pulso enfaixado que descansa acima do meu peito, causa-me um desconforto, seria esse o sentimento de culpa?

    O barulho de uma mariposa debatendo-se na janela e as nossas respirações, são os únicos sons ouvidos entre essas paredes.

    Aos poucos sinto sua calmaria, ela acabou adormecendo da maneira que estava, suas pernas estão estiradas nas laterais do meu corpo, ainda estou encaixada entre elas, dentro de sua intimidade, Júlia não forçou a minha saída, isso mostra o seu estado de rendição, perdi até mesmo a noção de quanto tempo permanecemos assim.

   Certas reações que não são naturais para o meu eu, elas surpreendem-me, é como se estivesse de certa maneira perdido em mim mesmo, ou me redescobrindo, ou ambas as coisas.

    Está que dorme entre os meus braços, não parece um ser frágil e indefeso, parece-me mas um veneno alucinógeno que me confunde os sentidos, do qual torna-se cada dia mais difícil de livrar-se.

(...)

   Limpei cada centímetro da sua pele, já não havia rastros aparentes de mim, a não ser aqueles que não podiam ser removidos, quando já fiz isto por alguém? Foi o que acabei por pensar enquanto limpava o seu corpo.

     Estão entreabertos os seus lábios vermelhos e inchados que a pouco  foram castigados pelos meus, resisto ao ímpeto de beijá-la novamente, quase não tenho o controle sobre os meus impulsos.

   
   Os meus pensamentos parecem aos poucos  serem substituídos, coisas que exigem total e inquestionável  atenção de minha parte, tornam-se insignificantes e são  deixadas de lado quando estou próximo a este ser, isso é perigoso, e sabendo disto ainda assim não consigo evitar.

    Júlia parece ter tornado-se agora uma fraqueza e não posso permitir que isso fique ainda mais fundo do que já está, eu sou Zayn Hamad Bin kalif Al Tani, nunca fui um homem suscetível a este tipo de sentimento inútil e limitante, e agora estou imerso nestes conflitos internos.

   
    Olhando para ela enquanto dorme exausta por  entregar-se a mim, por tantas vezes, percebo que desde que a trouxe as coisas não seguem o curso que deveria, situações as quais já teria sido resolvidas ainda se estendem além do necessário.

  A minha vida ajustou-se a ela, porque não percebi isso antes? Quem de fato está preso aqui?

  Por ela fiz exceções que jamais teria feito.

  Deveria só mata-la enquanto ainda consigo? Era só aperta-la aqui mesmo entre os meus braços até que a sufoque, seria tão fácil.

  A quem estou tentando enganar?

  Não tenho o desejo de fazer mal algum a esta mulher, mesmo sendo quem é, uma estrangeira, agora mas do que nunca não a deixarei sair do alcance de minhas mãos.

  Amaldiçoado seja o dia em que a trouxe para mim, mas não consigo arrepender-me de tê-lo feito, o que pareço está sentindo não mudará o fato de que eu sou seu soberano, ela irar permanecer aqui para mim.

  Todas as vezes que em que estive no seu interior, faz-me sentir o mais poderoso dos homens, nenhuma sensação que já experimentei pode se equiparar ao que essa firanghi foi capaz de fazer, fui o único a conhecer o seu corpo, e assim será enquanto durar o meu fascínio.

   O tempo passa as pressas enquanto a admiro.

  Mas a realidade ainda habita fora dessas paredes e preciso ir encara-la de frente, embora não tenha pressa alguma.

   Logo após tomar um banho, ponho as minhas vestes, terei que sair, obrigações que muito tenho negligenciado, aguardam-me no mundo fora dessas paredes, conseguir ao que desejava, isso deve acalmar um pouco os meus ânimos.

   Júlia permanece na mesma posição que a deixei, acho que posso ter excedido-me um pouco, até mesmo os meus músculos estão doloridos.

   Coloquei apenas um lençol sobre ela, deveria ao menos tê-la alimentado, como posso ter preocupações tão tolas como essa? Quem é este que se tornou em mim?

   Quando já estava de saída, ouço novamente as batidas na porta, ainda mais fortes que antes, já até havia esquecido da intromissão de tempos atrás, realmente não sou eu mesmo.

   Júlia franziu o seu semblante como se fosse abrir os olhos, isso agora começa a irritar-me.

   Me apresso para abrir a porta antes que a acorde, está mulher, Dalila, parada a alguns passos com sua face virada para baixo, esperando que permita falar, parece-me que já está assim a algum tempo.

   __ Diga-me o porquê de tantas intromissões._ Disse aquela que tem conhecimento do meu desgosto ao ser importunado, todos sabem.

   A mulher parecia está chorosa e tinha sangue em suas vestes, isto me ascendeu um alerta, algo está errado.

     __ Meu soberano, perdoe-me, não foi minha intenção desagrada-lo, é que... O senhor Samir, ele... Ele está ferido...

    Não esperei que terminasse as suas palavras, fui em direção as escadas, e as desci o mais rápido que conseguir, deixando a mulher para trás.

  Ao chegar ao harém, avisto minha mãe ainda a uma certa distância, rodeada por outras mulheres, entre elas aquelas que pertencem a mim.

   __ Onde ele está? _ Questiono a ela, assim que a alcanço.
  Todos deixaram de falar, e fazem reverência, apenas minha mãe olha em minha direção, sei bem o que aqueles olhos significam.

  __ Samir, seu irmão, Já faz algum tempo que o levaram ao hospital, tiveram que levar._ Ela parece estar com muita raiva, sua face não disfarça o que estava sentido.

  Vejo os rastros de sangue nas roupas de Amui como se tivesse sido deixados lá para que os veja, ela faria algo assim.

   __  Porque não disseram-me nada ? por acaso não sou aquele que deve saber de todas as coisas debaixo dos meus domínios?

  __ Achas que não tentamos meu filho? Bateram a sua porta por tantas vezes, mas você parecia bem ocupado, pois não nos ouviu, fui eu mesma e o chamei, mas logo desistir pelo bem dos meus ouvidos, não sei ao certo o que ocorreu a Samir, não estou em condições por isso não o acompanhei,  mas seu braço sangrava bastante._ Minha mãe tinha mágoa em sua voz e suas olhos davam sinais que iria chorar, sei bem que o único motivo não é Samir.

  As mulheres que parecem estar envergonhadas, provavelmente ouviram o que não deveriam, mas este é um problema somente para elas.

   __ Irei até onde está Samir, Dalila! Leve algo para Júlia se alimentar assim que acordar, não há importunem, não ousem destratá-la, nem falem nada a ela sobre vocês, a tratem com respeito, não me façam repetir.

   Vejo seus ares de espanto, cada uma delas.

  __ Meu filho por favor...

  __ Pare! Sabes que lhe tenho respeito minha mãe, mas apenas acate o que lhe foi dito, isso não será mais discutido, as minhas palavras são ordens para todas.

  Não creio que em um momento crítico assim o seu bem estar é a primeira coisa que me vem à cabeça, por favor, estou de fato perdendo a sanidade.

As deixo em meio as suas prováveis insatisfações e sigo para onde devo ir, são somente mulheres fazendo que nada podem fazer para mudar coisa alguma em minhas decisões.

  Parando para analisar os últimos meses, sem nem perceber fui cedendo a ela, passei os meus dias a cercando, abdiquei dos meus deveres os colocando sobre Samir, isso começou quando a trouxe para mim, a quanto tempo estou assim? Cego.

(...)

  Ao chegar ao hospital, esperei que Samir acordasse.

  Ele ainda está sobre efeitos de sedativos, mas parece ser capaz de discernir as coisas agora, com os braços cruzados encaro a sua infeliz aparência, sobre aquela cama de hospital.

    Sua expressão é sombria ao me ver sentado a alguns passos de está, reflete bem o que estou sentindo agora, provavelmente o que virá dele não será algo que irá agradar-me de maneira alguma.

   Já cogitava que Mustafá tentaria escapar em algum momento, achei que Samir daria conta disto.

   Provavelmente quem o ajudasse a tentar escapar seria o traidor aquele por trás de suas ações, mas acho que superestimei as habilidades do meu irmão, mas tenho minha parcela de culpa, deveria eu mesmo ido até ele e arrancado estas informações nem que fosse de suas entranhas, e ainda precisaria descobri quem desonrou o meu nome a este tenho certeza está mais próximo a mim.

  Seu braço está enfaixado, por sua palidez creio que tenha mesmo sangrado bastante, voltar a este hospital tão cedo não trás para mim boas lembranças de forma alguma, este ambiente deixa-me enjoado.

  Respirei fundo, antes de lhe dirigir a palavra.

  __ Parece que o pegaram desta vez, conte-me o que aconteceu.

   Sua face pálida, era puro desgosto, ele respirava profundamente antes de começar a falar, aquilo era raiva.

  __  Estávamos nos arredores da casa de Mustafá, como já a dias os meus homens vinham fazendo, percebemos movimento estranhos, então nos aproximamos, fomos pegos em uma emboscada, muitos homens nos cercaram, e estávamos em minoria, era impossível detê-los...

  Samir já esteve em outros conflitos, mas nunca um em que tivesse levado desvantagem, isto realmente deve tê-lo deixado envergonhado e bem irritado.

   __ Tu dissertes que não havia movimentos suspeitos nos arredores da casa de Mustafá.

  __ Não havia, foi tudo repentino, sabiam onde estavam posicionados todos os nossos homens, dois deles morreram e cinco estão feridos, é minha culpa, fui descuidado._ Podia-se perceber a sua ira.

  Samir é um homem destemido e muito astuto, então deve está sentindo-se humilhado agora.

  __ Perdoe-me, Mustafá conseguiu escapar, eu já vinha desconfiando de alguns fatos e sei que você também, só não entendo porque nunca falou-me nada, ele tinha alguém que o ajudava a rouba-lo, não confias em mim?

   Não direi a ele que minhas suspeitas foram até ele.

  __ Cogitei que deixar Mustafá ileso atrairia aquele que o havia ajudado a me trair, e assim capturar os dois de uma vez, mas tive distrações e acabei deixando isto em suas mãos, erro meu.

  Meia verdade ainda é uma verdade.

   __ Capturamos alguém!_ Samir diz em sua defesa, pois sabe que não agrado-me de derrotas.

  Talvez não tenha sido de todo inútil.

  __ Agora avisto  o Samir a quem conheço, afinal não levaria um tiro e perderia o seu alvo por coisa alguma, onde o deixou? Ele deve saber dar-me algumas informações.

  Estou realmente frustrado.

  __ Perto das ruínas onde nosso pai costumava nos levar, não vais perguntar quem capturamos?

  __ Verei por mim mesmo!

   Levanto do assento e vou em direção a saída, descobrirei de uma vez por todas quem está por trás dessas notáveis façanhas.

  __ Zayn! Leve-me contigo , gostaria de ver rosto daquele verme, enquanto arranca a sua espinha.

  Tem algum desespero em suas palavras.

  __ Tens certeza? Não parece que esteja tão bem ao ponto de ficar embaixo de um sol escaldante.

__ Tudo bem, foi só um arranhão.

Claramente uma mentira, mas se quer arriscar-se.

(...)

Estas ruínas, eu a conheci entre elas, achei ser uma miragem, minha imaginação pregando peças, mas não permito que minha mente me transporte ao maior dos meus erros, aquele que jurei nunca mais cometer.

Entre os pilares de pedra desgastados pelo tempo, debaixo de uma já deteriorada cobertura,  não diria que surpreendeu-me o que vi, é realmente frustrante confirmar que laços de sangue não significam nada, ver o quanto o ser humano é desleal e indigno de confiança da maneira que ele sempre deixava claro em seus ensinamentos, meu pai.

  Em correntes como um animal, está alguém que os meus olhos viram por tantas vezes, crescemos juntos, para ele foram dadas tantas regalias.

  Amir é sangue do meu sangue, e foi quem apunhalou-me as costas, estou rodeado por víboras peçonhentas, sempre estive.

   Já o venho observando a um tempo, desconfiei que seria ele, era o mais provável, aquele que me traia, mas ainda assim, ver que fato é meu irmão a ir contra mim, me queima a alma, nem mesmo os meus me tem estima.

  Os seus olhos eram iguais aos olhos do nosso pai, frios, e agora  jorravam desprezo enquanto olhavam para mim, se os corresponder da mesma maneira sereia devorado em vez de devorar, assim como dizia meu pai, seja o forte ou então serás o fraco.

   Samir estava logo atrás, sentou-se em uma das pedras.

  Recostei em uma viga, um pouco diante de onde ele estava preso, encruzei os meus braços e olhei durante um tempo em sua direção, ele não desvia o olhar, mas não diz uma única palavra.

  Do canto de  sua boca escorre um pouco de sangue.

  __ Apenas mate-o de uma vez! Traidor.

Foi Samir o que quebrou o silêncio.

  Ele dá uma risada estrondosa, ao ouvir o que o nosso irmão disse.

  __ Faça isso todo poderoso e intocável sheik do Marrocos, apenas mate-me, como disse Samir.

__ Achas que será assim tão simples? Apenas mata-lo.

__ Nao! Se assim fosse não seria Zayn, a sombra do deserto.

__ Não foi dada a ti a vida de um príncipe, então quais motivos teria tu para me trair?

Realmente gostaria de saber.

Ele cospe no chão e passa a língua sobre os seus lábios.

__ Pergunte-me quais motivos, não teria para fazer-lo, Soberano, não tivermos nos dois um ótimo mentor? Aqui mesmo onde estamos agora não foi palco para tantas cenas memoráveis._ Ele fala daquele que é nosso pai.

__ Responda-me, deve haver motivos,  mesmo sendo o filho de uma estrangeira, ele deixou para ti todos os direitos, contradizendo até aquilo que nos ensinou, a vergonha do seu nascimento, então por ti ele tinha amor.

__ Não deixou aquilo que de fato  merecia, deveria ser eu o Soberano, o dono desta terra, em mim havia todos os atributos, não em ti, homem fraco.

   A cada palavra que saia de sua boca imunda, menos eram suas chances de obter algum perdão.

  __ Tua vida está em minhas mãos, posso tirá-la quando desejar, sabes que o filho de uma meretriz estrangeira jamais seria o senhor desta terra.

  __ Não és tu que te enfia nos meio das pernas de uma meretriz estrangeira, o que a faz melhor que minha mãe? Ela te cegou não é verdade? Ela é melhor que Sara? É boa o suficiente para não matar-la?

__ Cale-se, escória.

  Pedi que trouxessem para mim, uma vareta maleável a mesma que o nosso pai usava às vezes para castigar transgressões, ela agora me foi entregue.

   Vou em direção aonde ele está, ficando em sua frente.

  __ Nunca esperimentou ela sobre os seus lombos certo? Nosso pai nunca o espancou como deveria.

  __ Se vais me matar, diga-me onde está Samira? Onde a escondeu?

  Como um estalo, tudo ficou às claras, graças ao que acaba de perguntar, já não há possibilidades de redenção.

  __ É por ela? Traiu o seu próprio sangue por aquela mulher desonrosa? Vais arder junto a ela para onde mandarei os dois, será como se jamais tivessem existido, irei caçar Mustafá e mata-lo também.

  Passei as pontas da vareta em sua face antes de desferir o  golpe, ele orgulhosamente contém o seu urro de dor.

__ Então é assim que vais vingar-se por ter me enfiado entre as pernas de sua esposa? Acredite, ela adorou.

Desferir outro golpe agora sobre os seus ombros, ele esbraveja.

  Samir está no mesmo lugar observando.

   __ Não sinto em dizer, ela não estava em bom estado da última vez que a vir, perder a criança não a fez muito bem! Isso e o fato de está presa.

    Amir, arregala os olhos.

   __ Ela estava grávida?

Desgraçado, como não saberia?

   __ Sim! Samira tinha um filho em seu ventre, mas não está mais lá, até Samira pode não está mais.

  __ Onde ela está? Diga-me.

Ele se debate nas correntes.

Como se lhe fosse útil saber, a sua intenção é envergonhar-me ainda mais.

  __ Se irá mata-lo, diga a ele para que sofra ainda mais por não poder alcança-la, diga onde ela está._Samir fala, mas não parecia surpreso com o que ouvia.

    Olho em sua direção.

__ Samir, volte para casa, tua aparência não está boa, e nunca direi a ele onde a deixei, jamais, ela irá aprodrecer aos poucos presa onde está, morrera lenta e dolorosamente, da maneira que merece.

__ É irmãozinho vá para casa, não podemos deixar que você morra, sempre foi o mais fraquinho._ Amir fala e cospe sangue.

__ Traidor, deixe-me matá-lo Zayn, pelo menos tirar um pedaço do seu corpo.

  Amir rir, como um lunático.

___ Não conseguem ver, somos todos amaldiçoados.

__ Este prazer será somente meu, vá descansar, a noite será longa.





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